Mais Sobre os Possíveis Acordos de Salvaguardas Com Outros Países Visando o Uso Comercial do CLA
Olá leitor!
Apesar do tema dessa matéria abaixo não ser exatamente uma
novidade aqui no Blog, o mesmo continua em debate entre os nossos leitores e
certamente na Comunidade Espacial devido ao seu grande significado para o setor
espacial do país. Diante disto, como essa matéria postada dia 12/04 no site
oficial do Ministério da Defesa (MD) foi a mais completa sobre o assunto,
resolvi publicá-la, para que assim apimente ainda mais as discussões sobre essa
nova pseudo iniciativa espacial do Governo.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Quatro Países Manifestaram Interesse em
Parceria Com o
Brasil no CLA do Maranhão
Por Roberto Cordeiro
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
61 3312-4071
Alcântara (MA), 12/04/2017 – Estados Unidos,
França, Rússia e Israel manifestaram interesse em formalizar parceria com o
Brasil para utilização do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no estado do
Maranhão. A informação é do ministro da Defesa, Raul Jungmann, que esteve nesta
quarta-feira (12) conhecendo as instalações do Centro e o programa espacial
brasileiro. Jungmann frisou que qualquer acordo com as partes interessadas se
dará sempre levando em consideração a soberania do Brasil.
“Na semana passada, um grupo francês esteve visitando o
Centro de Lançamento. Obtive informações hoje que o CLA está em condições
operacionais. Ou seja, se houver algumas demandas, o centro pode lançar
foguetes num prazo de uma semana”, afirmou o ministro.
Fotos: Sgt Johnson/FAB
Isto O CLA está em condições operacionais, se houver
alguma
demanda, podemos lançar foguetes num prazo de uma semana.
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Além disso, Jungmann explicou que mantém conversas com a
direção da Embraer Defesa no sentido de o conglomerado nacional, que é sócio na
Visiona, junto com a Telebrás, também fixar acordos com o CLA. A Visiona é a
empresa que contratou junto à francesa Thales o Satélite Geoestacionário de
Defesa e Comunicação (SGDC).
“Vou também procurar o BNDES para que o banco possa
apontar formas de fomento para o Centro de Lançamento. Numa outra frente
conversarei com os responsáveis na Casa Civil da Presidência da República para
equacionar as questões de natureza fundiárias”, contou.
Centro de Lançamento
Na sala do Sistema de Controle Operacional e Disparo
(SCOD), Jungmann conversou com jornalistas. Indagado se a visita ao CLA
tratava-se de “uma cordialidade”, o ministro respondeu: “Não é algo relativo à
cordialidade, é algo relativo ao relançamento de Alcântara.
Isso aqui é um ativo do Brasil. Este Centro, como eu
acabei de ouvir do comandante, é o que tem melhores condições não só
geográficas, mas também em termos de equipamento em todo o hemisfério sul do
planeta. Aqui o Brasil investiu muito e o Brasil tem muito a lucrar com o
relançamento de Alcântara. Nós estamos redefinindo toda a governança e nós
estamos revendo os acordos de salvaguardas. Existe a ideia em firmar exatamente
esses acordos com a Rússia, que tem manifestado interesse; com a França, com
Israel e com Estados Unidos, e nós retiramos o acordo anterior que tínhamos com
os Estados Unidos no Congresso Nacional e vamos reenvia-lo em breve.”
O ministro afirmou também que nunca ocorreu a
descontinuidade do CLA.” No ano passado, nós tivemos dois lançamentos, esse ano
vão ter pelo menos quatro, ou seja, Alcântara nunca parou. O projeto espacial
desenvolvido pela Aeronáutica, pela Ciência e Tecnologia e pela AEB jamais
parou. Agora, ele precisa e vai ter de fato uma recriação e um relançamento.
