Contrato da Primeira Transferência de Tecnologia Pela Lei da Inovação Foi Assinado no IAE

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada ontem (11/03) no site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) destacando que contrato da Primeira Transferência de Tecnologia pela Lei da Inovação foi assinado no IAE.

Duda Falcão

Contrato da Primeira Transferência de Tecnologia Pela Lei da Inovação
é Assinado no IAE

Publicada em 11/03/2015 - 16:13
Atualizada em 11/03/2015 - 16:13


Nesta quarta-feira, no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), em São José dos Campos – SP, foi assinado o Contrato de Transferência de Tecnologia do “Sistema Portátil de Aquisição de Dados Meteorológicos e Dispositivo Plataforma Portátil”entre o IAE e a empresa Campbell Scientific do Brasil Ltda. A tecnologia, que consiste em um sistema portátil de monitoramento de parâmetros meteorológicos e ambientais de maior precisão e confiabilidade, incorporando sensores para outras medições, é a primeira licença de tecnologia e transferência para o mercado da Força Aérea Brasileira na vigência da Lei de Inovação (Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004), e o primeiro produto em instrumentação meteorológica da FAB com pedido de patente depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial para fins de desenvolvimento, produção e comercialização com concessão de licença para uso e exploração de tecnologia em caráter exclusivo.

O contrato foi assinado pelo Brigadeiro Leonardo Magalhães Nunes da Silva, Diretor do IAE, e pelo Sr. Deivide Giancarlo Paolo Margelli, representante legal da Campbell Scientific do Brasil Ltda, empresa licenciada e a habilitada no certame público para uso e exploração do Sistema. Através da sua comercialização, a tecnologia desenvolvida no IAE poderá ser aplicada na indústria eletrônica e no setor de monitoramento meteorológico e ambiental.

O Sr. Deivide Margelli, representante legal da Campbell Scientific do Brasil Ltda, destacou a importância da transferência da tecnologia: “É uma grande honra para a Campbell poder explorar essa tecnologia. Na verdade é um trabalho conjunto, através do qual unimos forças para colocar o invento no mercado”. Para o Tecnologista Renato Mussi, do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial, que foi o responsável pela análise técnica e mercadológica do Sistema, a assinatura do contrato é um marco: “Na Lei de Inovação essa é a primeira tecnologia desenvolvida pela Aeronáutica transferida. Estão sendo colocados à disposição da sociedade brasileira os frutos da pesquisa e desenvolvimento realizados pela FAB”.

O “Sistema Portátil de Aquisição de Dados Meteorológicos e Dispositivo Plataforma Portátil” é um invento do Tenente-Coronel Eduardo Iorio Pereira e do Servidor Civil Engenheiro Hildo Romeu Quinsan Jr. Ambos atuam no IAE e participaram do projeto em suas diferentes fases.

HISTÓRICO DO INVENTO

A ideia de uma unidade dedicada à integração de sensores meteorológicos e sistema de aquisição de dados no Instituto de Aeronáutica e Espaço teve origem há mais de vinte anos, quando foi aplicada como protótipo a um Casulo Meteorológico para a aeronave Xavante. Posteriormente, foi desenvolvida uma unidade portátil para uso no solo em missões em campo de apoio a ensaios em voo, monitorando parâmetros meteorológicos de superfície.

A possibilidade de implementação de um sistema autônomo surgiu somente em 2006, quando o Servidor Civil Engenheiro Hildo Romeu Quinsan Jr. idealizou e montou o SAD PTU – Sistema de Aquisição de Dados de Pressão, Temperatura e Umidade Relativa, cujo escopo foi de aproveitamento de unidades e instrumentos já existentes no Instituto para acompanhamento das condições ambientais no transporte do foguete VSB-30 V03, cujo lançamento ocorreu em 11 de maio de 2006 em Esrange, na Suécia.

Em abril de 2007 o equipamento SAD PTU foi utilizado para adquirir dados de solo em ensaios para o GEEV – Grupamento Especial de Ensaio em Voo e, em julho e dezembro do mesmo ano, no acompanhamento de transporte e armazenamento na Operação Cumã II de lançamento do VSB-30 V04, no Centro de Lançamento de Alcântara; e no lançamento do VS-30 V07, Operação Angicos, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno.

Considerando-se a necessidade e a importância dada pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço à eficiência do SAD PTU, em 2008 foi submetido um projeto junto ao Conselho de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Associadas a Veículos Lançadores do IAE, financiado pela AEB – Agência Espacial Brasileira, através da Ação de Tecnologias Espaciais (Ação 6704), sendo o projeto aprovado com o nome de Sistema Portátil de Aquisição de Dados Meteorológicos – SPAD-MET Código 010-570000/A1001. O coordenador deste projeto foi o então Capitão Eduardo Iorio Pereira, atualmente Tenente-Coronel Pereira.

Tratou-se de obter uma versão básica de um sistema amplo que pudesse ser constituído com sensores e registradores a critério do usuário, com possibilidade de modificação de configuração em campo, servindo de plataforma para incorporação de novos componentes e para desenvolvimento continuado.

O processo de solicitação de patente iniciou-se no IAE em abril de 2009 e foi orientado pelo NIT – Núcleo de Inovação Tecnológica do IFI – Instituto de Fomento e Coordenação Industrial, que efetuou a análise técnica e mercadológica de tecnologia, tendo sido a solicitação depositada no INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial em 22 de outubro de 2009 como ”Sistema de aquisição de dados meteorológicos e dispositivo plataforma portátil”, sob número PI 0904147-8 A2, processo que se encontra em andamento naquele órgão.

Cumprindo a missão de transferir os frutos de sua Pesquisa e Desenvolvimento para a indústria nacional e consequentemente para a sociedade brasileira, foram iniciadas as atividades para transferência de tecnologia, cuja etapa de concorrência resultou no contrato firmado entre o Instituto de Aeronáutica e Espaço da Força Aérea Brasileira e a Campbell Scientific do Brasil Ltda.



Fonte: Site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)

Comentário: Está tudo muito bem diante da patente requerida. Entretanto, porque o contrato para produção deste dispositivo meteorológico foi assinado com uma empresa que aparentemente não é brasileira? Porque não uma empresa genuinamente brasileira? Porque sempre esta preferência pelo DNA estrangeiro? Ah Duda, a empresa foi licenciada e habilitada no certame público para uso e exploração do Sistema. Muito bem, quem habilitou esta empresa? Qual o motivo que levou os responsáveis a habilitarem esta empresa? Outras foram habilitadas? Entre elas existiam empresas genuinamente brasileiras? E caso sim, porque o IAE optou por esta empresa? Enfim... é inadmissível que esta visão continue seja aplicada dentro do Programa Espacial Brasileiro. Agora, se a empresa é genuinamente brasileira, retiro todas as minhas perguntas.

Comentários

  1. O problema é simples nossa lei comercial considera filiais estrangeiras como equivalentes a empresas nacionais graças a legislação neoliberal deixada por FHC. É justamente por isso que a maior parte das empresas de Defesa estão sendo absorvidas por empresas estrangeiras...
    E o congresso atual não tem a menor intensão de modificar a legislação atual e nem o executivo (Levy).

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