Entidades Científicas Mostram União e Força em Dia de Manifestações no Congresso Nacional
Olá leitor!
Segue abaixo uma importante notícia postada dia (11/10)
no site do “Jornal da Ciência” da SBPC, destacando que Entidades Científicas
mostraram união e força em dia de manifestações no Congresso Nacional.
Duda Falcão
Notícias da SBPC
Entidades Científicas Mostram União e Força em
Dia de Manifestações
no Congresso Nacional
Com a participação de mais de 70 representantes de entidades
acadêmicas e científicas,
as atividades realizadas nesta terça-feira, 10 de outubro,
no Congresso Nacional, em
defesa do orçamento para a ciência, mobilizaram mais de
50 parlamentares
Por Daniela Klebis
Jornal da Ciência
Quarta-feira, 11 de outubro de 2017
(Foto: Agência Câmara)
Audiência pública na Comissão de Ciência e
Tecnologia da
Câmara dos Deputados.
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Cerca de 70 entidades acadêmicas e científicas
brasileiras e mais de 50 parlamentares, entre deputados e senadores,
participaram das manifestações realizadas nesta terça-feira, 10 de outubro, no
Congresso Nacional, para pressionar o governo a aumentar o orçamento previsto
para 2018 e reivindicar o descontingenciamento de recursos de 2017 para
ciência, tecnologia e educação pública superior. Diante da presença maciça das
entidades científicas na Câmara, os congressistas manifestaram apoio à
recuperação do orçamento para ciência e tecnologia e se comprometeram a fazer
articulações na Casa nesse sentido. No entanto, conforme destaca o presidente
da SBPC, Ildeu de Castro Moreira, a cruzada pelos recursos para ciência,
tecnologia e educação deve continuar até que se tenham garantias concretas
sobre as verbas.
“Foi uma atividade muito importante no Congresso
Nacional, teve uma repercussão muito significativa, em especial pela presença
expressiva das associações científicas brasileiras e das instituições de
pesquisa, que conseguiu mobilizar um grande número de deputados e senadores.
Existem promessas de vários parlamentares, mas, de maneira nenhuma, está
garantido que as nossas reivindicações vão ser atendidas. Portanto, a pressão
política deve continuar tanto no Congresso Nacional, como nas outras atividades
entre a sociedade brasileira”, declarou Moreira.
As atividades foram solicitadas pela SBPC e pela Campanha
Conhecimento Sem Cortes e contaram com o apoio de deputados e senadores, em
especial da Frente Parlamentar em Defesa da Ciência, Tecnologia, Pesquisa e
Inovação.
O dia começou com uma extensa audiência pública na
Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, das 9h30 às 14h, seguida por um ato
público no Salão Nobre da Câmara e, por fim, um encontro com o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, onde foi entregue a petição com mais de 83 mil
assinaturas da Campanha Conhecimento em Cortes. Nas três ocasiões, foi
distribuída a “Carta aos Parlamentares”, manifesto produzido pela SBPC e
assinado por mais de 150 entidades científicas brasileiras, que detalha a
situação crítica da área no País, com o contingenciamento drástico das verbas
em 2017 e as perspectivas dramáticas do orçamento previsto para 2018.
Segundo o deputado Celso Pansera, que foi quem requereu a
audiência na Câmara, as atividades superaram as expectativas. “Na audiência
pela manhã tivemos mais de 40 deputados presentes, à tarde tivemos o presidente
em exercício do Senado (o senador Cássio Cunha Lima), diversos senadores,
outros deputados que não haviam participado pela manhã, e, por fim, o evento
com o presidente da Câmara. Eu acho que o impacto na Casa foi muito grande, e
começo a acreditar que nós caminhamos para resolver, e se não resolver, indicar
um caminho para que o ano que vem não seja tão ruim como foi 2017 pra a Ciência
brasileira”, afirmou o deputado.
(Foto: Agência Senado)
Presidente em exercício do Senado Federal, senador Cássio
Cunha
Lima, participa de ato público “Conhecimento Sem Cortes”
no Salão Nobre
da Câmara dos Deputados.
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Situação Dramática
A Carta aos Parlamentares, apresentada nas atividades
na Câmara, enfatiza que é muito grave a situação da ciência e tecnologia no
País. O contingenciamento dos recursos para o MCTIC em 2017 reduziu o orçamento
de custeio e investimento em CT&I para apenas R$ 3,0 bilhões – um terço do
valor de 2013. O documento destaca que a comunidade científica vem
repetidamente solicitando ao presidente da República a liberação de R$ 2,2
bilhões contingenciados para atender minimamente às necessidades do MCTIC. No
entanto, do descontingenciamento global de R$ 12,8 bilhões para 2017, anunciado
no final de setembro, apenas R$ 500 milhões foram destinados ao Ministério.
