CLA - Base Espacial no Maranhão Esbarra em Disputa Histórica
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo postado ontem (24/12) no site do
“defesanet,com”, destacando que a Base Espacial no Maranhão (CLA) esbarra em
disputa histórica.
Duda Falcão
COBERTURA ESPECIAL - ESPECIAL
ESPAÇO - TECNOLOGIA
CLA - Base Espacial no Maranhão
Esbarra em Disputa Histórica
Governo quer atrair parceiros internacionais, mas
moradores reivindicam área
Cleide Carvalho
Especial DefesaNet
24 de Dezembro, 2017 - 14:00 ( Brasília )
Visita do Presidente Michel Temer ao CLA.
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Governo quer atrair parceiros internacionais com aumento
de tamanho do centro, mas moradores reivindicam área e protestam contra falta
de diálogo Governo estima que parcerias internacionais podem render US$ 1,5
bilhão, mas famílias terão que ser removidas
A possibilidade de ampliação do Centro de Lançamento de
Alcântara (CLA), no Maranhão, tem tirado o sono de moradores do município.
Implantada na década de 1980 com o deslocamento de 312 famílias que moravam na
faixa litorânea, a base de Alcântara ocupa 8.713 hectares e está subutilizada
desde 2003, quando um foguete foi acionado subitamente, antes da data prevista,
e pegou fogo, matando 21 pessoas. Por falta de foguete, a base nunca colocou um
satélite na órbita da terra.
CLA Impasse. Por falta de foguete, a base de Alcântara
(MA) nunca colocou um satélite na órbita da terra e está subutilizada desde
2003, quando um acidente matou 21 pessoas Com localização privilegiada -
próxima à linha do Equador - e promessa de reduzir em até 30% o custo de um
lançamento de satélite, no último ano o CLA voltou a receber comitivas de
países interessados em utilizar as instalações, entre eles França, Itália e
Coreia do Sul. Uma proposta foi entregue ao Departamento de Estado
norte-americano e, num fórum de investidores em São Paulo, no primeiro semestre
deste ano, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou que o CLA está pronto
para uso de países parceiros.
O problema é que, para abrigar novos sítios de
lançamento, o CLA tem que aumentar de tamanho. A estimativa é que terá que
avançar mais 12.645 hectares sobre o município, obrigando a retirada de
famílias e restringindo o acesso ao mar de comunidades que hoje vivem da pesca.
Segundo o coronel Luciano Rechiuti, diretor do CLA, o objetivo é fazer o que
não foi feito desde a década de 1980: a segunda etapa do plano diretor da base.
Na prática, a área de expansão ocupará uma faixa de praia de pelo menos 10
quilômetros, o dobro da usada atualmente.
Em 1991, um decreto do então presidente Fernando Collor
de Mello declarou de utilidade pública 62 mil hectares no município de
Alcântara, área totalmente reservada ao CLA. Segundo a Casa Civil da
Presidência da República, o que está em discussão agora é a efetiva utilização
da área, mas ainda não se sabe quantas pessoas terão que ser removidas. Apesar
do decreto de 1991, desde 2008 ações na Justiça estabeleceram um conflito
fundiário, já que os moradores da região pedem titulação de terras por meio do
programa de regularização de áreas quilombolas. Em 2010, o assunto foi parar na
Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal.
O reassentamento feito entre 1986 e 1987 deixou marcas na
população. Os moradores foram retirados da faixa litorânea e transferidos para
agrovilas distantes do mar. A ideia era transformá-los em pequenos produtores
rurais. Segundo o defensor Yuri Costa, da Defensoria Pública da União, sem
irrigação, a maioria das plantações não prosperou e ainda hoje as famílias
percorrem 20 quilômetros de bicicleta para conseguir pescar.
Segundo relatório do Conselho Nacional dos Direitos
Humanos, que esteve em Alcântara em agosto passado para ouvir os moradores, a
Agrovila Marudá, uma das formadas por reassentados, não tem sequer escola de
ensino fundamental e médio e os jovens têm que ir para São Luís para estudar.