Vamos criar o Conselho Nacional da área espacial brasileira, o presidente da
República, em breve, deve emitir um decreto a esse respeito e nós vamos,
inclusive, conversar com o setor privado brasileiro. Já conversamos, por
exemplo, com a Embraer, que tem interesse também aqui, e vamos procurar
resolver a questão da área especificamente no que diz respeito aos quilombolas,
porque nós precisamos de mais de 12 mil hectares para que a gente possa ter
aqui até 6 bases de lançamento. E só pra dar uma ideia aos senhores, dado o
mercado hoje e valor de um lançamento de um satélite que pode ir de 30 milhões
a 120 milhões de dólares. Nós temos condições aqui de gerar recursos da ordem
US$1,2 bilhão e a US$ 1,5 bilhão ao ano para o Brasil e evidentemente, com
ganhos para o Maranhão e para toda a região”.
No ano passado, nós tivemos dois lançamentos, esse ano
vão ter pelo menos quatro, ou seja, Alcântara nunca parou.
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E continuou: “O diálogo neste momento não está se dando
porque nós estamos na fase de reenviar esse projeto para o Congresso Nacional e
é importante dizer que nós aqui não vamos trabalhar só com os Estados Unidos,
nós vamos trabalhar, se houver interesse, e se de fato formos adiante, com
diversos países, a Rússia, como foi aqui citado; a França, que esteve aqui
recentemente; Israel também tem interesse. Nós vamos transformar isso aqui em
algo que será plural e, obviamente, também com a participação brasileira, que
deve também ter condições. As empresas nacionais podem explorar esse Centro,
que tem a melhor localização geográfica do mundo e no hemisfério sul é o mais
bem equipado, com instrumentos de ponta e pessoal treinado. Para os senhores
terem uma ideia, ainda há pouco, eu e o brigadeiro Rossato conversamos, que se
for necessário, dentro de uma ou duas semanas, podemos fazer um lançamento.
Está tudo pronto para se fazer um lançamento.”
Acordo
Na conversa Jungmann abordou também a questão fundiária:
“Nesse momento, na Casa Civil, este processo de conciliação está sendo
devidamente finalizado e, pelas informações que nós temos é que já existe um
pré-acordo, para que seja feito o remanejamento dessas famílias, para que elas tenham
absoluta condição de habitação e de, obviamente, levar a sua vida. Agora, esse
centro para ser funcional, para ele poder ser operado e trazer todos os ganhos
que trará em termos de ciência e de tecnologia e, de cursos de extensão na área
aeroespacial, engenharia, inclusive, para a região.”
Jungmann classificou que a defesa do País está
relacionada ao espaço. “Defesa está relacionada ao espaço, à questão de
desmatamento, enfim, há uma infinidade de atividades que são essenciais para o
Brasil e que são desenvolvidas a partir do espaço. Por isso é que nós
precisamos de mais 12 mil hectares para, somando aos 8 mil que já existem,
fazer uma exploração do potencial que, como já se disse, é único no mundo e
isso aqui de fato é um ativo, é uma joia que o Brasil tem e que precisa ser
amplamente utilizado.”
O Centro de lançamento tem suas finalidades
de defesa e
suas finalidades comerciais.
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Segundo ele, ocorreram erros políticos que estão sendo
revistos. Daqui para frente “estaremos fazendo a coisa certa, fazendo a coisa
com transparência e, sobretudo, com profissionalismo, não repetindo os erros
anteriores e que não foram, em momento algum, tenham certeza disso,
responsabilidade da Força Aérea e muito menos da Defesa, essa foi uma decisão
política equivocada e que nos gerou prejuízo, mas isso não se repetirá, vocês
podem ter certeza”, salientou o ministro”
O ministro comentou ainda que “os russos lançam foguete
em Kourou, na Guiana. Nos Estados Unidos você pode ter lançamento de outros
países. Na verdade você tem, digamos assim, uma exploração comercial em
qualquer centro do mundo. Agora, só tem um detalhe aqui, os lançamentos custam
em termos de combustível 30% menos. Então, você tem uma vantagem que é mais
competitiva do que qualquer outro centro de lançamento do mundo.
