Alada na caçada ao dinheiro (que a FAB e a NavBrasil não tem)
Olá, entusiasta caçador de perseguidores de recursos públicos!
Em uma publicação nas redes sociais, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) divulgou nas suas redes sociais (veja aqui) o encontro realizado em 21/8 entre o Diretor de Inovação, Elias Ramos, e representantes da ALADA — o Brigadeiro Almeida, presidente da estatal, e o Brigadeiro Silva Mendes, diretor da empresa. Segundo a Finep, a reunião buscou aproximar as instituições e identificar sinergias em prol do fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro.
Também participaram da reunião o assessor da Diretoria de Inovação, Ronaldo Carmona, o superintendente da área de Cadeias Agroindustriais e Defesa, Rodrigo Secioso, e o gerente José Henrique.
Essa visita é, em essência, o reflexo do dilema anacrônico e paradoxal que marca a própria existência da Alada. Criada sob o discurso oficial de fortalecer a soberania aeroespacial, a estatal nasce já fragilizada em sua base financeira e estrutural. Sem dotação própria na PLOA de 2025 e com suas controladoras — Força Aérea Brasileira (FAB) e NavBrasil — limitadas a sustentar projetos estratégicos em andamento, a empresa surge dependente da busca por capital externo para simplesmente operar. Nesse cenário, a aproximação com a Finep não é apenas estratégica: é praticamente uma questão de sobrevivência, como o Brazilian Space já havia alertado desde que esse “dinossauro” foi criado por arranjos políticos de toda ordem.
O movimento, porém, reacende preocupações. O caso Akaer revelou o quão difícil é auditar projetos de inovação, em que resultados se tornam intangíveis e a prestação de contas pouco transparente permite liberalidades com os recursos. A Alada, ao recorrer ao mesmo canal de fomento, arrisca-se a institucionalizar um modelo circular de financiamento — via FNDCT e Finep — caracterizado pela baixa transparência e pela responsabilização limitada.
Imagine, se para uma empresa privada como a Akaer a Finep se portou como thcutchuca e imagina para uma empresa pública, como as coisas não vão ocorrer?
Além disso, a estatal representa uma distorção no ecossistema: cria terreno fértil para disputas políticas, pressões de lobby e acesso privilegiado a recursos de subvenção econômica que estão fora do alcance de startups e empresas privadas. Nesse formato, a Alada não apenas pode monopolizar fatias do mercado espacial ou atuar como intermediária imposta pelo Estado, mas, também, competirá diretamente com o setor privado na disputa por verbas e oportunidades.
Assim, a visita à Finep vai além de uma mera tentativa de captação. Ela escancara a contradição central da Alada: concebida para garantir a autonomia tecnológica do país, mas erguida sobre um monopólio estatal e um vazio de recursos que a aprisiona às mesmas fragilidades que motivaram "retoricamente" a sua criação.
Brazilian Space
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