Comandante da Aeronáutica cobra Mais Investimentos em Sistemas Aeroespaciais

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada ontem (22/09) no site da “Agência Brasil” destacando que o Comandante da Aeronáutica Nivaldo Luiz Rossato, cobra mais investimentos em Sistemas Aeroespaciais.

Duda Falcão

GERAL

Comandante da Aeronáutica Cobra Mais
Investimentos em Sistemas Aeroespaciais

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Edição: Armando Cardoso
Brasília, 22/09/2016 - 18h29

Foto: Arquivo/José Cruz/Agência Brasil
Para o comandante Nivaldo Rossato, projeto da
Aeronáutica não consegue recursos financeiros.

Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, o governo israelense cedeu às forças de segurança do Brasil o acesso às imagens de um satélite, o Eros-B, usadas para reforçar a segurança do evento esportivo.

Operando a uma distância mínima de 450 quilômetros de distância da Terra, o satélite é capaz de mapear o terreno e captar imagens com até 70 centímetros de resolução, permitindo, por exemplo, a identificação da placa de um veículo. Policiais federais e militares das três Forças (Marinha, Exército e Aeronáutica) viajaram para Israel para aprender a utilizar a tecnologia, que, em breve, não estará mais disponível gratuitamente.

Além de auxiliar na proteção dos atletas israelenses e das demais delegações, o gesto israelense revelava intenções comerciais.

Tudo porque, segundo o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, “os israelenses sabem que o Brasil tem se negado” a olhar para o espaço e investir em sistemas aeroespaciais autônomos. As Forças Armadas, por exemplo, continuam usando plataformas baseadas em tecnologias internacionais, deixando de desenvolver tecnologia própria.

“Nos negamos a olhar para o espaço […] A Índia investe anualmente US$ 1,1 bi no setor. Com isso, gera 17,5 mil empregos diretos e já tem mais de 30 satélites em órbita. Além disso, vende satélites para outros países. Enquanto isso, estamos igual caranguejos, andando de um lado para o outro, sem avançar”, comentou o comandante.

De acordo com o brigadeiro, a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais, de 1994 e coordenada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), está longe de atingir seus objetivos. Para o comandante, o episódio envolvendo o satélite israelense demonstra que, “um dia, teremos que olhar para o espaço”.

“Temos [Aeronáutica e Ministério da Defesa] um projeto pronto, mas ele não consegue ser aquinhoado com recursos financeiros básicos”, declarou Nivaldo Rossato em referência ao Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), sistema do Ministério da Defesa criado para atender demandas das Forças Armadas e programas dos demais ministérios.

Projetos

No cargo desde janeiro de 2015, o brigadeiro Rossato afirmou que o investimento em tecnologia aeroespacial impacta positivamente outros setores da economia e da sociedade.

“Imagine toda essa tecnologia voltada para monitorar nossas áreas de fronteira ou nossas águas territoriais [faixa costeira que atinge até 22 quilômetros a partir do litoral], onde é possível distinguir o tipo de embarcação visualizada”, sugeriu o comandante, afirmando que a Argentina gasta muitas vezes mais que o Brasil em pesquisa e desenvolvimento aeroespacial.

“Estados Unidos, Rússia e China não gastam o dinheiro que gastam à toa. Eles sabem a importância disso. A Argentina gasta quase dez vezes mais que nós. E nem precisamos fazer o mesmo que esses países já fazem. Podemos optar por algo mais simples, como satélites de órbita baixa, para comunicações, os sensores óticos.”

O comandante lamentou projetos descontinuados e lembrou o acidente ocorrido em 2003, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, quando o acionamento premeditado do foguete Veículo Lançador de Satélites (VLS) custou a vida de 21 profissionais civis, afetando os projetos do programa espacial brasileiro.


Fonte: Site da Agência Brasil

Comentário: Pois é, apesar da atitude do Comandante Nivaldo Luiz Rossato em vir a publico com essas colocações, a postura ainda continua de um PEDINTE e não de um COBRADOR como sinalizou o título desta matéria. Ano passado um amigo meu me disse que não se fazia mais militares como antigamente, faltava bolas, coisa que não há mais como negar que ele esteja certo. Será que é tão difícil dizer claramente para sociedade que o país não tem um Programa Espacial (se quer há um verdadeiro programa de nação, quanto mais o resto) porque os poderes executivo, legislativo e judiciário não querem que isso aconteça??? Não adianta matérias com colocações com essa Comandante Rossato, seja claro, passe a bola para quem é de direito, estabeleça responsabilidades, não use as entrelinhas para generalizar, caso contrario o colocarei entre aqueles que se deixaram deliciar pelos bastidores de Brasília. O senhor só deve lealdade à pátria Comandante Rossato e ao seu povo, afinal governos passam e resultados perduram, esteja do lado certo e terá não só o meu apoio.

Comentários

  1. Olá Duda, eu encontrei também essa matéria que fala do caos no setor de CT. E a parte que fala do setor espacial é essa aqui:

    "Na área espacial, chegou o momento de escolher qual o caminho que iremos seguir. Podemos nos transformar em usuários de sistemas de lançamento de satélite, a exemplo do Reino Unido, ou perseguir o desafio de montar uma missão completa, como foi estabelecido ao final da década de 1980 com a proposta de construir o VLS. É preciso lembrar que este programa foi duramente afetado pela explosão de um VLS em 22 de agosto de 2003, matando 21 integrantes da equipe.

