CEMADEN Debate na ONU Soluções Para Redução de Riscos de Desastres Naturais
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada na edição de abril do “Jornal
do SindCT” destacando que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais (CEMADEN) debateu na “3ª Conferência Mundial da Organizações
das Nações Unidas (ONU)”, soluções para redução de riscos de Desastres Naturais.
Duda Falcão
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CEMADEN Debate na ONU Soluções Para
Redução de Riscos de
Desastres Naturais
Deslizamentos e enchentes causam 90% das mortes
Shirley Marciano
Jornal do SindCT
Edição nº 36
Abril de 2015
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (CEMADEN) começou a operar em dezembro de 2011, em Cachoeira Paulista.
Uma nova Sala de Situação passou a funcionar em 2014, no Parque Tecnológico de
São José, após ingresso de 75 servidores. O Centro Nacional de Monitoramento e
Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), órgão vinculado ao Ministério de
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), participou entre os dias 14 e 18 de
março da 3ª Conferência Mundial da ONU para Redução de Riscos e Desastres,
realizada em Sendai, no Japão.
Objetivo principal: a elaboração de um documento comum de
cooperação internacional e estabelecimento de metas a serem alcançadas nos
próximos 15 anos. Durante o evento, o CEMADEN apresentou as estratégias do
Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais (implantado
pelo governo federal em 2012), que incluem prevenção, mapeamento das áreas de
risco, monitoramento, alerta e resposta.
O pesquisador Carlos Nobre, diretor do CEMADEN, lembrou
que o impacto das secas intensas sobre a agricultura, abastecimento de água,
irrigação e navegação afeta a maioria das pessoas no Brasil.
“No entanto”, ponderou ele, “o principal problema são os
deslizamentos de terra e as enchentes, por serem mais letais, respondendo por
mais de 90% das mortes provocadas pelos desastres naturais no Brasil”. Na 3ª
Conferência Mundial a discussão se fechou com quatro prioridades de ação para a
redução de riscos de desastres naturais: 1) a melhor compreensão do risco, 2)
mais investimentos para a gestão desse risco, 3) preparação mais eficaz diante
dos desastres e 4) incorporação do princípio de “reconstrução aprimorada” à
recuperação, reabilitação e reconstrução.
Tragédia
O CEMADEN foi criado em julho de 2011, pelo decreto
presidencial 7.513, em resposta à terrível tragédia ocorrida na região serrana
do Rio de Janeiro, quando morreram mais de 900 pessoas vitimadas por
deslizamentos de terras e enxurradas decorrentes de fortes tempestades.
Outras 35 mil tiveram que abandonar suas casas devido ao
risco iminente de ocorrência de mais deslizamentos ou desabamentos. A operação
do centro começou em dezembro daquele ano, em instalações cedidas pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Cachoeira Paulista (SP).
No primeiro semestre de 2014, sua sede passou a funcionar no Parque Tecnológico
de São José dos Campos (SP).
Assim, uma nova Sala de Situação começou a operar em 29
de outubro, após o ingresso da nova equipe de 75 servidores efetivados por
concurso público, consolidando a estrutura organizacional com as equipes de
pesquisadores, tecnologistas e analistas.
Já foram emitidos mais de 3 mil alertas e há um
monitoramento ininterrupto de áreas de risco de 888 municípios brasileiros,
classificados como vulneráveis a desastres naturais, e onde vive, hoje, uma
população estimada em 90 milhões de habitantes.
O CEMADEN apoia-se em uma rede de observação composta por
nove radares, 2.267 pluviômetros automáticos e 960 semiautomáticos, 115
estações hidrológicas e outros equipamentos.
“Os resultados das pesquisas e ferramentas desenvolvidas
no centro e a disponibilidade de dados providos por sua rede e pelas redes de
outras instituições federais e estaduais, somados à disponibilização de um
grupo de profissionais com conhecimentos em meteorologia, geologia, hidrologia
e desastres naturais, permitem o envio antecipado de alertas desses eventos
para áreas localizadas em todas as regiões do território nacional”, conta
Regina Alvalá, coordenadora institucional do CEMADEN.
Parcerias
Para consolidar o Sistema Nacional de Monitoramento e
Alertas de Desastres Naturais, o CEMADEN atua em parceria com várias
instituições, de modo a implementar, consolidar e complementar a rede de
instrumentos meteorológicos, hidrológicos e geotécnicos para monitoramento
ambiental, completa o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador geral.
O CEMADEN instalou em março deste ano pluviômetros
semiautomáticos em três escolas estaduais nos municípios paulistas de Cunha,
Ubatuba e São Luiz de Paraitinga, localizados na área de abrangência do Rio
Paraibuna e seus afluentes, e considerados vulneráveis a desastres naturais.
Essa ação faz parte do Projeto CEMADEN Educação. “É um
projeto piloto voltado para as escolas de ensino médio, localizadas em
municípios vulneráveis a desastres socioambientais, com o objetivo de
desenvolver pesquisas de prevenção de desastres, produção de conhecimento, bem como
a gestão participativa de intervenções nas comunidades locais”, explica Rachel
Trajber, coordenadora do CEMADEN Educação.
No acordo de cooperação entre os países do grupo BRICS
(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), firmado em 18 de março, o CEMADEN
foi o órgão responsável dentro do MCTI para desenvolver os acordos e mecanismos
de ciência, tecnologia e inovação para a cooperação multilateral em torno do
tema desastres naturais entre os países que integram o BRICS.
Entre os instrumentos estratégicos propostos estão a
criação de uma plataforma on-line para compartilhamento de informações sobre
alterações climáticas, prevenção e mitigação de desastres naturais, além de
intercâmbios de programas e bolsas para pesquisadores e estudantes.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 36ª - Abril de 2015
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