Problemas de “Governança” e Gestão Explicam em Parte Extinção do VLS-1
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na edição de nº 46
de Março-Abril de 2016 do “Jornal do SindCT”, destacando que Problemas de
“Governança” e gestão explicam em parte extinção do VLS-1.
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Projeto é encerrado sem relatório final ou satisfação à
sociedade
Problemas de “Governança” e Gestão
Explicam em Parte Extinção
do VLS-1
Coronel Blanco, do IAE, pede a servidores para “colocar o
coração de lado” e
diz que antigo projeto será trocado por outros
lançadores. Falta de componentes
barraria VLS-1 mesmo que houvesse recursos financeiros,
declarou
Shirley Marciano
Jornal do SindCT
Março-Abril de 2016
Foto: Fernanda
Soares
Anúncio oficial do fim do VLS-1 à força de trabalho do
IAE em 29/2/16.
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Sem a divulgação sequer de algum documento oficial que
explicasse os motivos à sociedade brasileira, o Departamento de Ciência e
Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e a Agência Espacial Brasileira (AEB) decidiram
anunciar, em audiência pública realizada no Senado Federal em 16 de fevereiro,
o fim do Projeto Veículo Lançador de Satélite-1, ou VLS-1, como noticiou em
manchete a edição 45 do Jornal do SindCT. A “pá de cal” ocorreu em 29 de
fevereiro, quando o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) convocou toda
a sua força de trabalho para anunciar novas propostas de veículos lançadores em
substituição ao VLS-1, dando fim, na prática, a este projeto.
A ideia das autoridades envolvidas foi, provavelmente,
revelar sem maior alarde essa estarrecedora decisão, talvez porque, aos olhos
do mundo, ela aponte nítida incompetência nacional no desenvolvimento de
veículos lançadores de satélite (foguetes), modalidade de tecnologia altamente
estratégica, especialmente para países do porte econômico e territorial do
Brasil, detentor de uma das dez maiores economias do planeta.
Toda a responsabilidade recai, inevitavelmente, sobre
quem estava à frente do projeto: o IAE e o DCTA, órgãos executores; a AEB,
órgão político teoricamente responsável pela condução do setor espacial; e os
dois ministérios a que eles se reportam, respectivamente o Ministério da Defesa
(MD) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Desse modo, o
triste desfecho do projeto VLS-1 acabou desnudando o Palácio do Planalto.
Portanto, 16 de fevereiro de 2016 ficará marcado para
sempre como um dia inglório para o setor espacial, quando, em tom apenas
oficioso, a má notícia foi timidamente admitida pelos responsáveis pelo
projeto, na audiência pública promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia,
Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal.
Naquela fatídica data, o presidente da AEB, José Raimundo
Braga Coelho, deu por esgotadas as perspectivas do VLS-1: “A maior prioridade
da área de lançadores hoje destina-se ao Veículo Lançador de Microssatélites
(VLM). Trata- -se de projeto em parceria com a agência espacial alemã (DLR) e
participação efetiva da indústria nacional, em um processo de resultados absolutamente
convergentes”, disse.
Já o brigadeiro Alvani Adão da Silva, então diretor do
DCTA, emendou sobre o VLS-1: “Ele já cumpriu o seu papel de desenvolver
tecnologia, formação de quadros, preparação do centro de lançamento”. E
reforçou o discurso do presidente da AEB: “Hoje, efetivamente, a nossa
prioridade é o VLM, conforme já dito pelo professor Raimundo [...] focamos toda
a nossa atenção, hoje, no desenvolvimento do VLM, que é um veículo muito mais
simples, mais rápido de ser produzido, mais barato, e que entendemos ter um
potencial grande de aplicação”.
Um experiente servidor do IAE assim reagiu a esses
comentários feitos no Senado: “É tudo deprimente. A afirmação de que é ‘mais
simples, rápido e barato’ é reveladora do desconhecimento técnico desses
senhores. Pergunto a vocês: e a grana que foi despendida ao longo dos últimos
13 anos? É simples assim? E a satisfação que nunca foi oferecida aos
profissionais que por 30 anos dedicaram suas vidas ao projeto e agora são
informados de que tudo acabou? É isso mesmo?”
