A ESA Prepara Pré-Seleção Para o Desafio Europeu de Desenvolvimento de Novos Veículos Lançadores

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Crédito: MaiaSpace
A empresa francesa MaiaSpace está desenvolvendo um pequeno veículo de lançamento com primeiro estágio reutilizável.

No dia de ontem (03/07), o portal SpaceNews noticiou que a Agência Espacial Europeia (ESA) em breve selecionará os finalistas de uma competição destinada a apoiar o desenvolvimento de novos veículos de lançamento por empresas europeias.
 
De acordo com a nota do portal, durante um painel no Paris Air Show, em 17 de junho, o diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher, afirmou que a agência recebeu 12 propostas para o European Launcher Challenge, um programa que visa conceder contratos de lançamento para novos veículos, além de financiar demonstrações de veículos aprimorados. As empresas são elegíveis para até 169 milhões de euros (cerca de US$ 199 milhões) cada.
 
Essas 12 propostas estão atualmente passando por análises técnicas por parte da ESA, que selecionará algumas delas para consideração de financiamento na conferência ministerial da ESA, no final de novembro.
 
“Nem todas as 12 propostas irão para a ministerial”, disse ele. “Não posso prever quantas permanecerão após esse período de avaliação, e, portanto, quantas chegarão à conferência.”
 
A ESA está utilizando uma abordagem alternativa para financiar o Desafio Europeu de Lançadores, diferente do seu tradicional sistema de retorno geográfico (georeturn), onde os estados-membros assinam programas e recebem contratos em proporção ao financiamento que oferecem. Em vez disso, a ESA planeja selecionar um grupo de empresas, e os estados-membros, durante a conferência ministerial, decidirão quais delas desejam financiar.
 
“Vários estados-membros estão se preparando para tomar decisões caso seus candidatos sejam selecionados para receber financiamento na conferência ministerial”, disse ele. “Se você me perguntar quantas propostas irão à conferência, ainda é cedo para dizer, mas devemos saber em algumas semanas.”
 
Toni Tolker-Nielsen, diretor de transporte espacial da ESA, afirmou após o painel que espera que as empresas pré-selecionadas sejam anunciadas já em 7 de julho.
 
A ESA ainda não divulgou as empresas que enviaram propostas ao Desafio Europeu de Lançadores, embora algumas, amplamente consideradas participantes, tenham anunciado marcos recentes para destacar o progresso alcançado.
 
A MaiaSpace, empresa francesa que desenvolve um veículo de lançamento com primeiro estágio reutilizável, recebeu a visita de vários ministros do governo francês em suas instalações nos arredores de Paris, em 13 de junho. Na ocasião, a empresa anunciou a intenção de construir uma fábrica de 10.000 metros quadrados para produzir o veículo.
 
Yohann Leroy, CEO da MaiaSpace, afirmou no Paris Air Forum, mais cedo naquele mesmo dia, que há demanda por pequenos veículos lançadores, apesar da concorrência dos serviços de carona compartilhada (rideshare), que dificultaram o sucesso de outros desenvolvedores. Lançadores pequenos dedicados são frequentemente comparados a táxis, enquanto os rideshares são comparados a ônibus.
 
“O mercado de microlançadores existe. Há muitas pessoas interessadas em um táxi, desde que o táxi tenha o preço do ônibus”, disse ele. “Se você quer ter sucesso lançando um táxi, o preço tem que se aproximar do preço do ônibus.”
 
Algumas empresas sugeriram que estão interessadas em usar o Desafio Europeu de Lançadores para apoiar o desenvolvimento de veículos maiores. “Microlançadores nunca poderão competir em preço por quilo” com veículos maiores, disse Miguel Bello Mora, presidente do conselho da Orbex, durante o mesmo painel no Paris Air Forum.
 
A empresa está trabalhando em seu pequeno lançador Prime, mas já anunciou planos para um veículo maior, o Proxima, mesmo antes do primeiro lançamento do Prime. “Acreditamos que há uma lacuna e espaço para vários participantes”, disse ele. “O segmento médio é o nosso foco.”
 
Nem todos no setor europeu de pequenos lançadores estão satisfeitos com a competição. “É um programa meio estranho”, disse Stanislas Maximin, presidente executivo da Latitude, em entrevista. Ele afirmou sentir que a competição serve tanto para ajudar empresas já bem avançadas em tecnologia e captação de recursos quanto aquelas que têm dificuldade em atrair financiamento privado.
 
Ainda assim, ele disse que a Latitude enviou uma proposta para a competição. “Isso nos ajudará a melhorar o sistema de lançamento”, afirmou, como por exemplo aumentar a capacidade de carga útil do foguete Zephyr de 200 para 300 quilos. “Nos permite avançar mais rápido.”
 
A Latitude, sediada na França, também está usando a competição para expandir sua presença na Europa. “Isso nos ajuda a ser mais europeus. Estamos construindo relações com parceiros europeus”, disse ele.
 
Embora tenha expressado preocupação de que o programa possa ser usado por alguns países para apoiar empresas que talvez não precisem dessa assistência, “sentimos que estamos bem posicionados para vencer”.
 
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