Com Participação de Brasileiro, Equipe Internacional de Astrônomos Descobre Estrela Que Engoliu Planetas

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Segue agora uma nota postada dia (19/07) no site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) destacando que com participação de brasileiro, equipe internacional de astrônomos descobre estrela que engoliu planetas.

Duda Falcão

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Com Participação de Brasileiro,
Equipe de Cientistas Descobre
Estrela Que Engoliu Planetas

Com o nome HAT-P-4, a estrela teria incorporado um planeta um pouco menor
do que Júpiter, que estava em sua órbita. "Descoberta permitiu que os astrônomos
realizassem análise química de alta precisão utilizando uma técnica diferencial",
explica o pesquisador do LNA, que participou das observações.

Por Ascom do MCTIC
Publicação: 19/07/2017 | 15:07
Última modificação: 20/07/2017 | 00:33

Crédito: LNA
Equipe internacional de astrônomos descobriu, pela primeira vez,
evidências de que um planeta tenha sido "engolido" por uma estrela.

Com a participação do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), uma equipe internacional de astrônomos descobriu, pela primeira vez, evidências de que um planeta tenha sido "engolido" por uma estrela. Com o nome HAT-P-4, a estrela teria incorporado um planeta um pouco menor do que Júpiter, que estava em sua órbita. Esses planetas, que orbitam estrelas que não seja o Sol, são chamados de exoplanetas.

O pesquisador do LNA, Eder Martioli, que integra uma equipe de astrônomos que utilizam o telescópio Gemini, localizado no Havaí, lista três efeitos químicos  observados na atmosfera da estrela para saber se o planeta "engolido" é do tipo rochoso, como a Terra ou Marte.

"O primeiro seria um aumento global na quantidade de elementos químicos mais pesados, como os metais, pois as estrelas, compostas basicamente de hidrogênio e hélio, teriam sido contaminadas com o material planetário mais pesado. Em segundo, espera-se um aumento na quantidade de determinados elementos químicos, chamados refratários, na mesma proporção encontrada nos planetas rochosos. Finalmente, um aumento na quantidade do elemento lítio, pois as fusões nucleares que ocorrem no interior das estrelas ‘queimam' o lítio rapidamente, não havendo outra explicação para a existência de tal elemento, a menos que tenha ocorrido queda de material planetário", explica o pesquisador.

Para identificar os três efeitos, os cientistas observaram a estrela HAT-P-4 com o telescópio Gemini de 8.  A estrela pertence a um sistema duplo, ou seja, um sistema composto por duas estrelas que orbitam uma ao redor da outra. As duas estrelas são parecidas com o nosso Sol e são praticamente gêmeas.

"Este fato permitiu que os astrônomos realizassem uma análise química de alta precisão utilizando uma técnica diferencial. É uma evidência notória de que o material que constitui estrela foi, de certa forma, poluído com resíduos planetários", afirma Martioli, lembrando que o estudo foi, recentemente, aceito para publicação na revista Astronomy and Astrophysics Letters.

Relevância Para a Astronomia Mundial

Uma descoberta desse porte confirma a hipótese há muito tempo levantada por cientistas do mundo todo de que os planetas gigantes podem, de fato, exterminar  planetas semelhantes terrestres - formados principalmente por rochas e metais, como a Terra - caso haja um processo migratório durante a formação do sistema planetário. Outra consequência do estudo, de acordo com Martioli, está relacionada a um dos marcadores astrofísicos de populações estelares utilizados para determinar a procedência das estrelas dentro da nossa galáxia. Estes marcadores utilizam como base a composição química da estrela. "As duas estrelas do sistema HAT-P-4 têm origem no mesmo local da nossa galáxia. No entanto, a diferença química associada à queda de material planetário demonstra que estes eventos podem alterar a composição química de uma estrela, ‘falsificando' os marcadores utilizados para determinação da procedência", acrescenta.

Gemini

O instrumento utilizado no estudo é o Gemini, observatório com dois telescópios gêmeos de 8 metros de diâmetro, sendo um deles localizado no Chile e o outro no Havaí.  O Gemini é atualmente mantido por um acordo de colaboração internacional entre cinco nações – Brasil, Argentina, Canadá, Estados Unidos e Chile –, com participações também da Austrália e Coreia do Sul.


Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC)

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