Cerca de 40 casas estavam vazias e as famílias foram para a periferia da
capital, em busca de emprego.
No último dia 18 de dezembro, a Defensoria Pública da
União expediu ofício ao Ministério da Defesa e à Casa Civil da Presidência
requisitando informações sobre o impacto que o projeto terá sobre a população
do município.
- As autoridades têm falado publicamente sobre o assunto,
mas os moradores não foram informados, nem ouvidos. É gente muito simples,
humilde, muitos descendentes de escravos. O fato é que a tecnologia de ponta do
CLA nunca melhorou a vida dos moradores. Ao contrário, a vida de muitos deles
piorou muito - afirma o defensor.
Ao GLOBO, a Casa Civil informou que não há prazo definido
para a retirada de moradores e que ela será "objeto de discussão com a
própria comunidade no momento oportuno".
- Não se trata de expansão. O plano diretor existe desde
a década de 80 e previa 22 mil hectares de área operacional. A construção seria
em quatro etapas, mas só duas foram concluídas. As fases 3 e 4 nunca
aconteceram. É um projeto de Estado e o decreto ainda é válido - diz o coronel
Rechiuti, diretor do CLA.
Na nova área a ser ocupada pela base, a ideia é fazer
três corredores de acesso até a praia. A Casa Civil informa que, a depender da
extensão dos corredores, será planejada a forma de utilização e locomoção das
comunidades.
O advogado Danilo Serejo, que nasceu em Alcântara e
participa das discussões sobre como garantir os direitos das famílias, diz que
quando há lançamentos as pessoas não podem pescar e não são ressarcidas por
terem deixado de ganhar. Na avaliação dele, a expectativa de desenvolvimento
gerada pela instalação da base de lançamento de satélites nunca se tornou
realidade.
- Ao longo de quatro décadas da base, que tem tecnologia
de ponta, pouco melhorou a condição de vida nos moradores locais. Quando a base
foi criada, eles acreditaram. Agora, não acreditam mais. Não tem como olhar
como uma coisa boa - diz o defensor.
Alcântara é hoje um município de pouco mais de 21 mil
habitantes. Segundo dados do IBGE, apenas 4,3% dos moradores estão ocupados e
56,4% dos domicílios vivem com menos de meio salário mínimo. O CLA emprega
cerca de 940 pessoas, entre civis e militares.
Segundo dados da Agência Espacial Brasileira, R$ 385
milhões foram aplicados no CLA entre 2009 e março de 2017, dos quais R$ 306
milhões no desenvolvimento de projetos. Documentos apresentados à Câmara dos
Deputados mostram que serão necessários R$ 250 milhões para a operação da base
em 2018. Nos últimos dois anos houve corte de recursos para o CLA e projetos
foram adiados. Segundo informações do Comando da Aeronáutica, também
apresentadas aos parlamentares, boa parte dos servidores civis - cientistas e
técnicos com experiência acumulada na operação há 34 anos - está prestes a se
aposentar. Como não são feitos novos concursos para contratação, a experiência
pode se perder por falta de gente nova a ser treinada.
META É INVESTIR EM MICROSSATÉLITES
Ceder o espaço para países parceiros é a esperança de
reviver o sonho da chamada "janela brasileira para o espaço". Se os
planos vingarem, fala-se até mesmo na construção de um hotel e de um porto para
permitir a chegada direta de equipamentos ao centro e abrigar a mão de obra
estrangeira, sem contar a possibilidade de criação, no futuro, de um polo de
indústria aeronáutica. Ou seja, tudo isso vai precisar de lugar para ser
instalado.
A meta do centro é investir no lançamento de
microssatélites, menores do que os satélites convencionais e que pesam até 150
quilos. As obras de adaptação da torre de lançamento devem começar em 2018, os
testes, em 2019, e o lançamento efetivo, se nada atrasar, em 2021.
O Ministério da Defesa já estimou que as parcerias com
outros países podem gerar receita de US$ 1,5 bilhão ao CLA. O mundo tem hoje
cerca de 1.460 satélites em órbita, 40% deles comerciais - um mercado estimado
em US$ 330 bilhões.