Reunião de 29/2
No dia 29 de fevereiro, os funcionários do IAE ouviram
uma explicação oficial da extinção do projeto (já registrada na Rapidinha 4, de
22 de março). Na ocasião, o coronel Antonio H. Blanco Ribeiro explanou sobre a
atual situação do VLS-1 e as propostas de novos lançadores e sondas. O coronel
Blanco abriu sua exposição com uma metáfora bastante ilustrativa, dizendo que
chegou o momento de “colocar o coração de lado”. Uma outra forma de comunicar
que Aeronáutica e AEB decretaram o fim do projeto VLS-1.
Em seguida, o oficial disse que a falta de recursos
impossibilitou o andamento das atividades relacionadas ao VLS-1 e o
desenvolvimento do projeto. Mas ele alegou também que, ainda que todo recurso
financeiro necessário fosse disponibilizado, haveria impossibilidade de um
lançamento do VLS-1 dentro dos próximos anos. Componentes essenciais para um
bom funcionamento do lançador estariam chegando ao fim do prazo de validade.
Mesmo assim, o coronel procurou dar um tom otimista à apresentação: relembrou a
família de foguetes de sondagem desenvolvidos com sucesso pelo IAE (Sonda 1,2
3, 4 e VS-40) e considerou que o desenvolvimento do VLS-1 foi “um grande salto
de desenvolvimento”.
Dada a existência de uma grande lacuna entre o VS-40 e o
VLS-1, o IAE pretende preenchê-la por meio do desenvolvimento dos seguintes
lançadores: VS-43, VS-50 e VLM. O VS-43 seria um veículo simples, com
subsistemas menores e dimensão mais próxima da parte alta do VLS-1
(aproveitando o grande estoque de material do VLS-1). Entre as missões do
VS-43, de microgravidade e reentrada da atmosfera, o foguete também faria
ensaio em voo do SISNAV (Sistema de Navegação de Foguetes em desenvolvimento no
DCTA), ensaio de eventos para satelitização e preparação para o VS-50 e VLM.
O VS-50 teria dois estágios e seu principal objetivo
seria o desenvolvimento do motor. Com o VS-43 e o VS-50, poderiam ocorrer
diferentes combinações de montagens de motores e estágios, abrindo o leque de
possibilidades para o VLM. A Torre Móvel de Lançamento (TMI) de Alcântara (MA)
poderia ser utilizada, porque 1) os novos lançadores seriam de dimensões
próximas ao VLS-1 e 2) ela foi projetada de modo a permitir ajustes de altura
nas plataformas, visando novos modelos de lançadores.
Foto: Andreia Sorice Genaro
VLS-1(v03) na torre de lançamento do CLA,
em agosto de
2003.
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O que nos falta?
Um programa espacial exitoso é aquele que confere ao país
autossuficiência para colocar satélites em órbita e deixá-los em pleno
funcionamento. Ou seja, dominar tecnologias para desenvolver foguetes e
satélites, além de manter um centro de lançamento. São partes importantes do
programa o rastreamento dos satélites para envio de telemetrias e telecomandos,
bem como as estações terrenas para recepção e envio de dados ao satélite Ao
Brasil, “Grosso Modo”, falta o lançador, ou seja, o foguete capaz de colocar
satélites em órbita.
No entanto, agora abre-se um fosso ainda maior para
desenvolvê-lo, tanto por conta da decisão das autoridades do setor de abandonar
o projeto VLS-1, como pela perda de pessoal por aposentadoria, já que a equipe
que vem desenvolvendo o projeto por três décadas está em vias de se aposentar, podendo
levar a uma perda de conhecimento irreparável.
“Temos aqui no Brasil o que pode ser chamado ‘atividades
espaciais’ e não um programa espacial, porque, conceitualmente, para
denominá-lo assim teríamos que ter um processo completo dominado e em pleno
funcionamento”, explica um pesquisador do IAE que pediu para não ser
identificado.
