Iniciada a Segunda Fase da Campanha de Ensaios a Quente da Câmara de Empuxo do Motor L75 na Alemanha

Olá leitor!

Trago agora para você uma notícia bastante animadora, notícia esta postada hoje (27/10) no site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Foi iniciada com sucesso na Alemanha a Segunda Fase da campanha de ensaios a quente da câmara de empuxo do Motor L75.

Duda Falcão

Iniciada a Segunda Fase da Campanha de
Ensaios a Quente da Câmara de Empuxo
do Motor L75 na Alemanha

Publicado: 27 Outubro 2016
Última atualização em 27 Outubro 2016


Foi iniciada com sucesso, em outubro de 2016, a segunda fase da campanha de ensaios a quente da câmara de empuxo capacitiva do Motor L75 no banco de ensaios P8, do Instituto de Propulsão Espacial do DLR em Lampoldshausen, Alemanha. Para esta fase estão previstos seis dias de ensaio com o objetivo de verificar parâmetros de desempenho de combustão, medidas de temperatura de parede e possíveis instabilidades de combustão em condições de operação no regime permanente dentro do envelope operacional do Motor L75. Os dois primeiros ensaios ocorreram no dia 21 de outubro, evento que marcou o encerramento das reuniões de trabalho iniciadas no dia 17 do mesmo mês na Alemanha.

As reuniões de trabalho contaram com a participação do Chefe do Departamento de Sistemas Lançadores do DLR, Dr. Claus Lippert, do Diretor do Instituto de Propulsão Espacial do DLR, Prof. Dr. Stefan Schlechtriem, do Gerente de Programas de Desenvolvimento Tecnológico da Airbus Safran Launchers, Eng. Jan Alting, do Consultor Eng. Günter Langel, do Diretor de Transporte Espacial e Licenciamento da AEB, Cel Marco Antonio Vieira de Rezende, do Exmo Diretor do IAE, Brig Augusto Luiz de Castro Otero e integrantes das equipes de desenvolvimento conjunto do Motor L75 do IAE, DLR e Airbus.



Fonte: Site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)

Comentário: Bom leitor, se por um lado essa noticia parece ser bastante animadora, pois demonstra que o projeto do Motor L75 esta avançando, por outro lado a participação da Airbus SAFRAN nestes testes com o L75, aliada as últimas notícias postadas no dia de ontem (Força Aérea Brasileira Busca Novo Modelo Para Exploração Espacial e Brasil Quer Aumentar Participação Estrangeira no Setor de Defesa), vem comprovar que estamos caminhando cada vez mais para um programa espacial onde quem dará as cartas serão os grupos estrangeiros. Tá feia a coisa.

Comentários

  1. É bom saber que o projeto do L 75 não foi paralisado , mas alguém sabe me dizer em que foguete ele será utilizado ?







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    1. Olá Justin!

      A ideia é que esse motor seja utilizado no "VLS Alfa" e no "VLS Beta", mas da forma como o PEB é conduzido, talvez isso só venha ocorrer pra lá de 2050 ou mesmo nunca.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  2. Prezados, é bom deixar bem claro qual a participação da Airbus/Safran citado na nota do IAE. Explico:

    A Safran foi convidada pelo DLR para fabricar uma câmara de empuxo similar à fabricada pela indústria brasileira sob acompanhamento do IAE, com os mesmo requisitos e parâmetros que atendam o motor L75,. A primeira que foi testada, como vimos, foi a brasileira. Qual o sentido desse teste?? Simples, comparação!

    Com a reconhecida experiência da Safran, se a câmara de empuxo brasileira cumprir com os requisitos, ela será a adotada e fim de papo. Caso falhe em algum parâmetro, ela incorporará as soluções sugeridas pela Safran que corrijam algum problema identificado, o que permitirá que não se perca o cronograma do projeto.

    Sds.

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    1. Olá Observador!

      Não sei de onde você tirou esta informação, mas tomara mesmo que seja só isso, pois esta história não cheira bem.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  3. O L75 não possui desempenho compatível com a necessidade do VLS ALFA, no sentido de que o impulso específico deveria ser, no mínimo, 15% maior, como demonstram estudos realizados à epoca do lançamento do natimorto programa cruzeiro do sul. Isto se deve ao uso de etanol anidro como combustível, combinado com ciclo aberto (injeção liquido/liquido). Para alcançar o desempenho necessario, seria preciso trocar o combustível por querosene, combinado com ciclo fechado (injeção liquido/gás), cuja tecnologia é bem mais complexa, dominada apenas por Russia e Estados Unidos. Contudo, o L75 terá o mérito de se tornar um marco no desenvolvimento de propulsão liquida no país, servindo como objeto para a construção da base para alavancar projetos de instalações de testes e consolidar o conhecimento tecnológico. Para aplicações reais do L75, estudos para um novo lançador que aproveite ao máximo seu baixo desempenho precisará ser implementado, juntamente com a capacitação para desenvolvimento de estágios líquidos, tão importante quanto os motores.