Jungmann ressaltou que o centro de lançamento tem suas
finalidades de defesa e suas finalidades comerciais. “ Em qualquer lugar do
mundo, existe algo semelhante com o que vai ter no Brasil. Portanto, a
soberania, a independência nacional, estarão absolutamente preservadas. Além do
fato que nenhum país, nenhuma empresa terá o monopólio disto aqui, quem terá o
controle integral dessa área, do Centro de Lançamento será o Brasil, a partir
da sua soberania e a partir daquilo que o Congresso Nacional entender que deve
ser feito.”
O que deve acontecer, frisou Jungmann, “é que nós
recolhemos todas as críticas que foram feitas, arredondamos interiormente no
Governo e ouvimos do Congresso, das lideranças do Congresso, e vamos apresentar
uma nova proposta. O Congresso é soberano e caberá a ele é aprovar.”
E continuou: “entendo também que o fato de que não
estaremos só restrito aos Estados Unidos, como também não estaremos restrito,
como no passado, à Ucrânia. Ninguém aqui vai ter o monopólio ou ninguém aqui
vai deter o controle que será do Brasil, será nacional e será em função da
defesa e da soberania do nosso País”, reforçou o ministro mais uma vez.
Apresentação do CLA
Jungmann seguiu na manhã desta quarta-feira para o
Maranhão. Acompanhado do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz
Rossato; do chefe de Assuntos Estratégicos do Ministério da Defesa, brigadeiro
Alvani Adão da Silva; e do diretor-geral de Ciência e Tecnologia Aeroespacial,
brigadeiro Carlos Augusto Amaral Oliveira. Jungmann foi recebido em Alcântara
pelo comandante do CLA, coronel Luciano Valentim Rechiuti.
No auditório do prédio central, o coronel Luciano
realizou um briefing com a narrativa do histórico do centro de lançamento. O
comandante disse que o CLA começou a ganhar forma em 1979 e, no ano seguinte,
houve a declaração de uma área de 62 mil hectares como de utilidade para a
construção do centro. Por meio do Decreto nº 88.136/83 se instituiu o CLA. Já
no ano seguinte, ocorreu a desapropriação do território para a montagem da
estrutura.
Jungmann foi recebido em Alcântara pelo comandante
do
CLA, coronel Luciano Valentim Rechiuti.
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Os primeiros lançamentos se iniciaram nos anos 1990 com o Sonda II. Em 1994 dois avanços importantes: a criação da Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). O coronel Luciano mostrou à comitiva, durante a palestra, os cinco setores do centro de lançamento: comando e controle, preparação de lançamentos, controle de satélites, apoio e residencial e hoteleiro.
“Tivemos muitos avanços em termos de modernização, em termos de equipamentos. Temos agora uma área específica de segurança de voo e uma sala de crise. Posso assegurar que o CLA dispõe de plena capacidade operacional”, disse o coronel Luciano.
Após o término da visita ao CLA, o ministro Jungmann e o brigadeiro Rossato sobrevoaram a área e depois seguiram para o Palácio dos Leões, sede do Governo do Maranhão. Lá foram recebidos, em audiência, pelo governador Flávio Dino.
Fonte: Site do Ministério da Defesa (MD)
Comentário: Bom leitor, já disse aqui e vou repetir.
