Empresas Recebem Apoio Para Desenvolvimento de Tecnologias Com Aplicações Espaciais
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota publicada ontem (10/01) no site ”Pesquisa
Para Inovação” da FAPESP, destacando que empresas recebem apoio para desenvolvimento
de tecnologias com Aplicações Espaciais.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Empresas Recebem Apoio Para
Desenvolvimento de Tecnologias
Com Aplicações Espaciais
10 de janeiro de 2017
Foto: Mecanismo de Apontamento Lateral/Opto Eletrônica
FAPESP e FINEP apoiarão 15 projetos de pesquisa
relacionadas a instrumentos embarcados em satélite,
eletrônica e óptica
espacial, entre outros.
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Nos últimos anos, o Brasil avançou a passos largos no
desenvolvimento de tecnologias de imageamento aeroespacial, produzindo em
território nacional equipamentos capazes de fazer imagens com alta resolução a
até 780 km de altitude – como se fosse possível enxergar, desde São Carlos, no
interior paulista, um ônibus trafegando por Brasília (DF).
Agora, com o apoio da FAPESP e da Financiadora de Estudos
e Projetos (FINEP), pesquisadores e empreendedores que atuam no Estado de São
Paulo se preparam para realizar pesquisas que podem ampliar ainda mais a
capacidade aeroespacial do país.
Quinze projetos de dez empresas – sediadas no Estado de
São Paulo, constituídas a, no mínimo, 12 meses antes do lançamento do edital e
com até 250 empregados – foram selecionadas na chamada pública do
Programa PIPE/PAPPE Subvenção – uma parceria entre a FAPESP e a Financiadora de
Estudos e Projetos (FINEP).
As propostas buscaram responder a desafios tecnológicos
nas áreas de instrumentos embarcados da missão EQUARS, satélite do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para estudo da atmosfera equatorial;
eletrônica e óptica espacial; propulsão; transponder digital e antena;
suprimento de energia; integração de sistemas; e controle de atitude e órbita.
Uma das empresas foi a Opto Tecnologia Optrônica Ltda.,
divisão de produtos destinados ao espaço e a defesa originalmente do Grupo Opto
Eletrônica S/A e adquirida recentemente pela Akaer Engenharia S/A. Instalada em
São Carlos, a Opto desenvolve produtos que combinam óptica, tecnologia laser,
eletrônica e mecânica de precisão para aplicações médicas, industriais,
aeroespaciais e de defesa.
A empresa teve três projetos selecionados.Todos têm como
objetivo evoluir as câmeras embarcadas em satélites brasileiros, que utilizam
atualmente sistemas ópticos do tipo refrativo, compostos apenas por lentes.
“Os projetos da Opto que serão financiados pela FAPESP e
pela FINEP visam desenvolver tecnologia genuinamente brasileira para atender,
entre outras, as demandas do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese)
do Brasil. O apoio ao desenvolvimento desse tipo de tecnologia é de fundamental
importância por viabilizar uma tecnologia nacional que contribui para diminuir
os riscos tecnológicos presentes nessas missões”, diz Henrique Cunha Pazelli,
responsável por uma das três propostas da empresa que foram selecionadas.
Peça a Peça
As demandas do programa espacial brasileiro por câmeras
de alta resolução, com campo de visão mais amplo e sensor infravermelho de
ondas curtas (SWIR, na sigla em inglês), só podem ser contempladas pelo uso de
sistemas ópticos do tipo reflexivo, formado por espelhos, ou catadióptricos,
compostos de espelhos e lentes. Imagens de sensor SWIR permitem, por exemplo, ver
a superfície por meio de uma densa fumaça durante um incêndio.
Para aprimorar a tecnologia atual visando câmeras de
maior resolução, são necessários investimentos para melhorar os equipamentos já
em uso. Na ponta de tecnologia para satélites de observação da Terra, as
câmeras de alta resolução e ampla resposta espectral são baseadas em sistemas
ópticos reflexivos do tipo three mirror anastigmat (TMA). A Opto propôs,
então, o projeto “Desenvolvimento de um sistema óptico reflexivo tipo TMA para
instrumentos imageadores orbitais”.
O novo sistema terá a capacidade de atingir altíssimas
resoluções com um campo de observação maior e livre de interferências. Mas,
para isso, é necessário o domínio de várias tecnologias, como a fabricação de
componentes ópticos com dimensões consideráveis, leves e com alinhamento de
sistemas reflexivos fora de eixo.
