Segundo o INPE e a Fundação SOS Mata Atlântica o Desmatamento da Mata Atlântica Cresce Quase 60% em Um Ano
Olá leitor!
Segue abaixo nota postada dia (29/05) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que o desmatamento
da Mata Atlântica segundo o instituto cresceu quase 60% em um ano.
Duda Falcão
Desmatamento da Mata Atlântica
Cresce Quase 60% em Um Ano
Segunda-feira, 29 de Maio de 2017
A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram nesta segunda-feira (29/5) os novos dados
do Atlas da Mata Atlântica, referentes ao período de 2015 a 2016. O estudo
aponta o desmatamento de 29.075 hectares (ha), ou 290 Km2, nos 17
Estados do bioma Mata Atlântica – representando aumento de 57,7% em relação ao
período anterior (2014-2015), referente a 18.433 ha.
Neste levantamento, a Bahia foi o estado que liderou o
desmatamento com decréscimo de 12.288 ha – alta de 207% em relação ao ano
anterior, quando foram destruídos 3.997 ha. Dois municípios baianos – Santa
Cruz Cabrália e Belmonte – lideram o ranking dos maiores desmatadores, com
supressão de 3.058 ha e 2.119 ha, respectivamente. Se somados aos desmatamentos
identificados em outras cidades do Sul da Bahia, como Porto Seguro e Ilhéus,
cerca de 30% do total do bioma foi destruído nessa região, que historicamente é
conhecida pela chegada dos portugueses e pelo início da colonização do país.
Um sobrevoo realizado por técnicos da SOS Mata Atlântica,
em 16 de maio deste ano sobre os municípios de Santa Cruz Cabrália e Belmonte,
constatou queimadas em floresta, conversão da floresta em pastagens e processos
de limpeza de áreas onde o entorno apresenta forte atividade de silvicultura.
A vice-liderança do ranking do desmatamento da Mata
Atlântica ficou com Minas Gerais, com 7.410 ha desmatados, seguido por Paraná
(3.453 ha) e Piauí (3.125 ha).
Em Minas Gerais, os principais pontos de desmatamento
ocorreram nos municípios de Águas Vermelhas (753 ha), São João do Paraíso (573
ha) e Jequitinhonha (450 ha), região reconhecida pelos processos de destruição
da Mata Atlântica para produção de carvão ou pela conversão da floresta por
plantios de eucalipto. Minas liderou o ranking em sete das últimas nove edições
do Atlas da Mata Atlântica, sempre com municípios dessa região figurando na
lista dos maiores desmatadores.
Já no Paraná, os índices de desmatamento voltaram a subir
pelo segundo ano consecutivo, passando de 1.988 ha destruídos entre 2014 e 2015
para 3.545 ha entre 2015-2016, aumento de 74%. E um alerta continua: a
destruição concentra-se na região das araucárias, espécie ameaçada de extinção,
com apenas 3% de florestas remanescentes.
No Piauí, os maiores desmatamentos ocorreram em Manoel
Emídio (1.281 ha), Canto do Buriti (641 ha) e Alvorada do Gurguéia (625 ha),
municípios limítrofes entre si e próximos ao Parque Nacional Serra das
Confusões. Esse é o quarto ano consecutivo que o Atlas registra padrão de
desmatamento nesses municípios que ficam numa importante região de fronteira
agrícola, que concentra a produção de grãos e é também área de transição entre
a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga.
No período de 2015 a 2016 foi identificada supressão da
vegetação de restinga em 9 dos 17 estados do bioma: Ceará (788 ha), Piauí (244
ha), Santa Catarina (199 ha), Bahia (64 ha), Sergipe (50 ha), São Paulo (32
ha), Rio de Janeiro (29 ha), Paraná (14 ha) e Rio Grande do Norte (6 ha). Já o
desmatamento em mangues aconteceu apenas na Bahia, em uma área de 68 ha.
“Apesar do grande aumento do desmatamento em São Paulo, é
importante destacar que 90% ocorreu por causas naturais, mais especificamente
vendavais e tornados que atingiram os municípios de Jarinu, Atibaia, Mairinque,
São Roque e Embu-Guaçu em 5 de junho do ano passado”, esclarece Flávio Jorge
Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.
A Mata Atlântica está distribuída ao longo da costa
atlântica do país, atingindo áreas da Argentina e do Paraguai nas regiões
Sudeste e Sul. De acordo com o Mapa da Área de Aplicação da Lei nº 11.428, a
Mata Atlântica abrangia originalmente 1.309.736 km2 no território
brasileiro. Seus limites originais contemplavam áreas em 17 estados: PI, CE,
RN, PE, PB, SE, AL, BA, ES, MG, GO, RJ, MS, SP, PR, SC e RS.
*A tabela indica os desflorestamentos, em hectares,
somente das florestas nativas (sem contar outras classes, como vegetação de
mangue e restinga), observados no período 2015-2016, com comparativo e variação
em relação ao período anterior (2014-2015).
Abaixo, total de desflorestamento na Mata Atlântica
identificados pelo estudo em cada período (em hectares):
Faça download de imagens dos mapas do monitoramento em
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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