O cenário para 2018 é ainda mais catastrófico. A previsão
de recursos para o CNPq é suficiente para cobrir as despesas para o pagamento
dos 100 mil bolsistas somente no primeiro semestre do ano; os recursos da Capes
no PLOA 2018 sofreram redução de cerca de 32%; os recursos não reembolsáveis do
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para
CT&I serão R$ 350 milhões, que corresponderá a apenas 8% dos R$ 4,5 bilhões
a serem arrecadados pelo Fundo em 2018, para citar alguns exemplos demonstrados
na carta ao parlamentares.
“O Congresso Nacional tem que atentar que a ciência já
contribuiu muito para a economia brasileira. Precisamos recuperar o orçamento
de 2017, que foi votado e aprovado nesta Casa no ano passado. Se não fizermos
nada, vamos abdicar da nossa capacidade de construir um país soberano”,
enfatizou Moreira, presidente da SBPC, durante a audiência pública.
Representando a Academia Brasileira de Ciências (ABC),
Helena Nader alertou que os cortes drásticos, somados à Emenda Constitucional
95, do teto de gastos, delineiam um cenário de incertezas para o Brasil. “Eu
quero saber o que vamos fazer. Nem plantar batatas ou soja seremos capazes,
porque para isso também precisamos de ciência. Os países determinados, de
competitividade mundial, são o que investem em ciência. Estamos na contramão da
economia do conhecimento. É esse o Brasil que queremos?”, questiona a
cientista, que é também presidente de honra da SBPC.
Representantes de diversas entidades científicas falaram
na audiência, e denunciaram a situação de “extremo desmonte” das universidades
e institutos federais e estaduais de C&T, conforme definiu o secretário
executivo do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência,
Tecnologia e Inovação (Consecti), Alberto Peverati.
“O orçamento para C&T é menos da metade de 2005. Mas
a comunidade científica hoje é o dobro”, disse Aldo Nelson Bona, presidente da
Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM).
Segundo ele, os cortes orçamentários amputam as possibilidades de
desenvolvimento nacional. “Mais de 80% da ciência brasileira é feita nas
universidades públicas. Não podemos deixar esse colapso geral continuar”.
Entretanto, conforme alertou o presidente da Associação
Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil
(Andifes), Emmanuel Zagury Tourinho, levará muitos anos para que o País
recupere a posição de destaque no cenário mundial em C&T que teve anos
atrás. “Estamos sendo asfixiados financeiramente. E não sabemos como estaremos
daqui a quatro ou cinco anos”, disse.
Já o presidente do Conselho Nacional das Fundações de
Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica
(Confies), Fernando Peregrino, demonstrou que estamos retroagindo na
industrialização e na CT&I e destacou a queda do Brasil no índice global de
inovação. Segundo ele, “as políticas macroeconômicas estão em conflito com a
inovação”.
Como ressaltou o presidente da Associação Brasileira das
Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI), Júlio Cesar Felix, a
inovação é dependente do financiamento público. “Sem o financiamento público,
não tem como fazer a interligação entre ciência e inovação”, afirmou,
acrescentando que estamos vivendo uma “crise sem precedentes”, que já prejudica
todo o esforço iniciado pelo Estado para fortalecimento do Sistema Nacional de
Ciência, Tecnologia e Inovação no País.
Em resposta aos argumentos das entidades científicas,
vários deputados e senadores concordaram que a ciência e a tecnologia deve,
sim, ser tratada como prioridade do governo. “Não podemos ter a mediocridade de
matar o que estava, a duras penas, prosperando”, afirmou a deputada Margarida
Salomão, ex-reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
“Conhecimento é a grande moeda que move o mundo. Temos que respeitar a 13ª
nação mundial em produção científica”, acrescentou a deputada Luciana Santos.
Já o deputado Henrique Fontana declarou que é “irracional
para uma nação como a nossa cortar para 1/4 os investimentos em ciência e
tecnologia” e que esses cortes colocam no lixo bilhões de reais que já foram
investidos por anos na área.
“Estamos andando para trás. Como se quer disputar
hegemonia no mundo e falar de ciência e tecnologia, com esses cortes no
orçamento?”, declarou a deputada Luiza Erundina. O deputado Ivan Valente também
afirmou que a situação é de desmonte do sistema de C&T nacional: “O
contingenciamento fecha portas”, afirmou.
Além das manifestações de solidariedade, deputados e
senadores também se comprometeram a empenhar esforços de articulação para
garantir mais verbas para CT&I. “Nossa obrigação é fazer chegar os recursos
para ciência e tecnologia”, disse o deputado Paulo Magalhães, presidente da
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara.