Outra inovação da Opto que será financiada pela parceria
entre FAPESP e FINEP virá do projeto “Desenvolvimento de um sistema de
apontamento lateral de um espelho para imageadores ópticos de uso espacial”.
Trata-se de um sistema composto por um espelho acoplado a um mecanismo de
rotação formado por um motor de passo – tipo de motor elétrico usado quando
algo tem que ser posicionado muito precisamente ou rotacionado em um ângulo
exato – e uma eletrônica de aquisição e de controle. No projeto estão previstos
a fabricação, a montagem e o teste de um protótipo desse sistema.
“A variação de posição angular do espelho tem o objetivo
de aumentar a frequência de revisita de uma determinada região mapeada da
terra, permitindo observações repetidas de um alvo estudado em curtos
intervalos de tempo. Dessa forma, adquirem-se imagens da mesma cena em
perspectivas distintas para extração de dados tridimensionais da região
observada, explica Daniel Moutin Segoria, responsável pelo projeto.
Adicionalmente, segundo ele, o sistema pode ser utilizado
no aumento do tempo de revisita de regiões de interesse específico, como
plantações que apresentam tempos diferentes para a colheita ou até mesmo as que
apresentem algum tipo de anomalia.
De acordo com Segoria, o estudo dos mecanismos capazes de
proporcionar exatidão, repetitividade e estabilidade durante o funcionamento do
sistema deve ser cuidadosamente realizado dadas as características do ambiente
em que o equipamento será utilizado.
“Sistemas mecânicos utilizados em ambiente espacial e que
apresentam junções móveis devem apresentar componentes fabricados com materiais
e tratamentos superficiais específicos, de acordo com a aplicação para a qual o
componente é submetido”, diz Segoria.
Controle Térmico
Ainda por conta da instabilidade do ambiente,
instrumentos imageadores que constituem a carga útil de um satélite artificial
podem sofrer desalinhamentos em seus sistemas ópticos, causando perda da
qualidade de imageamento. Além dos desafios de projetar uma óptica capaz de
prover bons resultados quando submetida a um ambiente com ausência de
gravidade, é também necessário desenvolver um sistema robusto que mantenha a
qualidade observada nos testes de aceitação após ser submetido aos grandes
níveis de vibração durante o lançamento ao espaço.
“Muitas vezes, diante da dificuldade de projetar um
sistema capaz de apresentar as mesmas características observadas em terra,
engenheiros e projetistas ópticos adotam algum tipo de mecanismo capaz de
realinhar o sistema óptico após o lançamento do satélite ao espaço, comumente
chamado de sistema de ajuste de foco embarcado”, conta Pazelli.
A técnica convencional de ajuste focal consiste em
mecanismos baseados em motor de passo aliados a mecânica de precisão. Mas
utilizar esse tipo de tecnologia para ajustar o foco durante a missão demanda
maior consumo de energia, alta complexidade tecnológica e aumento dos custos da
missão.
Diante disso, o terceiro projeto da Opto selecionado na
chamada de proposta – “Sistema de ajuste de foco por controle de temperatura”
–, visa o desenvolvimento de um mecanismo de ajuste da posição focal por meio
de controle térmico específico atuando sobre algum elemento do sistema óptico.
A base do estudo é o conceito de telescópio óptico
reflexivo, cuja configuração faz com que a radiação eletromagnética seja
refletida pelo espelho primário e interceptada pelo secundário antes de atingir
o foco principal. Depois de refletida pelo espelho secundário, a radiação
converge para o foco localizado após o espelho primário.
Primeiramente serão construídas provas de conceito para
testar as hipóteses sugeridas e, em seguida, um modelo de engenharia que
integra todas as soluções em um protótipo, permitindo a realização de
avaliações completas de sua funcionalidade.
A relação das empresas e seus respectivos projetos pode
ser acessada em www.fapesp.br/10643.
Fonte: Site Pesquisa Para Inovação da FAPESP - http://pesquisaparainovacao.fapesp.br
Muito interessante, espero que saia do papel. Mas bateu a duvida, a Opto não tinha falido ?
ResponderExcluirOlá Ramir!
ExcluirParece pela matéria acima que sem grandes alardes a OPTO foi adquirida pela AKAER Engenharia S/A, empresa esta que tem 15% do seu controle acionário controlado pelo Grupo SAAB. Começa assim e já vi isto acontecer, e não surpreenderei se ha qualquer momento o Grupo SAAB venha assumir o controle acionário da AKAER, desnacionalizando assim mais uma empresa nacional de alta tecnologia.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)