CLA Ganha uma Nova Torre de Lançamentos de Foguetes


Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada no jornal “O Estado do Maranhão” de hoje (02/07), destacando que o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) ganha nova torre de lançamento para foguetes.

Duda Falcão

CLA Ganha uma Nova Torre

para Lançamentos de Foguetes

Apresentada ontem no Centro de Lançamento de Alcântara

a nova Torre Móvel de Integração (TMI), cujas obras se
encontram em fase de finalização; em meados de 2011
será lançado o foguete de tecnologia ucraniana Cyclone 4

Bruna Castelo Branco
Enviada Especial
O Estado do Maranhão
02/07/2010

Fotos/Biaman Prado

A nova Torre Móvel de Integração, no CLA, de onde serão feitos lançamentos de foguetes nacionais e de parcerias com outros países


ALCÂNTARA - A diretoria do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, apresentou, ontem, oficialmente a nova Torre Móvel de Integração (TMI), que se encontra com as obras em fase de finalização. A TMI foi elaborada para atividades com o Veículo Lançador de Satélites (VLS).

A apresentação ocorreu por ocasião da assinatura, na manhã de ontem, no CLA, do termo de entrega da área para o início das instalações físicas e sítio de lançamento da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), de onde será lançado o foguete de tecnologia ucraniana Cyclone 4 em meados de 2011. A previsão é de que a pedra fundamental do sítio seja colocada no dia 16 de setembro, em cerimônia com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com a estrutura física já concluída, a nova TMI deve ser finalizada em dezembro. No momento, ainda falta o encadeamento dos sistemas eletrônicos para que sejam iniciados os testes. A previsão é de que todos os sistemas da nova torre comecem a ser testados entre os meses de outubro e dezembro. “Em outubro teremos aqui um VLS completo, apenas sem o motor de propelente. Esse protótipo será necessário para que se faça testes em todas as conexões. A obra será entregue em dezembro e em 2012 deverá acontecer o primeiro lançamento do VLS a partir da nova TMI e do Cyclone em parceria com outros países”, informou o diretor do Centro de Lançamento de Alcântara, tenente coronel aviador, Ricardo Rodrigues Rangel.

Nova TMI - Segundo o coronel Rangel, apesar de ter a mesma aparência externa da antiga plataforma de lançamento, que foi destruída em 2003, a nova TMI tem um projeto bem mais complexo e seguro que o elaborado há 15 anos. Orçada em R$ 47 milhões, o novo formato priorizou ainda mais os sistemas de seguranças como, por exemplo, a Torre de Escape construída interligada ao sistema que permite várias possibilidades de sair do local em caso de um início de incêndio ou de algum incidente que seja necessário evacuar o local com mais agilidade. Com três formatos de escapes, sendo por escada, ferro de apoio ou queda livre, o projeto tem como foco permitir mais segurança aos técnicos durante uma operação de lançamento.

A quase finalização da TMI, apresentada em paralelo à assinatura do convênio entre o CLA e a ACS para a construção de um novo sítio de lançamento voltado, principalmente, para parcerias internacionais, legitima a importância do Centro de Lançamento de Alcântara para o Programa Espacial Brasileiro. Ainda este ano, o CLA deverá realizar lançamentos de pequeno e médio porte que servem de preparação para atividades maiores e ainda almeja possibilidade de expansão. De acordo com o coronel Rangel, na área atualmente ocupada pelo CLA há espaço para a construção de mais quatro sítios de lançamentos. “Esses sítios de lançamento são independentes ao que está sendo construído para o VLS e também para o da Cyclone Space”, comentou.


Ricardo Rangel fala sobre a TMI

Acidente Destruiu o VLS-1 na Plataforma

O mais trágico acidente da história do Programa Espacial Brasileiro que aconteceu no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no município de Alcântara no Maranhão, destruiu o foguete VLS-1 e deixou o saldo de 21 mortos, no dia 22 de agosto de 2003. O acidente aconteceu com o foguete ainda em terra e todas as vítimas foram técnicos e engenheiros da equipe de manutenção que trabalhava na plataforma de lançamento. A explosão abalou o país e provocou graves repercussões na política espacial do Brasil.

As causas apontadas por peritos responsáveis pela investigação do acidente identificaram que uma descarga elétrica no interior do detonador tenha causado o acionamento dos propulsores do foguete. Não foi detectada falha humana, mas muitos peritos em tecnologia espacial identificaram que a falta de recursos pode ter prejudicado a segurança do projeto. Este foi o maior e mais grave acidente da história do Programa Espacial Brasileiro, que está em funcionamento desde os anos 50 e o primeiro com vítimas.

