Telescópio Russo Para Mapear Lixo Espacial é Inaugurado em Brazópolis
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante matéria postada dia (05/04)
no site “G1” do globo.com, tendo como destaque a notícia da inauguração em Brazópolis-MG
de um Telescópio Russo para monitorar Lixo Espacial, notícia esta notícia (veja aqui)
Duda Falcão
SUL DE MINAS
Telescópio Russo Para Mapear
Lixo Espacial é Inaugurado em Brazópolis
Equipamento irá monitorar satélites velhos na órbita da
Terra e gerar mapa.
Dados serão gerados do Observatório Pico dos Dias, no Sul de Minas.
Samantha Silva
Do G1 Sul de Minas
05/04/2017-17h34
Atualizado em 06/04/2017-14h39
O telescópio russo que vai mapear detritos espaciais foi
inaugurado na tarde desta quarta-feira (5) em Brazópolis (MG).
O projeto é resultado de um acordo entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e
a estatal russa ROSCOSMOS para monitoramento do céu. Este é o primeiro
telescópio deste tipo instalado no Brasil, que também é o primeiro país a
receber o projeto da Rússia. Durante a inauguração, a comitiva que representou
o governo russo anunciou que mais duas estações de monitoramento deverão ser
instaladas no Brasil.
A cêrimonia aconteceu na tarde desta quarta-feira no
observatório Pico dos Dias, em Brazópolis (MG), e reuniu representantes do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, com a presença do
secretário Álvaro Prata, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB),
José Raimundo Coelho, o diretor executivo da Fundação de Pesquisa e
Assessoramento à Indústria de Itajubá (FUPAI-MG), Plínio Ribeiro Leite, o diretor
da Agência Espacial Federal Russa (ROSCOSMOS), Igor Komarov, e o diretor da OJC
"RPC" "PSI" (Research and Production Corporation
"Precision Systems and Instruments"), Yuri Roy.
O investimento no projeto do telescópio de Brazópolis foi
de cerca de R$ 10 milhões feito todo pela Agência Espacial Federal Russa. Parte
da verba, utilizada no Brasil para construção do prédio que abriga o telescópio
e logística da obra, foi gerenciada pela Fupai-MG, onde fica a sede do
Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA). Os russos forneceram o equipamento e
fizeram a instalação do telescópio. A obra teve início em novembro do ano
passado, e em março, as primeiras imagens de teste já foram geradas.
(Fotos: Samantha Silva / G1)
Telescópio que vai monitorar lixo espacial é
inaugurado
em laboratório de Brazópolis.
|
De acordo com o presidente da AEB, a necessidade da
Rússia instalar o telescópio no Brasil criou uma ocasião favorável para o país
obter uma melhora nas pesquisas acadêmicas na área. Agora outras duas estações
terrenas devem ser instaladas em território nacional. "Aprendi que
necessidade e oportunidade são dois conjuntos que geram sucesso na vida da
gente", afirmou Coelho.
"A Agência Espacial Russa tem dois projetos
principais na área de monitoramento com o Brasil", explica Bruno Castilho,
diretor do LNA. "Um são as estações que ajudam a melhorar a precisão do
sistema de posicionamento global deles (GLONASS), que é similar ao GPS
americano. Dessas estações, já tem quatro instaladas no Brasil, na UNB
(Universidade de Brasília), no Recife (PE) e em Santa Maria (RS). E tem os
planos para instalar mais duas dessas estações, que são estações que medem a
altitude dos satélites através de radar e laser. E o outro é esse que está
iniciando hoje que é monitoramento de detritos espaciais."
Chamado de Panoramic Electro Optical System (PanEos), o
telescópio russo foi planejado para rastrear o lixo espacial. Ao determinar a
órbita desses detritos com precisão, a agência russa gera um mapa de área
segura para lançamento de novos satélites.
Autoridades durante inauguração de
telescópio russo em
Brazópolis.
|
O acordo entre as Roscosmos e a
AEB para instalação do telescópio no Brasil foi assinado no dia 7 de abril de
2016 em Brazópolis. Segundo Castilho, a Rússia já tinha um acordo desde 1997
com a Agência Espacial Brasileira para uso pacífico do espaço, na área de
satélites, e como eles precisavam de um telescópio no hemisfério Sul, eles
procuraram primeiro o Brasil.
O diretor da estatal russa, Roscosmos, afirmou que a
poluição espacial é um problema internacional. "A importância de ter um
telescópio que usa tecnologias inovadoras para detectar detritos espaciais é
muito importante, e aqui no Brasil, também é muito importante que esse tipo de
tecnologia está sendo introduzida com base em universidades. Isso vai
possibilitar que jovens aprendam sobre o espaço, pode apoiar o desenvolvimento
tecnológico e científico do Brasil", destacou Komarov.
Instalação
Logo após a assinatura do acordo em 2016, os dois países
iniciaram a instalação do telescópio em Brazópolis. Empresas brasileiras
ficaram com a construção do prédio que abriga o equipamento, fazendo a
estrutura de concreto e a parte de alvenaria. Já as peças e equipamentos que
fazem parte do telescópio vieram todos da Rússia.
Segundo o diretor do LNA, a carga chegou ao Brasil em
outubro de 2016 e a montagem teve início no dia 20 de novembro. No começo deste
ano, duas equipes russas se revezaram instalando a parte eletrônica, óptica e
computadores do telescópio. As primeiras imagens de testes foram geradas no
final de março.
