UnB Realiza Teste de Motor-Foguete Híibrido
Olá leitor!
O Blog recebeu neste final de semana um release do Prof. Artem
Andrianov (de origem ucraniana) do Laboratório de Propulsão Química da
Universidade de Brasília (UnB),descrevendo o recente teste realizado por este
laboratório de um motor-foguete híbrido. Vale a pena conferir.
Duda Falcão
Duda Falcão
Teste do Motor Foguete a Propelente
Hibrido Com Tempo de
Operação
Acima de 40 Segundos
Prof. Artem Andrianov
UNB
No dia 11 de julho de 2017 a equipe do Laboratório de
Propulsão Química da Universidade de Brasília (https://fga.unb.br/cpl) efetuou
o teste de queima do motor foguete a propelente hibrido de baixo empuxo de 500
N. O tempo de operação do motor foi 41 segundos.
O teste faz parte do projeto cientifico-tecnológico
financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) com
objetivo final de proporcionar um tempo de operação a motores foguete a
propelentes híbridos de pequeno porte, aplicando materiais de isolamento
térmico desenvolvidos e manufaturados de forma customizada. Esses materiais são
responsáveis pela proteção de componentes estruturais do superaquecimento do
motor, proporcionando um elevado tempo de operação.
Para teste de longa duração foi usado o motor de testes
modular a propelente híbrido, que tinha sido desenvolvido pela equipe do
laboratório para o sistema de auxílio a reentrada da plataforma SARA (Satélite
de Reentrada Atmosférica). O tempo de operação do motor de testes com combustível
sólido de parafina, oxidante liquido de óxido nitroso e empuxo mínimo de 1 kN
era de 12-14 segundos. O estudo experimental de isolantes térmicos foi motivado
pela necessidade de aumentar o tempo de queima do motor de testes de cerca de
40 a 50 segundos. Neste caso como grão solido do motor deve ser usado material
com baixa taxa de regressão, e a equipe aproveitou polietileno de alta
densidade com o mesmo oxidante de oxido nitroso.
Vários tipos de isolantes térmicos em forma de materiais
puros e compósitos reforçados pelas partículas ou fibras foram muito bem
estudados e testados nos motores a propelente solido, onde o grão de propelente
preenche quase todo volume do involucro, faz parte de proteção térmica, e
assim, finalmente, permite melhorar condições de funcionamento do isolante
térmico. A complexidade de aplicação dos isolantes térmicos nos motores a
propelente híbrido de concepção amplamente proposta reside no fato de presença
da pré- e pós-câmara em involucro de motor, cujos volumes não são preenchidos
com propelente solido. Então o isolamento térmico do motor a propelente hibrido
entra em contato com gases de combustão de alta temperatura e velocidade
imediatamente após a ignição do motor. Têm outras dificuldades que a equipe do
laboratório encontrou no projeto como, por exemplo, incapacidade de colar
polietileno, alta taxa de regressão do polietileno no sentido axial do motor
etc.
A equipe do laboratório por enquanto não divulga a
composição do material compósito do isolamento usado no teste, desde que o
projeto está em andamento e alguns objetivos não foram atendidos. Mas é
importante acrescentar que este material não foi fabricado na base da resina
fenólica, que é isolante eficiente por causa de sua alta resistência a
temperatura e erosão, mas mesmo assim pode ser perigoso na hora de fabricação
devido a toxidade de seus componentes. Os componentes do material de isolante
testado são facilmente disponíveis no mercado comercial do Brasil, não são
tóxicos e se caracterizam com propriedades tecnológicas boas. O componente da
base de compósito tem boas propriedades mecânicas e térmicas e foi testado em
1950-1960 com sucesso nos motores de propulsão solida. Mas desde que apresentou
problemas tecnológicos de baixa adesividade, o material não achou alta aplicabilidade
como isolante térmico. Com colas modernas este problema foi resolvido.
Exame dos resíduos de isolante térmico após queima
mostrou que o tempo de operação pode ser aumentado com uso de isolantes da
mesma composição. O fator que limitou tempo de queima no teste era
superaquecimento da tubeira de grafite, que tinha sido embutido no involucro de
aço inox sem proteção térmica adicional. O teste foi parado quando temperatura
na superfície externa cilíndrica da tubeira de grafite atingiu 800°C. A queima prolongada
será possível após ajustar do desenho da parte traseira do motor, mas isso não
é previsto pelo projeto. É necessário acrescentar que o Laboratório de
Propulsão Química da Universidade de Brasília é mais um passo perto a
desenvolvimento do motor foguete a propelente hibrido praticável.
Veja abaixo o vídeo desse teste:
Muito interessante!
ResponderExcluirDuda, você sabe de algum e-mail que eu possa entrar em contato para questioná-los sobre o andamento do projeto SARA?
Att,
Everton
Olá Everton!
ExcluirVeja bem, não tenho autorização para lhe passar este contato, e além do mais não creio que eles tenham essa resposta, e mesmo que tenham dificilmente eles lhe diriam algo. Entretanto, como eles devem estar acompanhando essa postagem, pode ser que eles lhe respondam. Vamos aguardar.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
As V2 QUE atingiram Londres eram de propulsão liquida parece que usavam etanol isso em 1943.
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