"Precisamos de Mais do Que Apenas Maquiagem": O Senador Ted Cruz Lembrou o Por Que o Foguete da NASA é Chamado de “Sistema de Lançamento do Senado”

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Crédito: Getty Images | Chip Somodevilla
O senador Ted Cruz (Republicano do Texas) preside uma audiência de subcomissão em 3 de junho de 2025, em Washington, DC.

No dia 02/09, o portal ars TECHNICA noticiou que o senador TED Crux (Republicano do Texas) lembrou o por que o foguete da NASA é chamado de "Sistema de Lançamento do Senado".
 
Segundo a matéria do portal, Todos os senadores dos EUA que originalmente criaram e sustentaram o foguete Space Launch System (SLS) da NASA ao longo dos últimos 15 anos — Bill Nelson, Kay Bailey Hutchison e Richard Shelby — já se aposentaram ou perderam a reeleição. No entanto, um novo defensor surgiu para continuar a luta: o republicano do Texas, Ted Cruz.
 
Ele parece um herói improvável para o grande foguete da NASA, que custa mais de US$ 2 bilhões por lançamento ao governo federal. Afinal, Cruz se descreve como um capitalista pró-mercado e conservador fiscal. A SpaceX e a Blue Origin, que estão construindo alternativas grandes e significativamente mais baratas ao foguete SLS, têm grandes operações no Texas. Em sessões legislativas anteriores, Cruz frequentemente apresentou legislações importantes para a indústria espacial comercial, como a Lei de Comércio Espacial Americano e a Lei da Fronteira Espacial.
 
Mas agora que preside o Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado, Cruz fez uma mudança significativa ao apoiar o foguete SLS e seu principal contratante, a Boeing.
 
Cruz Busca Salvar o SLS
 
No início deste ano, Cruz elaborou a cláusula da NASA incluída no projeto de lei do presidente Trump, chamado de "Uma Grande e Bela Lei", que incluiu US$ 10 bilhões em financiamento para programas espaciais-chave — e que, em dois pontos notáveis, contradizia diretamente os objetivos da política espacial da Casa Branca.
 
Como parte do orçamento para o ano fiscal de 2026, o governo Biden (à época) buscava encerrar o financiamento do foguete SLS após a missão Artemis III e também cancelar a Gateway Lunar, uma estação espacial orbital que serviria como destino para o foguete. A emenda de Cruz forneceu US$ 6,7 bilhões para duas missões adicionais do SLS, Artemis IV e Artemis V, além de continuar a construção da Gateway.
 
Em várias audiências deste ano, Cruz deixou claro que suas prioridades para os voos espaciais tripulados são superar a China no retorno à Lua e manter uma presença permanente por lá. No entanto, está cada vez mais evidente que ele vê isso como algo possível apenas com o uso contínuo do foguete SLS da NASA.
 
Uma Audiência Com Pontos de Vista Limitados
 
Nesta semana, Cruz realizará uma audiência intitulada: “Há uma má lua surgindo: por que o Congresso e a NASA devem impedir a China na corrida espacial.” Está marcada para as 10h da manhã (horário de Washington) na quarta-feira.
 
“Não se enganem: estamos em uma corrida espacial do século 21”, disse Cruz em comunicado. “A China comunista não está jogando com as mesmas regras e está investindo agressivamente para dominar o espaço. Esta audiência é uma oportunidade importante para traçar um curso que reforce a liderança americana no espaço, fortaleça a NASA, estimule nosso setor espacial comercial em crescimento e proteja nossos interesses econômicos e de segurança nacional na fronteira final.”
 
Três testemunhas estavam listadas no site do comitê até o meio-dia de terça-feira:
 
* Allen Cutler, presidente e CEO da Coalizão pela Exploração do Espaço Profundo;
 
* Dave Cavossa, presidente da Federação Espacial Comercial;
 
* Jim Bridenstine, ex-administrador da NASA. (Leia aqui)
 
Cutler lidera o principal grupo de lobby para o foguete SLS e a espaçonave Orion, e Bridenstine agora lidera as operações governamentais da United Launch Alliance, que pertence à Boeing e à Lockheed Martin. Cavossa era esperado para trazer um certo equilíbrio, especialmente porque Cruz afirmou querer “estimular” o setor espacial comercial em crescimento dos EUA.
 
No entanto, no final da semana passada, Cavossa foi desconvidado da audiência. “A única coisa que posso dizer é que eles entraram em contato conosco no fim da semana passada para dizer que nos moveriam para um futuro painel ‘comercial’ sobre o espaço”, disse Cavossa ao site Ars Technica.
 
O gabinete de imprensa do Comitê do Senado não respondeu ao pedido de comentário. No entanto, segundo fontes, assessores do comitê liderado por Cruz ficaram incomodados com algo nos comentários preparados por Cavossa. Considerando que ele representa os interesses do setor espacial comercial — Blue Origin e SpaceX estão entre os membros executivos da federação —, é possível que Cavossa estivesse defendendo que essas empresas assumissem papel de liderança caso o governo Trump avançasse com o plano de encerrar o SLS.
 
(Nota: Na tarde de terça-feira, o Comitê atualizou seu site com os novos participantes: Cavossa saiu, sendo substituído por Michael Gold, da Redwire, e pelo Tenente-General John Shaw, ex-vice-comandante do Comando Espacial dos EUA.)
 
O Setor Espacial Comercial Está Fora da Mesa?
 
Independentemente disso, a remoção de Cavossa do painel sugere que Cruz acredita que o setor comercial não tem papel no Programa Artemis ou na corrida dos EUA contra a China. O que, é claro, não é verdade. A NASA já contratou SpaceX e Blue Origin para construir módulos lunares reutilizáveis para o Artemis — sem os quais os astronautas da NASA só poderiam dar voltas ao redor da Lua.
 
A realidade é que, se o Congresso quiser uma presença sustentada na Lua, precisará que pelo menos um dos módulos reutilizáveis — Starship (da SpaceX) ou Mark II (da Blue Origin) — funcione, junto com seus foguetes correspondentes, Starship e New Glenn. Como esses foguetes são reutilizáveis, a NASA poderia realizar missões lunares com mais frequência. Sozinho, o foguete SLS deve ter uma taxa de lançamento de uma vez a cada dois anos, ou anual, no melhor cenário.
 
Outra organização de defesa do voo espacial, a Space Frontier Foundation, disse que é saudável para o Congresso ter um debate robusto sobre como o país deve competir com a China na Lua. No entanto, para isso, deve haver uma ampla variedade de pontos de vista.
 
“O tema da estratégia do nosso país para competir por esse novo território na Lua — não apenas pela primeira pegada, mas pelo impacto de longo prazo — é extremamente importante,”disse Sean Mahoney, diretor executivo da fundação. “Precisamos de mais do que apenas maquiagem. Precisamos de uma discussão honesta e realista sobre os custos, os riscos e as alternativas. Isso é importante demais para receber apenas uma atenção superficial e ser aprovado às pressas.”
 
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