Fazer acordos de Salvaguardas que possibilitem o uso das Bases brasileiras com
os EUA ou qualquer nação do mundo não há problema algum desde que não venha
ferir a nossa soberania e que traga benefícios científicos e tecnológicos e
dividendos ao país (isto é praxe no mundo) e o Brasil já fez isto indiretamente
e exitosamente com a Alemanha, e da mesma forma indiretamente com a Argentina, o
que acabou resultando numa missão conjunta lançada em 2007, apesar desses casos
não serem acordos visando o uso comercial dessas bases. Vale lembrar também leitor
que o único acordo comercial até hoje feito pelo Brasil, foi o desastre pré-anunciado
do acordo com a Ucrânia que gerou a mal engenhada empresa megalomaníaca Alcântara
Cyclone Space (ACS), uma iniciativa desastrosa desses Petralhas de merda
motivada exclusivamente por questões políticas (já havíamos registrado esta
informação em comentários anteriores) como bem reconheceu o energúmeno do
Ministro Jungmann. O engraçado desta história é que apesar deste reconhecimento
esse verme esquece convenientemente que o seu chefe atual foi um dos que
apoiaram abertamente esse mesmo desastre, e agora com a maior cara de pau tenta
tirar uma de mocinho e líder competente na escolha de um novo rumo para o
Programa Espacial do país. Ora leitor, esses vermes não ouviram ninguém na
questão do acordo com a Ucrânia, passaram por cima dos que diziam os
especialistas e agora se sentem preparados e prontos para fazerem as escolhas
certas??? Ora, faça-me uma garapa seus vermes de merda. A matéria acima
sutilmente (esperei que alguém comentasse para testar a atenção de nossos
leitores, pois esta informação também foi abordada nas matérias anteriores)
afirma que: “O CLA está em condições operacionais, e se houver alguma demanda, o
centro pode lançar foguetes num prazo de uma semana”. Ora leitor jamais tive qualquer
duvida quanto a isso, mas se é verdade mesmo, porque não estão realizando
lançamentos no centro? Cadê o Projeto SARA???? Cadê a continuidade dos testes
com o motor líquido L-5???? Porque não se da continuidade no Programa
Microgravidade dessa Agencia Espacial de Brinquedo (AEB) ??? Porque o governo
não estabelece uma Missão Espacial factível como ocorrem em países que levam as
suas atividades espaciais com seriedade???? Voltando a questão dos acordos, note
você leitor que o Ministro Jungmann condiciona esses possíveis novos acordos de
Salvaguardas a aprovação do mesmo Congresso que aprovou o desastroso acordo com
a Ucrânia que, agora como num passe de mágica, esta preparado para conduzir a
aprovação desses novos acordos. É Claro que o processo politica passa evidentemente
pela participação do Congresso nesta questão, seja no Brasil ou em qualquer
democracia do mundo (séria ou não), porém o que se discute aqui é não só a inegável
falta de competência do Congresso nesta questão, bem como a sua
corruptibilidade, o que poderá gerar acordos ‘Candirus’ (onde outras nações
entram com ”P” e o Brasil com “C“, se é que vocês me entendem),
causando novamente grandes prejuízos aos cofres públicos do país. Outra
informação que precisa ser passada para a Sociedade é que desde a MECB (Missão
Espacial Completa Brasileira), quando da criação do Centro de Lançamento de
Alcântara (CLA) já fazia parte dos planos a criação de diversos sítios de
lançamento para o uso comercial com outros países, bem como transformar toda a área
adjacente ao CLA num grande centro espacial com sedes de empresas e
instituições de pesquisas (civis e militares), bem como centros educacionais voltados
para área espacial, centro este que foi denominado nesta época de Centro
Espacial de Alcântara (CEA). No entanto leitor, devido a falta de compromisso de
diversos governos subsequentes com esta questão e os problemas gerados com as
Comunidades Quilombolas da região, os estudos foram feitos, recursos gastos com esses estudos, mas os seus
resultados jamais postos em pratica, coisa que agora o Governo TERMER parece
querer resgatar. O que é difícil acreditar é que esse governo de merda venha
fazer isto com a seriedade e competência que a questão exige.
Como já disse em outra oportunidade,os Quilombolas foram muito úteis para as "ONGS" criarem dificuldades para o PEB.Agora que a base será entregue aos patrões eles serão varridos de lá de uma forma ou de outra.
ResponderExcluirO governo sempre soube disso, só não houve interesse e/ou coragem para agir. Creio mesmo que havia interesses inconfessáveis dentro do governo apoiando tais atitudes
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