Gás Metano é Detectado Por Equipe de Pesquisa do "SwRI" no Planeta Anão Makemake, Através de Observações do JWST
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Credito: Space Daily
No dia de ontem (11/09), o portal Space Daily noticiou que uma equipe de pesquisa liderada pelo Southwest Research Institute (SwRI) fez a primeira detecção de gás Metano em no Planeta-anão Makemake, do distante no Sistema Solar exterior, utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA. A descoberta marca Makemake como apenas o segundo objeto transnetuniano, depois de Plutão, a mostrar emissões gasosas confirmadas, identificadas como metano.
"Makemake é um dos maiores e mais brilhantes mundos gelados além de Netuno, e sua superfície é dominada por metano congelado", disse a Dra. Silvia Protopapa, do SwRI, autora principal do novo estudo. "O Telescópio Webb agora revelou que o metano também está presente na fase gasosa acima da superfície, uma descoberta que torna Makemake ainda mais fascinante. Isso mostra que Makemake não é um remanescente inativo do Sistema Solar exterior, mas um corpo dinâmico onde o gelo de metano ainda está evoluindo."
As emissões espectrais de metano foram interpretadas como fluorescência excitada pelo Sol — luz solar reemitida após ser absorvida por moléculas de metano. Segundo a equipe de pesquisa, isso pode indicar ou uma atmosfera tênue em equilíbrio com os gelos da superfície, semelhante à de Plutão, ou uma atividade mais transitória, como desgaseificação impulsionada por sublimação ou plumas criovolcânicas. Os dados atuais, limitados pela resolução espectral e pelo ruído, permanecem consistentes com ambos os cenários.
Com aproximadamente 1.430 km de diâmetro, Makemake tem cerca de dois terços do tamanho de Plutão e há muito intriga os cientistas planetários. Estudos anteriores de ocultações estelares sugeriram a ausência de uma atmosfera global espessa, embora uma fina não pudesse ser descartada. Dados infravermelhos do JWST e de outros telescópios também revelaram anomalias térmicas e propriedades incomuns no gelo de metano de Makemake, levantando a possibilidade de pontos quentes localizados e desgaseificação episódica.
"Embora seja tentador relacionar as várias anomalias espectrais e térmicas de Makemake, estabelecer o mecanismo que impulsiona a atividade volátil ainda é um passo necessário para interpretar essas observações dentro de um quadro unificado", disse o Dr. Ian Wong, do Space Telescope Science Institute, coautor do artigo. "Observações futuras com o Webb, em maior resolução espectral, ajudarão a determinar se o metano provém de uma atmosfera tênue ou de uma desgaseificação em forma de pluma."
"Essa descoberta levanta a possibilidade de que Makemake possua uma atmosfera extremamente tênue sustentada pela sublimação do metano", disse o Dr. Emmanuel Lellouch, do Observatório de Paris, outro coautor. "Nossos melhores modelos apontam para uma temperatura do gás em torno de 40 Kelvin (-233 °C) e uma pressão superficial de apenas cerca de 10 picobares — cerca de 100 bilhões de vezes menor que a atmosfera da Terra, e um milhão de vezes mais tênue que a de Plutão."
Alternativamente, o metano de Makemake pode estar sendo expelido por uma atividade semelhante a plumas. "Nesse cenário, nossos modelos sugerem que o metano poderia ser liberado a uma taxa de algumas centenas de quilos por segundo, comparável às vigorosas plumas de água na lua Encélado de Saturno, e muito mais forte do que o vapor tênue observado em Ceres", disse Protopapa.
As descobertas destacam como as observações do Webb, combinadas com modelos espectrais detalhados, podem revelar novas evidências sobre processos voláteis em mundos gelados distantes e ampliar o entendimento sobre a atividade transnetuniana.
Relatório de Pesquisa: JWST Detection of Hydrocarbon Ices and Methane Gas on Makemake
Brazilian Space
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