Instrumento do Robô Marciano Curiosity Pode Detectar Vida e a NASA Não Sabia Disso

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[Imagem: NASA]
Locais para procurar sinais de vida em Marte não faltam. O instrumento também poderá ser usado em outros planetas e luas.

Instrumento Já Está em Marte
 
No dia de ontem (14/08), o portal Inovação Tecnológica noticiou que um estudante de doutoramento e seu orientador descobriram um modo de examinar a existência de vida em Marte - e, futuramente em outros planetas e luas - usando os equipamentos científicos que já estão a bordo do robô Curiosity, que explora Marte13 anos.
 
De acordo com a nota do portal, na verdade, o instrumento, chamado cromatógrafo a gás-espectrômetro de massas (GC-MS), tem sido instalado em sondas marcianas desde meados da década de 1970, com versões iniciais nos módulos de pouso Viking I e Viking II. E também estará a bordo do próximo rover marciano, o Rosalind Franklin.
 
O que Solomon Hirsch e Mark Sephton, do Imperial College de Londres, descobriram é que esse instrumento científico pode ser usado para detectar uma ligação química dentro de moléculas da membrana celular encontradas em muitos organismos vivos ou que tenham morrido há pouco tempo.
 
"Agências espaciais como a NASA e a ESA não sabem que seus instrumentos já conseguem fazer isso," disse o professor Sephton. "Aqui, desenvolvemos um método elegante que identifica de forma rápida e confiável uma ligação química que indica a presença de vida viável. O rover Curiosidade acabou de completar 13 anos em Marte, mas quem disse que não se pode ensinar truques novos a um cachorro velho?"
 
[Imagem: Solomon Hirsch et al. - 10.1038/s44453-025-00006-9]
Ligações químicas na membrana celular de seres vivos que podem ser detectadas com o instrumento.

Detecção de Vida em Qualquer Lugar
 
A técnica descoberta pela dupla consiste em detectar uma sequência única de átomos que se ligam às moléculas constituintes das membranas externas de bactérias vivas e células eucarióticas. Essas células constituem a grande maioria da matéria biológica na Terra e incluem os tipos de formas de vida que muitos esperam encontrar fora do nosso planeta.
 
As assinaturas dessas ligações encontradas em moléculas chamadas lipídios polares intactos (IPLs) aparecem como um pico claro em um gráfico produzido pelo instrumento GC-MS.
 
"Quando colocamos os compostos lipídicos polares intactos em nosso GC-MS, não sabíamos o que esperar, já que esses compostos geralmente são analisados usando outras técnicas. A assinatura característica que identificamos fornece um indicador claro de vida viável usando equipamentos espaciais já em uso em muitas missões extraterrestres," disse Hirsch. "Se encontrarmos sinais de vida fora da Terra, a primeira pergunta será: Ela existe agora? É emocionante pensar que a técnica que desenvolvemos aqui pode ser usada para ajudar a responder a essa pergunta."
 
Mas a técnica não é adequada para detectar formas ancestrais de vida, extintas há muito tempo, como a maioria da comunidade científica acredita ser mais provável em Marte. Isso porque, quando o organismo morre, suas ligações IPL se desintegram em poucas horas, não podendo mais ser detectadas - o pico não aparece mais na leitura do instrumento.
 
Saibam mais:
 
Autores: Solomon Hirsch, Mark A. Sephton
Revista: npj Space Exploration
Vol.: 1, Article number: 3
DOI: 10.1038/s44453-025-00006-9
 
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