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    1. Olá Fausto!

      Se você é o mesmo pesquisador Fausto Ivan Barbosa do ITA e que trabalhou no IAE, sua informação deve ter procedência e revela em minha opinião um completo e total desastre. Principalmente se levarmos em conta a morosidade como é conduzido os projetos do PEB. Se era para fazer um projeto de motor para se tornar um marco no desenvolvimento de propulsão liquida no país e servir como objeto para a construção da base para alavancar projetos de instalações de testes e consolidar o conhecimento tecnológico como você disse (coisa que confesso não acreditar), que pelo menos fizesse um motor útil e não um fantoche. Realmente tá tudo errado, é lamentável e mais uma vez a sociedade foi enganada. Triste.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    2. A liberdade de pensamento permite criar diferentes versões sobre um mesmo fato. Lançar luz sobre tais versões é tarefa daqueles que se importam. O projeto L75 não pretende enganar a sociedade, mas traz consigo uma utilidade diferente daquela que divulgou como resposta ao leitor. A intenção contida em meu comentário foi esclarecer questões técnicas e, em seguida, expressar uma opinião plausível.

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    3. Olá Fausto!

      Desculpe-me por discordar de você, mas não me referi ao que você disse com relação ao objetivo do Projeto L75 neste momento, não poderia, já que você está ou esteve envolvido com o projeto. Entretanto, não foi esse o objetivo do projeto divulgado para Sociedade quando do seu lançamento, o objetivo era desenvolver um motor-foguete líquido de 75kN para ser utilizado em versões mais potentes do antigo projeto do VLS-1, que posteriormente foi definido que seriam o VLS Alfa e VLS Beta, e não servir como um marco no desenvolvimento de propulsão liquida no país e servir como objeto para a construção da base para alavancar projetos de instalações de testes e consolidar o conhecimento tecnológico, até porque o próprio desenvolvimento do motor já envolveria naturalmente isso tudo ou grande parte disso. Diante disso, desculpe-me, mas a Sociedade Brasileira foi enganada sim e é lamentável que isso tenha ocorrido. Enfim... Esperávamos um motor que fosse útil e o que vamos receber não é exatamente isto. Triste.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    4. Em resumo, deixe-me ver se eu entendi: o IAE e o DCTA estão mentindo para eles próprios, para o governo, para o DLR e para a sociedade brasileira? Significa, então, que estão usando dinheiro público apenas para mais uma pesquisa acadêmica sem objetivo prático? Significa que, ao copiar o motor RD-0109 da Vostok (de Yuri Gagarin) e do R-7 (do Sputnik 1), apesar de seus menores 50kN, a versão brasileira de 75kN não terá aplicação espacial nenhuma? Realmente é no mínimo curioso ler isso.

      Sds.

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    5. Ola Observador!

      Esta é uma pergunta que cabe ao pesquisador Fausto Ivan Barbosa responder, pois foi em parte o que ele deixou entender com os seus comentários.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    6. Expus um fato técnico que só pode ser alterado se mudarem as leis da física, seguido de minha contestável opinião. Cabe a cada um buscar elementos para embasar a sua.

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  4. O processo de desenvolvimento exige conquistar etapas intermediárias. Seria estranho alguém querer fazer uma Ferrari sem ter nunca feito sequer um fusquinha... Assim, a conclusão de um ciclo completo de propulsão é mandatório para se alcançar a maturidade nessa tecnologia. O que traz preocupação e levar para o exterior atividades que poderiam ou deveriam estarem sendo feitas aqui para garantia de que o conhecimento produzido se dissemine em território nacional (inclusive os recursos financeiros)

