[Artigo] CUBELABs — Já Ouviu Falar? - What is SHAMAL Space up to?

Prezados leitores e leitoras do BS!
 
No dia 1º de agosto, o CEO da startup espacial brasileira SHAMAL SPACE, Sr. Gilberto Damasceno Jr. — membra da Aliança das Startups Espaciais Brasileiras (ASB) — publicou em sua página no LinkedIn um artigo curioso e instigante sobre os chamados CubeLabs.
 
Trata-se de um conceito baseado nos CubeSats, voltado à realização de experimentos em ambiente de microgravidade na órbita terrestre. Esses módulos representam uma alternativa mais barata ao antigo e visionário projeto SARA (Satélite de Reentrada Atmosférica), que, infelizmente, foi abandonado de forma irresponsável pelo atualmente sucateado Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Curiosamente, a proposta do SARA — embora criada e negligenciada posteriormente no Brasil — já está sendo executada com sucesso pela empresa norte-americana VARDA Space.
 
Diante disso entusiastas do BS ficam as perguntas:
 
* What is SHAMAL Space up to? (O que a SHAMAL Space está preparando?)
 
* A Navollo Aerospace, parceira da SHAMAL em diversos projetos, estaria envolvida nessa iniciativa?
 
Enquanto aguardamos respostas para essas e outras perguntas, o BS convida todos os interessados a ler, logo abaixo, a tradução completa do artigo originalmente publicado em inglês. Boa leitura e aproveitem!
 
CUBELABs — Já Ouviu Falar?
 

Por Gilberto Damasceno Jr.
CEO da SHAMAL SPACE
01/08/2025
 
O acesso à microgravidade — antes restrito a poucos atores capazes de operar em plataformas tripuladas como a ISS — agora está se tornando disponível para uma base de usuários muito mais ampla. O surgimento de CubeSats padronizados e de baixo custo está redefinindo o que é possível em experimentos espaciais e manufatura em órbita.
 
O cenário global de plataformas laboratoriais em microgravidade baseadas em CubeSats ganhou impulso significativo nos últimos anos, impulsionado por três forças principais:
 
* Demanda explosiva de empresas, startups, academia e governos
 
* Grandes avanços em miniaturização e sistemas autônomos
 
* Queda acentuada no custo de acesso à órbita
 
Alinhada à sua missão de democratizar o acesso ao espaço e oferecer soluções orbitais com DNA brasileiro e alcance global, a SHAMAL SPACE apresenta uma nova iniciativa para desenvolver CubeLabs modulares no Brasil, voltados para experimentação científica, tecnológica e comercial em microgravidade real.
 

O que é Microgravidade — e por que ela importa?
 
Microgravidade refere-se ao ambiente de gravidade ultrabaixa (≈10⁻⁶ g) típico da órbita baixa da Terra (LEO). Nessas condições, processos físicos e biológicos distorcidos pela gravidade terrestre podem ser observados em sua forma mais pura:
 
🔬 Crescimento 3D de tecidos biológicos
 
🔬 Formação de cristais e materiais avançados
 
🔬 Reações químicas sem convecção gravitacional
 
🔬 Produção de alto desempenho de fármacos, proteínas e fibras ópticas
 
A microgravidade possibilita avanços científicos e aplicações comerciais nas áreas de biotecnologia, farmacêutica, agritech e ciência dos materiais.
 

Por que as Simulações Terrestres Não São Suficientes
 
Alternativas terrestres (torres de queda, voos parabólicos, etc.) oferecem apenas segundos ou minutos de microgravidade instável — com interrupções significativas. Foguetes suborbitais fornecem 3–7 minutos, mas com alto custo por tempo utilizável.
 
Para experimentos de longa duração (dias ou semanas), os CubeSats orbitais oferecem o caminho mais viável técnica e economicamente para microgravidade sustentada.
 
PharmaSat – CubeLab dos EUA

Aplicações Reais em CubeLabs
 
Laboratórios de microgravidade baseados em CubeSats (1U–12U) já estão sendo usados para:
 
✔️ Ensaios em biotecnologia (culturas celulares, microrganismos, engenharia de tecidos)
 
✔️ Reações químicas em condições orbitais
 
✔️ Estudos de combustão, comportamento de fluidos e dinâmica de partículas
 
✔️ Testes de materiais e validação de MEMS
 
✔️ Experimentos farmacêuticos e de astrobiologia
 

Missões Globais de CubeLabs
 
* EUA: BioSentinel (NASA), PharmaSat, GeneSat, O/OREOS
 
* Japão: JAXA – HIBARI, Space BD
 
* Europa: CubeLab (Airbus / ESA – ICE Cubes)
 
* Índia: Missões PSLV CubeSat / Conceitos Biosat
 
* Rússia: SamSat-QB, CubeSat da VDNH
 
* Startups: SpacePharma, ExoLab (Magnitude.io), BIOROCK (ESA)


Space Tango CubeLab – EUA

Por que os CUBELABs São Um Divisor de Águas
 
✅ Baixo custo de entrada (a partir de ~US$ 0,5 milhão por missão)
 
✅ Oportunidades frequentes de lançamento via caronas ou foguetes suborbitais
 
✅ Ambiente orbital autônomo (independente da ISS)
 
✅ Ideal para experimentação padronizada e repetível
 
✅ Possibilidade de reentrada planejada (ex.: cápsulas de retorno da SpacePharma) ou aquisição completa de dados em órbita
 
Tendências Emergentes
 
* Laboratórios microcapsulares reutilizáveis
 
* Integração de sensores quânticos e MEMS de alta precisão
 
* IA embarcada para análise em tempo real de experimentos
 
* Suporte vital miniaturizado para testes com organismos vivos
 
* Missões de ciência cidadã e lideradas por universidades
 
* Apoio à utilização de recursos in situ na Lua (ISRU) e validação de bioprodução para o espaço profundo
 
Desafios Técnicos
 
* Controle térmico compacto e sistemas de biossegurança
 
* Mitigação de gravidade residual, vibração e rotação
 
* Limitações de energia e comunicação a bordo
 
* Durabilidade de materiais em LEO com alta radiação
 
Benefícios Estratégicos
 
* Preços acessíveis (< US$ 0,5 milhão), com custos ainda menores em lançamentos multiusuário
 
* Democratização da ciência orbital para startups, pesquisadores e universidades
 
* Forte cadeia de valor orbital brasileira
 
* Geração de propriedade intelectual e exportação de serviços viabilizados pelo espaço
 
Mercados-Alvo
 
* Farmacêutico: cultura celular, cristalização de proteínas, testes de medicamentos
 
* Agro-bio: desempenho de sementes, enzimas, fungos em LEO
 
* Novos Materiais: aerogéis, ligas metálicas, estruturas cristalinas
 
* STEM: missões educacionais e ciência liderada por estudantes
 
Plataformas Suborbitais Complementares
 
A SHAMAL SPACE também está explorando voos suborbitais e balões estratosféricos para validação de cargas úteis antes do envio orbital — reduzindo custos e riscos para usuários em estágio inicial.
 
Palavra Final
 
Os CubeSats laboratoriais para pesquisa e manufatura em microgravidade representam uma nova fronteira para os setores aeroespacial e científico do Brasil, impulsionando a inovação nacional enquanto abrem novos mercados globais.
 

A SHAMAL SPACE posiciona-se como um habilitador estratégico — conectando soberania tecnológica com acesso global à economia orbital.
 
SHAMAL SPACE Espaço como Negócio
 

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