Quando se indaga aos envolvidos no projeto os motivos
pelos quais o VLS-1 não obteve êxito, as respostas apontam vários fatores:
falta de recursos e descontinuidade dos repasses; o acidente de 2003 em
Alcântara; as incontáveis revisões de projeto, sobretudo após o acidente; os
atrasos da empresa Mectron/Odebrecht; a falta de pessoal; a falta de domínio
tecnológico de subsistemas críticos; e outros.
“Uma análise técnica mais criteriosa, possivelmente,
apontou sua inviabilidade técnica por obsolescência, que é na verdade um
desdobramento de um problema de gestão transcorrido ao longo de três décadas.
Um projeto assim não pode ficar tanto tempo sendo preparado, porque as peças
envelhecem e depois não conseguem ‘conversar’ entre si. A mera substitui- ção
pode não funcionar porque será preciso fazer adaptações, que d e p e n d e n d
o do caso podem inviabilizar o próprio projeto. Isso não é exclusividade do
VLS-1: é assim para todo tipo de desenvolvimento tecnológico”, avalia outro
servidor do IAE.
Embargo Foguetes servem tanto para conduzir um satélite
como uma carga militar: um artefato explosivo, por exemplo. Por essa razão, são
mais sujeitos a embargos e restrições do que um satélite, e este é um dos
grandes desafios.
O VLS-1 só pôde ser testado porque o Brasil, valendo-se
de uma parceria de altíssima confiança, conseguiu comprar da Rússia quatro
Sistemas de Controle de Atitude e Órbita (AOCS, na sigla em inglês). Sob o comando
de um computador em solo e outro embarcado, um AOCS corrige a rota do veículo
em voo.
Dois dos AOCS fornecidos pela Rússia foram usados para
testes do VLS-1, em 1997 e 1999. O terceiro explodiu no acidente ocorrido no
Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em 2003. O quarto e último foi
inutilizado quando foi realizada engenharia reversa, que consiste em desmontar
e tentar entender um determinado equipamento. Atualmente, uma versão nacional
de AOCS está em fase avançada de desenvolvimento no Laboratório de Sistemas
Inerciais para Aplicação Aeroespacial (LabSIA), parceria entre DCTA e INPE.
Uma outra questão que pode ter comprometido o VLS-1, em
termos de embargos, foi o tipo de propelente empregado: o sólido, que é o mesmo
utilizado em mísseis. Em tese, o VLM não enfrenta esse problema, porque utiliza
propelente líquido.
“Começar do Zero”
“Sinceramente dizendo, vamos começar do zero. Não tem
nada do VLM. Quem falou que é simples assim, substituir um projeto por outro,
apenas quis amenizar a conversa. Acredito que o problema pode ser de
governança, pois já tivemos doze diretores do IAE nesses 30 anos; e nos últimos
dez anos, seis ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação. Isso explica muita
coisa”, diz um servidor do IAE.
Ele não mencionou, mas pode ser acrescentado o rodízio
habitual nos cargos de direção do DCTA. Por exemplo: o brigadeiro Alvani, um
dos autores do anúncio de extinção do VLS-1, já não é mais o diretor geral do
DCTA, tendo assumido, em 10/3, a Chefia de Assuntos Estratégicos (CAE) do
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).
De um lado, as periódicas promoções e substituições de
oficiais superiores — tenentes-coronéis, coronéis-aviadores, brigadeiros — nos
cargos de comando, que são usuais e características da hierarquia militar,
podem vir a ser prejudiciais caso esses cargos respondam pela direção de órgãos
encarregados de projetos científicos de longo prazo, ou caso sejam importantes
chefias ou gerências de tais projetos. Por outro lado, nem sempre o oficial
nomeado para determinado cargo de órgão ligado ao setor espacial tem a
necessária disposição para exercê-lo.
Como já apontado na audiência do Senado pelo
representante do SindCT, foguetes lançadores de satélites civis devem ser
desenvolvidos por civis. No entanto, mesmo depois que a Comissão de
Investigação identificou graves erros de gestão na origem da tragédia de
Alcântara (2003), o comando do programa permaneceu nas mãos do DCTA.