Autoridades durante inauguração de
telescópio russo em
Brazópolis .
|
Mapeamento
O telescópio instalado no Brasil vai trabalhar junto com
outro equipamento praticamente idêntico que já está instalado na Rússia, nas
montanhas Altai na Sibéria, a cerca de 15 mil quilômetros de distância e a 73
graus de latitude de diferença. O observatório onde o telescópio foi instalado
no Brasil fica a 1.864 metros de altitude entre os municípios de Brazópolis e Piranguçu,
no Sul de Minas Gerais.
Castilho explica que os dois telescópios vão fazendo
imagens em sequência de várias partes do céu, e todo pedaço de detrito que
aparecer é mapeado. Com os equipamentos localizados nos dois hemisférios, é
possível fazer imagens de uma área maior e completar a órbita dos detritos com
mais precisão.
Segundo o diretor da OJC, o telescópio é da mais alta
tecnologia russa, com equipamentos inovadores e complexos, capazes de detectar
objetos entre 12 e 50cm a uma altura de 120 a 50 mil quilômetros, sendo
possível localizar até 800 itens em uma noite. Além disso, como o sistema é
bastante automatizado, é necessária pouca mão de obra. A lista de alvos a serem
analisados é preparada na Rússia e enviada por e-mail aos operadores
brasileiros, que então fazem as observações solicitadas.
Os dados ficam armazenados temporariamente no Brasil e,
posteriormente, são enviados para o telescópio gêmeo, em Moscou, onde são
analisados. Ao comparar as novas imagens com as antigas, já geradas pelo
telescópio russo, os técnicos têm a localização exata dos destritos e também
podem descobrir novos. "Eu gostaria de ressaltar que acredito que esse
equipamente vai trazer grandes possibilidades para Brasil e Rússia",
completou Yuri Roy.
(Foto: PanEos/LNA/Divulgação)
Imagem teste gerada pelo telescópio russo
PanEos em
Brazópolis; lentes permitem ver
objetos no espaço de poucos centímetros.
|
Projetos Futuros
Este é o quinto telescópio instalado no Observatório Pico
dos Dias, em Brazópolis, mas como explica Castilho, todos os equipamentos
brasileiros têm um campo de visão pequeno. A contrapartida do acordo é que o
telescópio russo vai permitir pesquisas no Brasil que ainda não eram possíveis,
como localização de estrelas variáveis, novos asteroides e supernovas que
aparecerem.
O telescópio instalado no Brasil vai
trabalhar junto com outro
equipamento praticamente
idêntico que já está instalado na
Rússia, nas montanhas Altai na
Sibéria, a cerca de 15 mil
quilômetros de distância e a 73
graus de latitude de diferença.
“Como serão feitas muitas imagens do céu, a Agência
Espacial Russa só vai procurar pelos detritos espaciais, mas o LNA vai ficar
com cópias dessas imagens. Qualquer astrônomo brasileiro que quiser usar essas
imagens pra pesquisar em astronomia, vai poder. Então a contrapartida deles pra
nós é oferecer essas imagens para pesquisas científicas."
Assim que o telescópio russo começar a funcionar,
Castilho conta que será feita uma análise das primeiras imagens para verificar
a qualidade delas e avaliar as possibilidades de pesquisa. “Pra gente ver a
diferença da quantidade de luz que chegou da estrela e o ruído de fundo, e
perceber até que estrela que dá pra observar, qual o tamanho que a estrela fica
na imagem”, explica. Essas informações serão publicadas posteriormente no site
do LNA e ficarão disponíveis para que os astrônomos brasileiros possam usá-las.
Telescópio que vai monitorar lixo espacial é
inaugurado
em laboratório de Brazópolis.
|
Colaboração Científica
Castilho ressalta ainda que o projeto reforça o acordo do
Brasil na área de ciência com o BRICS (grupo político de cooperação formado
pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que foi assinado no fim de
2015 pelos ministros de ciência dos cinco países.
“A Rússia é um país que tem uma tradição de tecnologia e
de ciência muito grande, e hoje em dia, o Brasil tem colaborações pontuais com
a Rússia, alguns pesquisadores, mas poucas colaborações institucionais. A gente
fazendo esse acordo, mostra que é possível, é viável e outros acordos na área
científica e tecnológica podem acontecer."
Fonte: Site “G1” do globo.com – 05/04/2017
Comentário: Bom leitor, infelizmente essa notícia não obteve
a mesma repercussão de mídia no Brasil como aconteceu na Rússia (veja no vídeo abaixo
a grande a esclarecedora reportagem de uma TV Russa sobre a inauguração deste
Telescópio no Brasil). Entretanto apesar
desta parceria ser aparentemente muito positiva para o Brasil (cientificamente falando
não resta a menor dúvida quanto a isto), tudo na vida tem uma razão de ser, apesar de
na maioria das vezes (quando se trata de relações entre nações) não serem
explicadas as verdadeiras razões que motivam estas iniciativas, e desconfio
que esta seja uma dessas vezes. Afinal leitor vale lembrar que a posição geográfica brasileira
e altamente estratégica seja para Russos, Americanos, Chineses, e dizem até que para Marcianos, rsrsrsrs. Agora Sra. Samantha Silva, autoridades??? Fala sério, a senhora só pode estar de brincadeira, autoridades em que mesmo??? Só se foi do lado russo. Aproveitamos para agradecer ao nosso leitor Jahy de Jesus
Brito pelo envio desta matéria e do vídeo da TV Russa.
Comentários
Postar um comentário