Para Coordenador do MCTIC, Parceria Com Portugal Pode Mudar a Ciência no Atlântico
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (01/11) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), destacando que para o coordenador
do MCTIC, parceria com Portugal pode mudar a ciência no Atlântico.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Para Coordenador do MCTIC, Parceria Com
Portugal Pode Mudar a Ciência no Atlântico
Portugal Pode Mudar a Ciência no Atlântico
Governo brasileiro recebeu nesta segunda-feira (31) o
ministro da Ciência de
Portugal, à frente de uma delegação de especialistas em
espaço e oceano.
Objetivo é reforçar a cooperação por meio da Estação
Internacional de Açores.
Crédito: Ascom/MCTIC
A parceria entre Brasil e Portugal em pesquisa espacial e
oceânica, envolvendo a Estação Internacional dos Açores (AIR Center, na sigla
em inglês), pode mudar o rumo da ciência feita no Oceano Atlântico. A avaliação
é do coordenador para Mar e Antártica do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC), Andrei Polejack, que participou
nesta segunda-feira (31) de um encontro com uma delegação de especialistas portugueses chefiada
pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Manuel
Heitor.
Segundo Polejack, o AIR Center pode incluir Açores em um
futuro mapa de ilhas oceânicas com observatórios interligados. "Temos dois
arquipélagos importantes – Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo – e
mantemos parceria com a Alemanha em Mindelo, em Cabo Verde", disse.
"Se fôssemos capazes de ter observatórios intercambiáveis nessas
quatro localidades, pegaríamos a célula do Atlântico Tropical inteira, além de
a gente baratear custos com embarcações. Então, consideramos a articulação com
a iniciativa portuguesa como uma excelente oportunidade de se mudar o rumo da
história da ciência feita no Atlântico."
Polejack recordou que o MCTIC assinou com a União
Europeia, em novembro de 2015, uma declaração de intenções para intensificar a pesquisa conjunta no oceano. "A ideia é que possamos
finalmente trabalhar o Atlântico, pela primeira vez na história, como uma
bacia, para que entendamos, do Ártico até a Antártica, como é a dinâmica
marinha e como isso influencia a vida de todos nós em terra firme",
explicou. "A União Europeia procurou Brasil e África do Sul. Já fechamos
acordo bilateral com a Alemanha, estamos negociando outro com a França e, agora,
temos espaço para nos aproximar de Portugal."
De acordo com o coordenador, a declaração possibilitou ao
MCTIC se tornar beneficiário e signatário do projeto AtlantOS, financiado pelo
programa europeu Horizonte 2020. "Trata-se de uma ótima ferramenta para
que possamos trabalhar em conjunto e montar redes, a fim de unificar sistemas
de observação em todo o Atlântico e estabelecer uma troca de dados como nunca
antes foi feito", definiu Polejack, ao informar que o Brasil integra à
plataforma o Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SIMCosta), a Rede de
Boias Ancoradas para Pesquisa Piloto no Atlântico Tropical (Pirata, na sigla em
inglês) e o Samoc, que analisa a circulação de calor, entre outros
instrumentos.
Ele lembrou que Brasil e África do Sul se alternam na
realização do Workshop Sul-Sul sobre a Colaboração em Pesquisa no Atlântico Sul
e Tropical, que ocorre no país africano, no fim de novembro, após a edição inaugural, em Brasília, em outubro de 2015.
"Vamos fechar uma agenda científica com Angola, Argentina, Namíbia e
Uruguai", previu. "Nosso país tem uma liderança nata no oceano. Nesse
sentido, adquirimos o [Navio de Pesquisa Hidroceanográfico] Vital de Oliveira,
que, já em sua missão inaugural de pesquisa, veio da China e atravessou o
Atlântico da Cidade do Cabo ao Rio de Janeiro."
Para o ministro português, a estratégia brasileira em
pesquisa oceânica está "perfeitamente integrada" aos objetivos do AIR
Center. "Nós precisamos combinar formas de ir pelo mar e pelo espaço rumo
à liderança de uma nova agenda científica", afirmou. "Temos que ser
inovadores para nos preparar aos desafios da próxima década. Isso passa por
ampliar parcerias com o setor privado."