O deputado Francisco Rodrigues de Alencar Filho, no
entanto, recomendou ceticismo com as promessas feitas e incentivou que as
entidades científicas e toda a sociedade continuem a pressionar até que medidas
concretas sejam efetivadas. “Não basta gentileza. É preciso ação e
compromisso”.
83 Mil Assinaturas
Partindo de diversas estratégias para sensibilizar a
sociedade e os parlamentares, Tatiana Roque, coordenadora da Campanha Conhecimento
Sem Cortes e professora da UFRJ, entregou nas mãos do deputado Rodrigo Maia,
presidente da Câmara, quatro brochuras grossas, contendo o nome e o endereço
eletrônico dos mais de 83 mil cidadãos brasileiros que assinaram a petição
solicitando a garantia do pleno funcionamento das universidades públicas e dos
institutos de pesquisas; a garantia da continuidade de bolsas de estudo e
políticas de permanência para estudantes nas universidades, especialmente
cotistas; a retomada de investimentos em ciência, tecnologia e pesquisa nos
mesmos patamares de 2014; e a retirada de Educação e Saúde do teto de gastos
imposto pela Emenda Constitucional 95.
Além da petição, a Campanha, que conta com o apoio da
SBPC, vem realizando uma forte mobilização nas redes sociais e instalou três
Tesourômetros – painéis eletrônicos que monitoram, em tempo real, os cortes no
orçamento da ciência, tecnologia e educação no Brasil – no Rio de Janeiro, em
Belo Horizonte e em Brasília. “Nesses dois minutos desde que comecei a falar aqui,
a ciência brasileira já perdeu 16 mil reais”, afirmou Roque. Desde 2015, os
cortes para ciência e tecnologia no Brasil já ultrapassam R$12 bilhões.
Na avaliação de Roque, o dia de atividades no Congresso
foi um “grande sucesso”, porque houve uma intenção de compromisso demonstrada
por parte da Presidência da Câmara e da Presidência do Senado. “Agora é
acompanhar e continuar pressionando para que eles honrem esse compromisso”,
disse.
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, recebeu a petição com
mais
de 83 mil assinaturas da Campanha Conhecimento em Cortes.
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Novas Manifestações
O presidente da SBPC conta ainda que novas manifestações
já estão programadas, tanto no Congresso como pelas ruas do País. Ao final da
audiência pública de terça-feira, a Comissão de Ciência e Tecnologia,
Comunicação e Informática da Câmara, por proposta da SBPC, se comprometeu a
encaminhar a solicitação de uma reunião do Conselho Nacional de Ciência e
Tecnologia (CCT). Esta solicitação vem sendo feita ao ministro Gilberto Kassab
desde agosto pelas entidades científicas, acadêmicas e dos sistemas estaduais
de CT&I.
Além disso, no Fórum Permanente das Associações Afiliadas
à SBPC, realizado na segunda-feira, 9, foi decidido que nos dias 11 e 12 de
novembro será realizada uma nova Marcha Pela Ciência pelo Brasil inteiro.
“Vamos continuar a pressionar. Iremos às ruas e
voltaremos ao Congresso quantas vezes forem necessárias”, afirmou Moreira.
Fonte: Jornal da Ciência de 11/10/2017
Comentário: Agora sim Dra. Helena Nader, Dr. Ildeu de Castro Moreira e Dr. Luiz Davidovich,
esta iniciativa e as que vêm ocorrendo nas ruas recentemente é que eu chamo de
atuar politicamente com atitude e inteligência. Vocês da Ciência Brasileira passaram
décadas acreditando numa fantasia (a de que vivem num país de verdade) e se
contentando com migalhas que variavam do péssimo (como agora) ao menos ruim (como
no segundo Governo LULA). Sinceramente espero e torço para que acordem e que
entendam que a Ciência só deve ter um partido e ele se chama CIÊNCIA. Portanto,
enquanto perdurarem esses vermes POPULISTAS de merda de esquerda, direita,
centro e do escambau a quatro na Política Brasileira, a atitude de vocês tem de
envolver um monitoramento e cobrança constante desses vermes, como parece que
vai ser agora o modelo adotado, segundo o presidente atual da SBPC, Dr. Ildeu de Castro Moreira. Espero sinceramente
que vocês tenham aprendido a lição e que agora atuem como deve atuar deixando
desses choros públicos literários que não levam a lugar nenhum, e mostrem definitivamente
a esses vagabundos de merda através de atitude, a força da comunidade de vocês.
A responsabilidade de vocês é enorme e envolve o futuro de uma desejada Nação
Brasileira. Tenham definitivamente consciência disto, este é um apelo de um
cidadão brasileiro.
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