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  5. Cavalheiros
    Eu enxergo o L 75 como uma miniatura de um propulsor mais capaz, pelas topologia de projeto.
    Um motor de 7.645 kgf (não gosto de kN) poderia ser projetado de forma mais simples, com injeção pressure-fed, sem o uso de bombas, com refrigeração por ablação e não regenerativas entre outras simplificações. Os projetistas do L 75 optaram por uma topologia de "motor grande".
    Eu não acho que seja um pecado o L75 não servir para um lançador na versão atual, o que acho o verdadeiro pecado é nosso foco de lançadores estar muito em aberto. No meu entendimento o pais só deveria ter um programa de lançador, ele se chama VLM e deveria ter metas e prazos.
    Também não vejo como algo danoso a presença da SAFRAN no projeto, por um motivo simples não há dinheiro a ser mal utilizado. O programa espacial brasileiro hoje é o que os corretores de imóveis chamam de "teta seca", aquele cliente que não tem dinheiro para comprar o imóvel, então não vale a pena fazer a ele nem a proposta detalhada de venda. Os franceses sabem que somos uma "teta seca", já venderam submarinos, satélites e helicópteros anos atrás quando a teta jorrava, agora a farra acabou.
    Quando o PEB não era uma teta seca, no vôo de galinha da economia entre 2003 e 2010, o acordo com a Ucrânia levou muitos dólares da viúva, mas este período acabou e voltamos a ser o que sempre fomos em 40 anos, um programa sem dinheiro e sem prestigio.
    Acredito que o L75 possa chegar a linha de vôo um dia, se construirmos um foguete em cooperação com alguma nação. Ai sim, talvez as tecnologias neste projeto desenvolvidas, com algum financiamento externo seja empregada. Mas isto faz parte do futuro não previsto.

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    1. Só uma observação ao Dallamuta. A experiência mostra que nenhum país cooperará realmente em foguetes com o Brasil. Os EUA não deixam .Não querem ser atingidos por um míssil Brasileiro no futuro. Já se fosse israel, Coréia do sul, Japão a história seria outra.

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  6. É importante lembrar que a mudança de combustível de querosene para o etanol para os testes do L75 (as maiores provas, todos aqui sabem, serão feitas nos bancos de teste na Alemanha) foi um pedido do DLR por questões ambientais e para promover o uso do que classificam como "motores verdes". Acredito que procurando neste Blog encontraremos referências sobre isso.

    Sds.

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  7. O etanol anidro está no DNA do L75. Qualquer alteração significa um novo desenvolvimento para a câmara de empuxo e uma razoável alteração na turbobomba, motivo pelo qual entendo não ser este o caminho que está em andamento. Quando um motor é projetado, a decisão sobre o propelente já foi tomada numa etapa anterior.

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  8. Duda ou mais algum dos senhores que fizeram comentários sabe me informar se esta versão testada é apenas a "câmara de empuxo curta", descrita anteriormente em trabalhos dos engenheiros e técnicos do IAE? Acho que sim, pois até então, sei que apenas o gerador de gases quentes fora testado e algumas peças da turbobomba estavam sendo fabricadas. Obrigado pela atenção.

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    1. Olá Prof. Foltran!

      Eu mesmo não tenho esta resposta, mas quem sabe o pesquisador Ivan Barbosa ou alguém do debate acima possa lhe responder?

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    2. A julgar pela fase inicial em quebse encontra, deve ter sido testada uma câmara capacitiva (não regenerativa) para verificação do funcionamento do cabeçote de injeção. Nenhum detalhe foi divulgado até o momento.

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    3. Por estes dias li dois artigos publicados por pesquisadores do IAE sobre os testes a quente citados neste post. Eles confirmam que se trata de uma câmara capacitiva (as paredes da câmara de empuxo mão são refrigeradas pelo próprio combustível, mas sim absorvem o calor, que durante o reduzido tempo de operação do motor não provoca danos). Na verdade foram testadas duas câmaras, uma feita em aço e outra em liga de cobre. Estes artigos confirmam o que disse o "Observador" nos comentários acima: o DLR contratou a Safran para fabricar e testar um cabeçote de injeção equivalente. Pelo que entendi dos resultados, a versão brasileira do cabeçote foi aprovada e provavelmente será mantida. Esperemos que em breve tenhamos o teste da turbo-bomba.

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  9. Não sou especialista em foguetes, mas cheguei a ver os desenhos do motor da v2 alemã, cujas turbo bombas eram acionadas por uma única turbina a vapor de peroxido de hidrogênio, e afora a câmara de combustão do motor foguete que possuía um curioso sistema de 18 minicâmeras onde se iniciava a combustão o restante do motor foguete era mais simples que o L-75. Quanto ao motor foguete do vostok, se não me engano tem 27 câmeras de combustão alimentadas pelas mesmas turbobombas (1 de oxidante) e (1 de combústivel) então não podemos estar baseando no mesmo projeto. Não sei como são acionadas as turbobombas do vostok, mas acredito que também usem o sistema de gerador de gás a peróxido de hidrogênio. Os americanos fizeram muitos testes com as v2, inclusive, utilizando diferentes combustíveis, por isso não sei se um foguete nasce para usar um tipo só de combustível.

    SERGIO.

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