De outro lado, equívocos nas definições da política de
ciência e tecnologia afetam diretamente o setor espacial, em função de um
ministério frágil, ora “capturado” por interesses privatistas, ora utilizado
pelo governo como moeda de troca com partidos aliados, disso decorrendo
constante troca de ministros. Da AEB já se conhece a extensa lista de erros
cometidos (ver, p. ex., edição 40 do Jornal do SindCT).
Assim, se quisermos usar um vocábulo emprestado da
informática, o “problema de governança” do VLS tem interface militar e
interface civil. Parece nascer da combinação inusitada entre a frequente troca
de gestores na área militar (vinculada às necessidades organizacionais da
Aeronáutica) e a frequente troca de gestores no MCTI (vinculada às necessidades
políticas do governo federal). Por outro lado, como visto, a própria gestão do
projeto por militares é questionável, sendo um grande ponto de interrogação a
real influência e participação da AEB no debate sobre o destino do VLS.
A direção do IAE foi contatada inúmeras vezes pelo Jornal
do SindCT, mas não respondeu.
Fonte: Jornal do SindCT -
Edição 46ª – Março-Abril de 2016
Comentário: Bom leitor, já
falei por diversas vezes sobre esta questão do VLS-1 e do PEB e sinceramente
não tenho nada mais a acrescentar. Poderia até aqui fazer uma pergunta objetiva ao Brigadeiro Alvani Adão da Silva em nome da farda que ele veste, mas estou cansado de toda esta palhaçada e prefiro me abster de fazer isso. O PEB desde que passou para as mãos de governos civis se transformou numa tremenda palhaçada em prol de interesses outros nocivos aos interesses de nosso país, e que deveria levar muita gente ao paredão de fuzilamento. Estou cansado disto tudo.
Temer já esta mostrando que pensa na ciência do país, querendo nomear o bispo Marcos Pereira da igreja Universal para o cargo de ministro da ciência.
ResponderExcluirTivemos com êxito o lançamento do míssil de cruzeiro AV-TM 300. Temos tecnologia madura hoje para mísseis com alcance maior que os 300 KM que estão no limite do alcance para exportação. Até 2020 as forças armadas terão mísseis modernos de fabricação nacional com médio alcance até 300KM, assim como a marinha terá seu sonhado submarino nuclear em breve. Nosso PEB não é um fracasso. Apenas demoramos para entender que há sim objetivos secretos em nosso programa conduzido por militares. E quanto a AEB, acho apropriada a interpretação que o Duda lhe confere: Agência Espacial de Brinquedo.
ResponderExcluirPelo que sei, o VLM também usará combustível sólido, ao contrário do citado na reportagem.
ResponderExcluirOlá Eng. Ageu Alves!
ExcluirSim usará em sua versão inicial só combustível sólido. porém em versão outras se planeja usar também propulsão líquida, seja nas versões lançadas de Alcântara, seja nas versões europeias previstas para serem lançadas de Esrange, na Suécia. Entretanto até agora tudo isto não passa de simples fantasia.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
A descrição de um "AOCS" comprado da Russia é completamente equivocada. Nunca houve engenharia reversa de equipamentos russos. O projeto SISNAV utiliza tecnologia ótica e não mecânica e é totalmente nacional. O laboratório de Sistemas Inerciais chama-se LINCS e não labsia (este diz respeito a controle de satélites). Parece que a pessoa que escreveu esse artigo está mais por fora que cinta de barril.
ResponderExcluirHeisenberg , é sempre bom contar com seus esclarecimentos , precisamos muito da Verdade em todas as áreas, o Brasil muito da verdade para mudar para melhor.
ExcluirOlá Sr. Heisenberg!
ExcluirÉ verdade, a jornalista Shirley Marciano se equivocou nos pontos citados pelo senhor, mas no geral ela fez uma boa reportagem. Afinal quem não erra, o pior são aqueles que erram sabendo que estão errando motivados por razões discutíveis e imorais, estes sim são os que deviriam estar agora enfrentando um paredão de fuzilamento ou uma guilhotina. E olha que não são poucos.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Duda concordo com vc. Nosso problemas técnicos são perfeitamente superáveis. O problema humano é que é bem mais difícil. Principalmente diante de nossas leis...
