Painel Solar Supre Energia Para Satélites no Espaço
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo postado na edição de dezembro do ”Jornal do SindCT“ tendo como destaque
a tecnologia dos painéis solares empregada em satélites, que, no Brasil, são
fabricados pelas empresas Orbital Engenharia, Cenic e a Fibraforte.
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS SÃO A CHAVE
Painel Solar Supre Energia
Para Satélites no Espaço
A parte elétrica dos painéis do CBERS e Amazônia-1 é
desenvolvida
pela Orbital, enquanto a estrutura cabe à Cenic e à Fibraforte.
As 3
são de São José dos Campos
Shirley Marciano
Jornal do SindCT
Edição nº 53
Dezembro de 2016
Foto: INPE
Painel solar do CBERS aberto.
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É possível que muitas pessoas já tenham ouvido falar da
energia solar para uso geral, mas, sobretudo, para utilização nas residências.
Na verdade, isso já é uma realidade em muitas moradias, por ser um tipo de
energia mais barato do que a energia convencional. Porém, ainda não é tão
acessível, devido ao alto custo de instalação das placas solares. Por ser uma
energia limpa — portanto ambientalmente mais recomendável — talvez ela ainda se
torne uma fonte importante de energia no país. Mas, por enquanto, ela está muito
longe disso.
Porém, em um lugar onde as energias convencionais não
estão disponíveis ou não chegam, a placa solar é fundamental para carregar as
baterias e fazer um sistema altamente complexo funcionar. Estamos falando dos
satélites.
Um satélite lançado ao espaço normalmente tem uma missão
a cumprir além do próprio feito de chegar ao espaço e manter-se por lá. Por
isso, geralmente possui dois módulos: um de serviço e um de carga útil, ambos
formados por vários subsistemas que trabalham integrados. O Módulo de
Carga Útil exerce funções relacionadas à finalidade do satélite.
Se for um satélite imageador, por exemplo, as tarefas de fotografar a Terra e
enviar os dados estarão vinculadas ao módulo de carga útil. Para isso, ele
possui câmeras, transmissor de dados de imagem, repetidor do Sistema Brasileiro
de Coleta de Dados Ambientais e monitor de ambiente espacial. Mas quem se
encarrega da operação do satélite é o Módulo de Serviço.
Portanto, o Módulo de Serviço tem entre as
suas funções assegurar o suprimento de energia, os
controles, as telecomunicações de serviço, a supervisão
e outras necessárias à operação do satélite. Os subsistemas
que o compõem são: estrutura, controle térmico,
controle de órbita e atitude, supervisão de bordo,
telecomunicações de serviço e, claro, suprimento de
energia. É onde se situa o Painel Solar, formado
por células fotovoltaicas. Esse subsistema serve
para fornecer energia ao satélite durante toda a
sua vida útil no espaço, por meio da absorção dos
raios solares. A célula fotovoltaica reage à
incidência dos raios do Sol e libera elétrons que são
transferidos para um circuito dentro de um painel solar,
gerando assim energia elétrica para as baterias.
Uso Espacial
A geração de energia solar não é novidade,
nem seu aproveitamento. Porém, o desafio tecnológico
está em fazê-lo para uso espacial, que neste caso
necessita funcionar em um ambiente hostil de frio e
calor e ausência de gravidade, e que precisa suportar
as trepidações no momento
do lançamento.
Os painéis solares para os satélites da família CBERS foram
desenvolvidos pela Orbital Engenharia, empresa sediada na cidade de São José dos Campos e que é a
única no país a dominar essa tecnologia. Ela já acumula uma larga experiência no setor
aeroespacial, com destaque para os painéis solares, que também foram encomendados para
a Plataforma
Multimissão (PMM) do satélite Amazônia-1. Os satélites CBERS e Amazônia são
desenvolvidos e testados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A Orbital desenvolve toda a parte elétrica do painel solar, onde são
coladas as células solares. O criador da empresa é o engenheiro Célio Vaz, que
a concebeu em 2000, quando ele já acumulava uma experiência em quase duas
décadas de trabalho como engenheiro da área de suprimento de energia e
engenharia de sistemas de satélites do INPE. A estrutura do painel solar é produzida
pelas empresas Cenic e Fibraforte, ambas também sediadas em São José dos
Campos.
Histórico
* O efeito fotovoltaico foi demonstrado pela primeira vez em 1839 pelo
físico francês Edmond Becquerel. Aos 19 anos, ele construiu a primeira célula
fotovoltaica do mundo no laboratório de seu pai.
* Em 1883 Charles Fritts construiu a primeira célula fotovoltaica em
estado sólido. Ele revestiu o semicondutor selênio com uma fina camada de ouro
para formar as junções. A célula fotovoltaica de Charles tinha apenas 1% de
eficiência.
* Em 1905 Albert Einstein propôs uma nova teoria quântica da luz e
explicou o efeito fotoelétrico em uma de suas teses, pela qual recebeu o Prêmio
Nobel de Física em 1921.
* A primeira célula fotovoltaica comercial foi lançada em 25 de abril
de 1954 nos Estados Unidos, pelos Laboratórios Bell. As células solares foram utilizadas
pela primeira vez no satélite Vanguard em 1958, como uma fonte de
energia alternativa.
* Em 1959 a NASA, agência espacial norte-americana, lançou o Explorer
6 com grandes painéis solares em forma de asa, os quais empregavam um total de
9.600 células fotovoltaicas. Isso se tornou uma característica padrão na
maioria dos satélites e até hoje ainda é a principal fonte de energia utilizada
no espaço.
* No início de 1990 a tecnologia utilizada nas células fotovoltaicas
utilizadas no espaço mudou do tradicional silício cristalino para materiais
semicondutores à base de arsenieto de gálio. Hoje, essas células fotovoltaicas
evoluíram para a modernatecnologia de multijunção.
Foto: NASA
O precursor: Explorer-6.
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Fonte: Jornal do SindCT - Edição 53ª – Dezembro de 2016
Gostei da matéria, porem faltou comentar para mim a informação que buscava sobre a eficiência das placas solares no espaço, vez que na Terra sob a interferência da atmosfera é sabido, mesmo das confeccionadas com arsênio e gálio!
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