Cerca de US$ 12 milhões foram investidos nos três anos para realização da campanha de lançamento do VLS. Metade desse valor foi empregada na construção e desenvolvimento do foguete. Outros US$ 1,5 milhão foram usados no desenvolvimento dos dois satélites que estavam embarcados no VLS. A tragédia com o foguete - que tinha 19 metros de altura e pesava 50 toneladas, 47 dos quais correspondendo a combustível - poderia ter sido maior ainda se ontem tivesse sido um dia normal de trabalho.

Folga - A maioria dos 230 técnicos e engenheiros que trabalhavam diretamente na missão de lançamento estava fora da base em um dia de folga, depois de ter participado de uma operação de lançamento simulada no dia anterior foi considerada um sucesso por não ter sido detectado nenhum tipo de problema.

Na época, a Força Aérea Brasileira informou que as duas plataformas de lançamento – a do VLS e a de lançamento médio, que estão distantes cerca de 100 metros uma da outra – foram completamente destruídas pela explosão e os destroços foram derretidos pelo calor do combustível queimando. No momento da explosão, a temperatura chegou a dois mil graus.


Fonte: Jornal O Estado do Maranhão - pág. 05 - 02/07/2010

Comentário: Grande matéria da jornalista Bruna Castelo Branco (estava com saudades de suas matérias, já que as ultimas do jornal “O Estado do Maranhão” não havia sido assinadas por ela, o que me levou a acreditar que a mesma não estava mais no jornal) que descreve com propriedade esse novo e maravilhoso equipamento construído pelo consorcio Jaraguá/Lavitta para o Comando da Aeronáutica e para o PEB. Único ponto de real relevância para o PEB neste evento ocorrido ontem no CLA a construção dessa plataforma nos trás a esperança que finalmente alcançaremos a auto-suficiência espacial, pelo menos nos lançamentos de micros e pequenos satélites. Uma vitória do IAE/DCTA, da Aeronáutica e do Brasil e que esta muito próxima de se tornar realidade. Lembrando ao leitor que neste mês de julho está marcado para acontecer do CLA o primeiro lançamento do novo foguete de treinamento da Avibrás, ou seja, o FTI (Foguete de Treinamento Intermediário). Vamos aguardar os acontecimentos.

Comentários

  1. Realmente maravilhosa notícia sobre a TMI. Alias acho que a melhor do ano. Fico muito feliz quando vejo um projeto desses em pleno andamento e sem os entraves costumeiros. Como Brasileiro acredito que estejamos próximos dessa tão sonhada conquista, mas como um animal racional me sinto apreensivo, cético e inseguro sobre o restante da matéria que fala sobre o Cyclone 4.

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  2. Caro Duda Falcão,
    Gostaria de relatar que a matéria está equivocada quando diz, no seu último parágrafo, que ocorreram danos em uma plataforma de lançamento médio, distante 100m da plataforma do VLS. Esta plataforma é denominada LPM, Lançador de Porte Médio, utilizado para lançamentos de foguetes de sondagem, tais como o VSB-30 e VS-40, e não sofreu dano algum por ocasião do acidente de 2003.
    Grande Abraço,
    Carlos A. Kasemodel

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  3. Pois é Ramon, realmente é uma notícia maravilhosa amigo e certamente alavancará o projeto do VLS-1 e do VLM-1. Quanto ao Cyclone-4 é mesmo pra ficar apreensivo, já que as chances dessa coisa dar certo são mínimas.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  4. Boa noite Cel. Kasemodel!

    Já estava desconfiado que a Bruna havia se equivocado neste ponto, pois acompanhei intensamente o evento na época do acidente e não houve qualquer citação sobre a danificação da LPM. No entanto, agradeço uma vez mais sua participação no blog esclarecendo esse ponto aos nossos leitores.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  5. Apenas para dar crédito aos executores da nova torre - foi o consórcio Jaraguá (Sorocaba-SP) / Lavitta (Curitiba-PR) e a empresa que executou a estrutura metálica e fechamentos da nova torre - Estrutel - de Lençóis Paulista-SP, a qual me orgulho em fazer parte do quadro de funciónários.

    Benedito

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  6. Ok Benedito!

    Seja bem vindo amigo ao blog e valeu pela informação.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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