    Há duas propostas na mesa. Os Estados Unidos da América querem arrendar serviços do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para lançar microssatélites a partir de foguetes desenvolvidos pela iniciativa privada norte-americana. Um acordo, similar ao que foi rejeitado ao final do governo de Fernando Henrique Cardoso, está em discussão no momento.

    A outra proposição é da Russian Space Systems. A ideia é substituir a Alcântara Cyclone Space (ACS), parceria malsucedida entre o Brasil e Ucrânia, para explorar o CLA com um projeto de foguete construído em parceria com o Centro Tecnológico Aeroespacial. Dentro desta cooperação, se desenvolveria um novo VLS com o primeiro estágio a combustível líquido."

    Devemos lembrar que o sonho de transformar Alcântara em uma nova Kourrou já custou ao Brasil mais de R$ 1 bilhão, apenas para cumprir os termos do acordo espacial entre Brasil e Ucrânia, assinado em 2002 e denunciado em 2015. Parte desse dinheiro foi empregada como contrapartida no desenvolvimento do Cyclone 4. O local é considerado privilegiado por estar próximo à linha do Equador, o que garante boas condições climáticas e um menor custo para impulsionar o foguete até a órbita."

    O que me chama a atenção é a dúvida que os caras ainda tem em relação ao caminho a seguir. Se entrega de vez pros americanos a área de Alcântara ou desenvolve um programa autônomo com tecnologia nacional. Esse tipo de dúvida só deve existir na cabeça de entreguistas como o Temer ou seus amigos do PSDB e DEM. Porque acho que está meio que óbvio qual o caminho seguir. Além dessa parte, de lançadores, fala-se também da área de satélites logo no final da matéria.

    Abs,
    Felipe Dias

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    Respostas
    1. Bom dia Felipe!

      Onde você viu esta matéria? Bom Felipe não sei quem escreveu essa notícia, mas se a mesma tiver fundamento o autor pisou na bola literalmente, já que trata de duas propostas completamente diferentes. A primeira americana simplesmente para o uso da Base de Alcântara (aluguel) para lançamentos de foguetes produzidos por empresas dos EUA e a a outra russa para a criação de uma empresa bi-nacional que desenvolva conjuntamente um Veiculo Lançador com o primeiro estágio liquido e lança-lo comercialmente do Brasil.

      São propostas completamente diferentes e bem vindas e não tem nada de entreguismo com relação a americana (pelo menos até este momento - entreguista era o acordo anterior), isto é, DESDE QUE SEJAM FEITOS ACORDOS COM SERIEDADE, COMPETÊNCIA, COMPROMISSO IRRESTRITO E TOMADAS EVIDENTEMENTE AS DEVIDAS MEDIDAS DE SEGURANÇA E DE DEFESA DA SOBERANIA.

      Como já disse por diversas vezes, acordos internacionais nesta área são praxe, mesmo entre nações que não se bicam, os EUA tem acordos com a CHINA, que por sua vez tem com o JAPÃO, que por sua vez tem com a RUSSIA, que por sua vez tem com a ÍNDIA e por ai vai.

      Entretanto neste momento (diante do que eu disse acima) a proposta americana é mais interessante devido o custo ser menor e rapidamente aplicável gerando recursos para o PEB, e a proposta russa (muito mais custosa) ha meu ver deveria ser negociada para ser iniciada somente após o voo de qualificação do VLM-1.

      Qualificado e pronto para o mercado, o próprio VLM-1 poderia servir como plataforma básica de um novo foguete desenvolvido conjuntamente entre os dois países, diminuído custos e tempo de desenvolvimento. Repito Felipe, para ambos os casos, DESDE QUE SEJAM FEITOS ACORDOS COM SERIEDADE, COMPETÊNCIA, COMPROMISSO IRRESTRITO E TOMADAS EVIDENTEMENTE AS DEVIDAS MEDIDAS DE SEGURANÇA E DE DEFESA DA SOBERANIA.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    2. Olá Felipe!

      Em resposta ao seu ultimo comentário que não postei aqui para poder postar o artigo em questão na íntegra. Bom você não me entendeu em relação ao que eu lhe disse quanto esta suposta proposta americana. O que eu quis dizer é que pelo fato de ser americana não significa que seja entreguista, depende do teor do acordo que não temos ainda acesso, é preciso primeiro ter acesso ao que esta escrito no acordo para assim podermos avalia-lo. O primeiro acordo feito no Governo FHC em minha opinião era sim entreguista, este suposto é preciso analisa-lo primeiro, tá ok amigo??? Vou postar o artigo que você me enviou.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    3. Ah sim, isso é verdade. Não tem como julgar antes de saber o conteúdo da proposta, mas se tratando de americanos... Eu sempre vou ter um pé atrás.. vide o embargo de várias peças e tecnologias ao Brasil, mas te dou razão. Só podemos julgar após ler o conteúdo da proposta.

      abs,
      Felipe Dias

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