O Telescópio Espacial James Webb Flagra Buracos Negros Devorando Estrelas

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No dia 1º de agosto, o portal ScienceNews (SN) divulgou que o Telescópio Espacial James Webb (JWST) registrou buracos negros em processo de devoração de estrelas. Esses corpos celestes estavam ocultos em regiões densamente empoeiradas do universo, invisíveis para a maioria dos telescópios tradicionais.
 
Crédito: NRAO/AUI/NSF, NASA

De acordo com a matéria do portal, o Telescópio JWST fez sua primeira observação de buracos negros despedaçando e devorando estrelas — um processo conhecido como evento de disrupção de maré (TDE, na sigla em inglês).
 
O Telescópio Espacial James Webb fez sua primeira observação de buracos negros se alimentando secretamente de estrelas dentro de galáxias empoeiradas. A capacidade do JWST de captar sinais infravermelhos detalhados permite que ele enxergue além da poeira para investigar os buracos negros em grande parte ocultos, relatam os pesquisadores na edição de 1º de agosto da revista Astrophysical Journal Letters.
 
Normalmente, buracos negros dormentes são invisíveis. Isso muda quando uma estrela se aproxima demais: a gravidade extrema do buraco negro a estica e a transforma em um disco de gás que gira ao redor do objeto e o alimenta temporariamente. Esse disco esquenta e emite luz nos comprimentos de onda do ultravioleta, visível e raios X — sinais geralmente usados para detectar esses gigantes adormecidos.
 
Contudo, como explica a astrofísica Megan Masterson, do MIT, “esses comprimentos de onda podem ser completamente bloqueados” se houver poeira ao redor. Até hoje, a maioria dos TDEs foi identificada em ambientes relativamente limpos, mas os pesquisadores acreditam que esses eventos sejam igualmente comuns em galáxias mais empoeiradas — só são muito mais difíceis de detectar.
 
A poeira, no entanto, emite seu próprio sinal após absorver a radiação de outras fontes: ela brilha no infravermelho. Em estudos anteriores, Masterson e sua equipe analisaram dados arquivados de uma pesquisa espacial infravermelha e identificaram 12 possíveis TDEs.
 
Agora, com o poder de observação ampliado do JWST — que cobre uma faixa mais ampla do espectro infravermelho do que qualquer telescópio anterior — os cientistas observaram quatro desses eventos. O Webb detectou emissões infravermelhas de átomos ionizados por fortes radiações ultravioletas e de raios X — um indicativo claro de que há um buraco negro em plena refeição estelar.
 
Embora discos de gás brilhantes ao redor de buracos negros ativos também emitam radiação semelhante, os sinais observados de poeira de silicato sugerem outra cena: grãos girando ao redor de um buraco negro adormecido, despertando momentaneamente para devorar uma estrela. Simulações computacionais confirmaram que os TDEs são a explicação mais provável para os dados coletados.
 
A luz infravermelha gerada nesses eventos é detectada com meses de atraso em relação aos sinais mais energéticos, pois leva tempo até que a luz da estrela destruída aqueça a poeira. Ainda assim, segundo Masterson, essa é praticamente a única maneira de estudar buracos negros em processo de alimentação que estejam escondidos sob espessas camadas de poeira.
 
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