Em Voo Considerado Bem Sucedido, a SpaceX Responde aos Críticos Com o Voo de Teste do Starship
Caros leitores e leitoras do BS!
Credito: Space Daily
No dia de ontem (26/08), o portal Space Daily noticiou que o megafoguete Starship da SpaceX rugiu pelos céus na terça-feira (26), em seu décimo voo de teste, apresentando um desempenho sólido após uma série de falhas explosivas que começaram a lançar dúvidas sobre seu futuro.
Pois bem, entusiastas do espaço, aqui no Brasil — creio eu — fui o primeiro a afirmar, desde que esse “trambolho espacial” foi apresentado por Elon Musk por volta de 2017/2018 no Congresso Aeroespacial, que se tratava de uma grande furada. E digo isso com tranquilidade: após dez voos de teste, não vi absolutamente nada que me fizesse mudar de opinião quanto aos objetivos alucinados anunciados por Musk à época — como levar o homem a Marte ou utilizar uma derivação dessa espaçonave como módulo de pouso lunar dentro do Programa Artemis, da NASA. Considerando os avanços alcançados nesses dez lançamentos, a SpaceX conseguiu provar apenas que a nave — uma verdadeira dançarina dos céus — é capaz de colocar cargas úteis em órbita. Isso é verdade, feito com um sistema inovador de liberação de cargas, porém é algo que muitos outros já realizam há décadas, inclusive com o Foguete Falcon 9 da própria empresa. Também foi demonstrado que parte do primeiro estágio do foguete pode ser capturado de forma espetacular em pleno ar. No entanto, o sistema como um todo ainda não foi capaz de realizar um pouso completo com sucesso — seja no solo, seja por captura aérea, como prometia o conceito original. Porém também é verdade que, quando se estabelecem pequenos avanços entre um voo e outro, as chances de sucesso aumentam, lembre-se disso. Mas, com o devido respeito aos "Muskeiros" de plantão, os resultados obtidos até agora permanecem muito aquém dos objetivos delirantes de seu idealizador. Após dez voos, o que se vê é que a SpaceX ainda está "anos luz" de concretizar o que foi prometido. Como exemplo, basta lembrar que o Projeto Apollo fez muito mais, com bem menos voos testes.
De acordo com a nota do portal, com impressionantes 123 metros de altura, o Starship é o veículo de lançamento mais poderoso já construído e é fundamental para a visão do fundador Elon Musk de levar a humanidade a Marte, além de fazer parte dos planos da NASA para levar astronautas de volta à Lua.
O colosso de aço inoxidável decolou da base da empresa, a Starbase, no sul do Texas, às 18h30 no horário local (23h30 GMT), sob fortes aplausos das equipes de engenharia, conforme mostrado em uma transmissão ao vivo.
Poucos minutos após o lançamento, o propulsor do primeiro estágio, conhecido como Super Heavy, caiu no Golfo do México, provocando um estrondo sônico em sua descida. Ao contrário de testes recentes, a SpaceX optou por não tentar capturá-lo com os enormes braços “hashi” da torre de lançamento, preferindo testar seu desempenho caso um motor falhasse.
A atenção então se voltou para o segundo estágio — também chamado individualmente de Starship e projetado para um dia transportar tripulação e carga — para demonstrar suas capacidades enquanto subia ao espaço.
Pela primeira vez, a SpaceX conseguiu lançar com sucesso oito satélites fictícios da internet Starlink, com câmeras a bordo transmitindo imagens ao vivo do mecanismo robótico empurrando cada um, um por um.
Nem tudo foi perfeito. Algumas placas de proteção térmica se desprenderam, e uma pequena parte de uma das aletas queimou durante a reentrada da nave, envolta em plasma rosa e roxo.
Mas o gerente de comunicações da SpaceX, Dan Huot, disse que grande parte disso era esperado, já que a nave foi propositalmente enviada em uma trajetória extrema, com algumas placas removidas intencionalmente.
"Estamos sendo meio duros com esta Starship", disse ele durante a transmissão. "Estamos realmente colocando ela à prova e tentando identificar alguns de seus pontos fracos."
"Ótimo trabalho da equipe da SpaceX!!", escreveu Musk na rede X.
Missão Crítica
Muito estava em jogo nesta missão, após os últimos três voos terminarem com a explosão do segundo estágio: duas vezes sobre o Caribe e uma após alcançar o espaço. Em junho, um segundo estágio explodiu durante um teste em solo.
Apesar dos contratempos recentes, o Starship não era visto como estando em ponto de crise. A filosofia da SpaceX de “falhar rápido, aprender rápido” já lhe deu uma liderança significativa em lançamentos com os foguetes Falcon, enquanto as cápsulas Dragon transportam astronautas para a ISS e o Starlink se tornou um ativo geopolítico.
Ainda assim, mesmo com um décimo voo bem-sucedido, grandes desafios permanecem. Musk apontou o desenvolvimento de um escudo térmico orbital totalmente reutilizável como a tarefa mais difícil, observando que o escudo do ônibus espacial levava nove meses para ser recondicionado entre os voos.
“O que estamos tentando alcançar aqui com o Starship é um escudo térmico que possa ser reutilizado imediatamente”, disse ele em uma transmissão na segunda-feira.
Outro obstáculo é provar que o Starship pode ser reabastecido em órbita com propelente super-resfriado — uma etapa essencial, mas ainda não testada, para que a nave realize missões no espaço profundo.
O tempo está se esgotando para preparar uma versão modificada como módulo de pouso lunar da NASA para 2027, e para que Musk cumpra sua promessa de enviar um Starship não tripulado a Marte no próximo ano.
Se você é um entusiasta do espaço e não tenha podido acompanhando este décimo voo desse “trambolho espacial” da SpaceX, recomendamos que o faça em português pelo link abaixo do Canal Homem do Espaço, do nosso amigo Junior Miranda, a enciclopédia do Espaço.
Brazilian Space
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