A Empresa Japonesa Ispace Perdeu Contato com Módulo Lunar Resilience Durante Pouso

Caros leitores e leitoras do BS!
 
Credito: Space Daily
Ilustrativo.

No dia de ontem (05/06), o portal Space Daily noticiou que infelizmente a empresa japonesa ispace perdeu contato com o seu Módulo Lunar Resilience durante a fase final da descida, frustrando sua tentativa de entrar para a história com um pouso bem-sucedido na superfície da Lua. A missão representava uma nova chance após o fracasso da primeira tentativa em 2023, que terminou em uma colisão.
 
De acordo com a nota do portal, com sede em Tóquio, a ispace aspirava se tornar a terceira empresa privada — e a primeira de fora dos Estados Unidos — a realizar um pouso suave no solo lunar. O toque previsto estava marcado para as 4h17 da manhã de sexta-feira (horário do Japão), ou 19h17 GMT de quinta-feira, na região de Mare Frigoris, no hemisfério norte da Lua.
 
No entanto, cerca de 15 minutos após o horário programado, o clima no centro de controle da missão já era de apreensão. Durante a transmissão ao vivo, os apresentadores — com tradução simultânea em inglês — anunciaram que os membros do centro de controle seguiriam tentando restabelecer contato com a sonda. "Mais informações serão fornecidas em uma coletiva de imprensa", disseram. A transmissão terminou com uma mensagem de esperança: “Jamais desista da busca lunar.”
 
Antes da tentativa, o CEO da ispace, Takeshi Hakamada, demonstrava otimismo, destacando os aprendizados acumulados com a Missão 1 e os ganhos operacionais obtidos ao longo da atual jornada. “Estou muito animado para ver o que vai acontecer hoje”, declarou também Hiroshi Yamakawa, presidente da agência espacial japonesa JAXA, durante a live. O clima, até então, era de celebração, com até mesmo uma festa organizada pela filial americana da ispace em Washington.
 
A bordo da Resilience estavam cargas úteis de destaque: o micro rover Tenacious, desenvolvido em Luxemburgo; um eletrólito de água para separar hidrogênio e oxigênio; um experimento de produção de alimentos; e um sensor de radiação espacial. O rover também transportava a “Moonhouse”, uma casa-modelo criada pelo artista sueco Mikael Genberg.
 
A missão incluía ainda a coleta de duas amostras do solo lunar, que seriam vendidas simbolicamente à NASA por US$ 5 mil. Apesar de as amostras permanecerem na Lua, a transação visava reforçar a posição dos EUA de que atividades comerciais — embora não reivindicações territoriais — devem ser permitidas em corpos celestes.
 
Até o momento, apenas cinco países conseguiram pousos suaves na Lua: União Soviética, Estados Unidos, China, Índia e Japão. Agora, empresas privadas começam a entrar nessa corrida, prometendo acesso mais frequente e econômico ao espaço.
 
Em 2024, a americana Intuitive Machines se tornou a primeira empresa privada a alcançar a Lua. Apesar de seu módulo não ter aterrissado perfeitamente, ele conseguiu completar testes e enviar imagens. Em março deste ano, a Blue Ghost, da Firefly Aerospace — lançada no mesmo foguete SpaceX que transportou a Resilience — obteve êxito em sua tentativa de pouso lunar.
 
Apesar de compartilhar o mesmo lançamento, a Resilience levou mais tempo para atingir a órbita lunar. A ispace esperava enfim conquistar seu momento de glória, após o pouso malsucedido do ano anterior.
 
Pousar na Lua continua sendo um enorme desafio técnico, exigindo que a espaçonave reduza sua velocidade com extrema precisão, utilizando propulsores para controlar a descida em um terreno inóspito.
 
Nem mesmo as tentativas mais recentes escaparam dos percalços. O segundo pouso lunar da Intuitive Machines, realizado em março, terminou em decepção: a sonda Athena, que visava a região de Mons Mouton — o ponto mais próximo do polo sul lunar já tentado — tombou e ficou incapaz de recarregar suas baterias solares.
 
Enquanto isso, outra startup japonesa, a Space One, também enfrenta obstáculos. A empresa busca se tornar a primeira companhia privada do país a colocar um satélite em órbita. Seu mais recente lançamento, em dezembro, teve de ser abortado após o foguete perder o controle e entrar em queda.
 
Se você é apaixonado por exploração espacial, e não teve ontem (05/06) a oportunidade de ver este evento imperdível, acompanhe ao vivo e em português como foi essa falha no pouso dessa espaçonave japonesa na Lua. Recomendamos que acompanhem pelo Canal HOMEM DO ESPAÇO, do nosso parceiro Junior Miranda — uma verdadeira enciclopédia viva sobre missões e tecnologias espaciais, pelo link abaixo:
 
 
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