Projeto MLBR: Você Sabe Qual a Função da Junta Flexível em Um Foguete?
Caros leitores e leitoras do BS!
Vocês se lembram do Sr. Ralph Corrêa, sócio-diretor da Cenic Engenharia, que já participou de duas lives especiais no canal do BS no YouTube (relembre aqui e aqui)? Pois bem, no dia 8 de setembro, foi publicada na página oficial no LinkedIn do arranjo empresarial do Projeto MLBR (Microlançador Brasileiro) uma nota assinada por ele, questionando se sabemos qual é a função da junta flexível em um foguete? Confira abaixo a íntegra dessa nota.
Você Sabe Qual a Função da Junta Flexível em Um Foguete?
Por Ralph Correa, Cenic Engenharia
08 de setembro de 2025
Destinado à colocação de pequenos satélites em órbita terrestre, o MLBR é lançado a partir de uma “rampa” – espécie de trilho com capacidade de ajuste lateral (azimute) e vertical (elevação).
A trajetória planejada para conduzir o satélite à órbita pretendida define a programação dos eventos ao longo do voo. Todavia, lançado o veículo, durante o funcionamento do primeiro estágio, que leva o foguete a cerca de 40 km de altura (quatro vezes mais do que as altitudes de voos comerciais) é normal ocorrerem perturbações, sobretudo oriundas de ventos fortes, podendo desviar o veículo dessa trajetória nominal.
O Sistema de Navegação Inercial (SNI), juntamente com o Computador de Missão (CDM), identificam e processam essas informações, enviando comandos de correção para que a trajetória programada seja mantida.
Tais correções se iniciam logo após a saída da rampa, ocorrendo até a separação do primeiro estágio. Elas são realizadas por meio da movimentação da tubeira (escape dos gases), deslocando-a e mudando, dessa forma, a direção do chamado “vetor empuxo”. Essa movimentação se dá por meio de atuadores elétricos, que ajustam continuamente o apontamento dos gases.
Esse controle é bastante sutil, com pequenos deslocamentos angulares, porém fundamentais para o sucesso da missão. O acoplamento dos movimentos dos atuadores com a Tubeira, ajustando continuamente sua posição, é realizada por um componente crítico, denominado “junta flexível”, que é parte integrante do motor.
A junta flexível que está sendo desenvolvida pelo MLBR é constituída por um arranjo circular de elementos rígidos e flexíveis, que “abraça” o divergente da tubeira do motor N-90 / 1° Estágio.
Fundamentando seu desenvolvimento, um modelamento matemático complexo foi realizado, permitindo simulações analíticas de desempenho para diversas opções construtivas. Agora, após bons resultados conceituais, modelos de qualificação estão sendo fabricados, para comprovação experimental dos bons resultados esperados.
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