ExcluirAfinal Suzane von Richthofen vai sair da prisão para o dia das mãe e ela não tem mãe porque ela mesma a matou. Nós nos bastamos...
Verdade Sr. Heisenberg!
ExcluirEste exemplo dado pelo senhor é uma clara constatação do que eu venho dizendo há anos, ou seja, o Brasil se quer é um país de verdade, somos na realidade um Território de Pirantas cheio de situações estapafúrdias com esta, pois é no caos que essa gente opera e prolifera. Enquanto não formarmos cidadãos coisas como esta continuarão ocorrendo e proliferando em todos setores da sociedade, imagine na Classe Politica.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Heisenberg. Boa tarde!
ResponderExcluirEm 1997 na época do 1º vôo do VLS,o uso da tecnologia óptica (Fibra óptica) era ainda incipiente (ao menos no Brasil). Assim, talvez seja factível;que os pesquisadores Brasileiros, tentaram copiar o sistema mecânico, das plataformas inerciais comprada dos Russos.
Ageu
ResponderExcluirÉ sabido que a plataforma inercial (mecânica) foi comprada da Russia. Mas isso nem de longe é um AOCS. A tecnologia daquela plataforma já era obsoleta na época e só foi adquirida devido ao embargo contra o PEB. O sistema de controle do VLS foi totalmente projetado no Brasil e sem ajuda externa. Somente quando já estava pronto foi submetido a uma revisão externa chamada CDR critical design review
MSG de Despedida do foguete VLS-1:
ResponderExcluirAgradeço Imensamente pela Oportunidade que não houve:
Compartilho com todos os Brasonautas
“ Nunca imaginei que este momento chegaria tão rápido, apesar de vários anos já terem se passado, parece que foi ontem que fui projetado e desenhado em uma prancheta no IAE, aquelas boas linhas tão bem traçadas. Cada um dos engenheiros dedicados com o futuro do PEB, marcou definitivamente a minha história, felizmente de forma muito negativa, por falta de uma política responsável, e principalmente a falta de financiamentos corretos, outros seguiam o mesmo destino, com certeza levarei por toda a minha lembrança abstrata, a certeza de que tentei levar o Brasil, até o espaço.
Foram muitos momentos de tentativas e erros em Alcântara, outros fatídicos , mas todos eles contribuíram imensamente para que eu não saísse da inercia plataforma , sobretudo, como uma máquina venerada por todos os entusiastas brasileiros. Quero agradecer por cada segundo dispensado comigo, por cada torcida nos blogs, nos grupos de pesquisa, nos institutos, o pessoal do CTA, INPE e principalmente o meu berço, o famoso IAE.
Entrarei em estado letárgico, quem sabe! Confinado em uma sala climatizada, aposentos de hibernação, nos armários do IAE. Talvez com muito mais preparo e competência, os futuros projetos que me substituirão, serão mais importantes e acima de tudo responsáveis. De tudo, amanhã !! estou disposto a ser um exemplo de doador, os engenheiros, aproveitaram quase tudo, quem sabe: Uma tubeira, uma empena, um sistema de ignição. Esta despedia não significa um adeus, apenas, que sirva de exemplo para o futuro, se nos quisermos ser grande como o americanos, russos, japoneses, indianos, chineses, inclusive os nossos Hermanos Argentinos.
Levarei cada um de você, torcedores fieis do Programa Espacial Brasileiro, no meu simbólico e abstrato coração metálico, uma gratidão enorme pelas sinceridade, otimismo e esperança, e pela satisfação proporcionada quando estava, esguio para ser testado o lançado. Que o sucesso continue ao lado de cada um de vocês e a continuação da mesma torcida , para o próximo projeto que há de vir”.
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Um crime.Verba para concluir o VLS não teve mas, milhões foram desperdiçados naquele acordo insano com a Ucrânia.Sei que esse não é um espaço para discutir política e nem morro de amor pelo atual governo.Mas o que está acontecendo é uma tragicomédia e panorama é sombrio.
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