Espaço
O diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da
Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Alberto Gurgel, indicou como possível
campo de interesse comum o monitoramento de queimadas por satélite.
"Sabemos que Portugal enfrenta constantemente incêndios florestais, boa
parte deles por acidente", apontou. "Já no Brasil, não temos tantas
catástrofes com fogo relacionadas a acidentes – mais à dinâmica de ocupação da
Amazônia."
Gurgel apresentou os três satélites de grande porte em
desenvolvimento no Programa Espacial Brasileiro: o Amazônia 1, o Cbers-4A e o
Satélite Argentino-Brasileiro de Informação Ambientais Marinhas (Sabia-Mar).
"Dentro do que conversamos sobre o Air Center, talvez o projeto de maior
interesse seja o Sabia-Mar. Estudamos águas costeiras e oceanos, em parceria
com a Argentina", ponderou. "Se os colegas portugueses tiverem
interesse nessa missão, podemos integrá-los nas mais diversas frentes dessa
missão."
Na opinião do diretor, outro caminho de parceria
bilateral seria a utilização do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) Espacial, a
ser inaugurado nos próximos meses no Centro de Lançamento da Barreira do
Inferno, em Parnamirim (RN). "O CVT Espacial tem a aparência de um
camping, onde estudantes podem passar dois, três ou quatro dias, com capacidade
de abrigar até 40 pessoas", avisou. "Estamos abertos a alunos
portugueses. O objetivo é despertar interesse pela área. Ou seja, a ideia é que
esse centro replique uma missão espacial completa baseado em plataformas de
pequeno porte."
O administrador e fundador da empresa portuguesa Tekever,
Ricardo Mendes, abordou o satélite 14-BISat, desenvolvido em parceria com o
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), com
previsão de lançamento em 2017. "Para explorar o mar e o espaço, nós
precisamos de infraestrutura, e não apenas ferramentas de grande dimensão. O
trabalho vai desde artefatos geoestacionários até a exploração do fundo do mar.
Essa é a nossa visão há muitos anos. E o AIR Center vai colocar isso em
prática."
A pesquisadora Maria Virgínia Alves, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), elencou possíveis áreas correlatas
entre AIR Center e Inpe e citou exemplos de parcerias binacionais existentes,
como o projeto 2Clima, em torno de computação para modelos do Centro de
Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em parceria com a Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade do Porto (UP); o
desenvolvimento de produtos com sistemas de comunicação pelo Laboratório de
Integração e Testes (LIT) ao lado das universidades de Lisboa (Ulisboa) e de
Aveiro (UA); e a interoperabilidade de sistemas computacionais, em colaboração
do LIT com o Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias (Uninova).
O capitão-de-mar-e-guerra Flávio Giacomazzi, da
Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm), e o
capitão-de-fragata Leonardo Barreira, do Grupo de Sistemas Acústicos Submarinos
do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM), destacaram o interesse brasileiro
em firmar colaboração para desenvolver pesquisa em águas profundas.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação
e Comunicações (MCTIC)
Comentário: Tem uma série canadense/americana (creio eu) no canal Sony que parece muito com essa ideia dos portugueses de inclusão do Brasil neste promissor projeto luzitano, o nome da série é: "ERA UMA VEZ", kkkkkkkkkkkk. Patrícios, caiam na real, vocês tem a oportunidade de fazer este projeto funcionar, mas procure nações de verdade, países realmente comprometidos com o desenvolvimento científico e tecnológico, incluir o Brasil nesta lista não é uma boa jogada estratégica e pode atrapalhar o planos de vocês. O próprio Satélite Sabia-MAR citado pelo diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da nossa Agência Espacial Brinquedo (AEB), Dr. Carlos Alberto Gurgel, é uma grande prova da falta de comprometimento do Governo Brasileiro com acordos internacionais e em especial na área espacial. O Sabia-MAR é um projeto lançado em 1998 (quando o projeto era denominado de SABIA-3) e até hoje se arrasta, caiam fora enquanto é tempo.
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