Nota DefesaNet
É quase impossível avançar com o desenvolvimento do CLA.
O Ministério Público Federal tem sido um fiel guardião que qualquer atividade
prevista não avance de forma alguma.
Emboras as tratativas do atual Comandante da Aeronáutica,
o Brigadeiro Rossato, as dificuldades são enormes.
Fonte: Site www.defesanet.com.br
Comentário: Leitor, a questão quilombola é de fácil solução e não se resolve porque eles precisam desta desculpa para manter tudo com está e ganhar tempo para implantar o plano de se dar bem, entregando a quem pagar mais o sonho dos pioneiros. É o fim do PEB. Estou casando de toda essa palhaçada, o Programa Espacial Brasileiro (PEB) acabou
e vai permanecer morto enquanto esses POPULISTAS DE MERDA continuarem no poder.
Se realmente houvesse no Brasil um governo sério e comprometido com os
interesses e com o desenvolvimento do país, eles reuniriam a comunidade
cientifica num grande evento para formalizar junto com quem é do ramo um documento
com diretrizes politicas, planejamento estratégico e
logística para o setor e utilizariam a sua bancada politica de apoio no Congresso
para aprovar o mais rápido possível o que quer que fosse necessário para
implantar essas diretrizes. Isso tudo ai é papo furado, esses
vermes estão caminhando para entregar a outras nações o pouco que ainda resta.
É o fim senhores e por acreditarmos nisto, o ano de 2018 será o ultimo online do Blog BRAZILIAN
SPACE. Chega de fantasias.
No Brasil todo e no mundo se constrói hidrelétricas,rodovias,ferrovias,duplica-se avenidas e realiza-se outras obras.Para tanto remove-se hospitais,escolas,residências;extingue-se pontos comerciais.Para isso indeniza-se,negocia-se,compensa-se de alguma forma.Já em Alcântara vemos essa novela.Qual o obstáculo intransponível impede que se negocie com essa gente.Que se arranje para eles outro espaço até melhor.Não há necessidade de arbitrariedade para fazer prevalecer o interesse nacional que é prioritário.O que realmente acontece nos bastidores não sabemos com certeza.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPorque é tão difícil uma expansão? Porque simplesmente não fazem uma area aterrada sobre o mar? Assim acaba a novela com esses moradores.
ResponderExcluirDuda não preciso ressaltar a importância do BLOG para mudar seu ânimo já que é justificado. Não espere nenhuma mudança para 2018. Com respeito ao PEB teremos as mesma palestras, visitas, assinaturas de convênios e absolutamente nada de resultados concretos. Essa embromação só cessará quando um governo sério assumir o país e determinar que haja, de fato, um programa espacial para o país. Ou seja, se o povo brasileiro acordar e votar em gente séria, em 2019 poderemos ter alguma notícia realmente relevante.
ResponderExcluirOlá Sr. Heisenberg!
ExcluirNão espero e justamente por isso que já maquei o fim do Blog para dezembro de 2018.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Logo no início do governo Lula o PT correu para regularizar as terras dos Quilombolas para impedir a expansão do CLA. O Brasil se vê, mais uma vez, no dilema de não poder fazer por estar refém do corporativismo que toma conta de todas as instâncias e organizações governamentais. E como este governo não tem moral alguma, por ser chefiado por um corrupto e líder de organização criminosa, nada fará. Será preciso um governo de pulso que desloque os quilombolas para outra região, queiram eles ou não. Afinal, o que vale mais: desenvolver o Brasil ou manter a miséria de um povo apenas para dar boquinha para vagabundo mamar nas tetas do governo.
ResponderExcluirOlá Bernardino!
ExcluirUm governo de pulso e comprometido, sem dúvida, mas não é necessita nenhuma especie de truculência. Basta sentar para efetivamente conversar com eles e cumprir com ações efetivas o que já havia sido prometido as comunidades desde a implantação da base e não foi cumprido. Se fizerem isso, não haverá problema algum.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)