Brasil Recebe Satélite Francês e Reavalia Investimentos na Defesa
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante entrevista com o Ministro
da Defesa, Raul Jungmann, postada ontem (27/11) no site da “Agência
France-Presse (AFP)”, tendo como destaque o desastroso Satélite SGDC, que deverá
ser entregue ao Brasil nesta quinta-feira (01/12).
Duda Falcão
ATUALIDADE
Brasil Recebe Satélite Francês e
Reavalia Investimentos
na Defesa
AFP
27/11/2016
Foto: AFP/Arquivos / EVARISTO AS
O ministro da Defesa, Raúl Jungmann, receberá nesta
quinta-feira na França o primeiro dos três satélites de Comunicação e Defesa
previstos em um acordo com a empresa Thalès, que espera lançá-lo ao espaço em
21 de março de 2017.
Mas enquanto o país atravessa sua pior recessão em mais
de um século e o Congresso discute um pacote de austeridade fiscal, muitos
projetos estão sendo reavaliados e ajustados às restrições orçamentárias de
tempos de crise.
Jungmann deu uma entrevista à AFP na sexta-feira (25),
pouco tempo antes de viajar para Cannes, onde receberá o dispositivo de quase
seis toneladas e de 2,1 bilhões de reais, que logo será levado à base de
Kourou, na Guiana Francesa.
AFP: A crise
permite pensar que haverá novos projetos de Defesa?
Raul Jungmann:
Sabemos que vamos passar a um novo regime fiscal, chamado teto de gastos (que
congela os gastos públicos por 20 anos). E sabemos que vamos ter que
racionalizar, cortar projetos. Alguns estão em um grau de maturação que não têm
volta, como o submarino atômico, ou os quatro submarinos convencionais também
desenvolvidos com a França, dos quais três já estão em construção. O satélite
está concluído e, no caso dos Gripen [caças comprados da Suécia], o acordo
financeiro é suficientemente elástico. Há outros que vamos ter que reavaliar.
A situação nos levou a fazer certos ajustes, que são
sempre difíceis mas que são reais e, como disse ao presidente da DCNS [grupo do
setor naval de Defesa francês, de propriedade do Estado e do grupo Thalès], a
decisão deste governo é manter a sociedade com a França. Agora, teremos que nos
adequar à nossa realidade orçamentária e ao novo regime fiscal que está sendo
votado no Congresso.
AFP: Por que um
programa de satélite?
Jungmann: É um
projeto estratégico para a Defesa brasileira, para o governo, e representa um
salto tecnológico das Comunicações. Permite a nós uma aquisição e uma
transferência de tecnologia essencial para que, no futuro, possamos alcançar um
padrão tecnológico que hoje não temos. Vai estar estacionado sobre o Equador, e
seu primeiro foco será toda a América do Sul, incluindo o Atlântico Sul e
chegando até a costa ocidental da África - o que chamamos o entorno estratégico
do Brasil.
AFP: Que mudanças
vai trazer?
Jungmann:
Permitirá uma grande expansão da banda larga, sua universalização, o que é um
enorme avanço para toda a sociedade. Vai permitir que chegue a lugares remotos,
como a Amazônia, por exemplo. Significará um enorme avanço em termos de
comunicação, rapidez e fluxo. Dará suporte (...) ao sistema de informações
segregada e segura de toda a Defesa brasileira.
Passaremos a controlá-lo em território brasileiro (e)
todas as comunicações governamentais também serão realizadas através do
satélite.
Foto: BRAZIL'S PRESIDENCY/AFP/Arquivos / ANDRESSA
ANHOLETE
O ministro da Defesa brasileiro, Raúl Jungmann, chega
para
uma reunião sobre segurança pública no Palácio do Itamaraty,
em Brasília, em 28 de outubro de 2016.
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AFP: Por onde
passam as principais preocupações hoje?
Jungmann:
Nossa principal preocupação é a segurança. Estamos passando por um momento
difícil, especificamente no Rio de Janeiro, mas também em todo o Brasil, e isso
tem relação com as fronteiras.
O Brasil tem a terceira maior fronteira terrestre do
mundo, com 17.000 km e a Marinha é a maior do Atlântico Sul: tem 7.500 km. São
um ponto crítico, porque alguns dos nossos vizinhos são grandes produtores de
drogas, e o Brasil e tornou, infelizmente, sobretudo nos centros
metropolitanos, um consumidor de drogas. Gerou-se um mercado integrado, tanto
em drogas quanto em armas.
Fonte: Site da Agência France-Presse (AFP) - https://www.afp.com/pt/
Comentário: Pois é, chegou a hora desse desastre ser entregue ao Brasil. Aproveitamos para agradecer ao nosso leitor Jahyr Jesus Brito pelo envio desta entrevista.
Pode me indicar onde você comenta sobre o "desastre" deste programa?
ResponderExcluirOutro detalhe, para onde foi o TOT sugerido na entrevista?
Caro Fabio!
ExcluirJá falei disso diversas vezes, todo o projeto é um desastre, a começar pela empresa criada para a sua concretização. Não há critérios claros para a Visiona SA, como por exemplo privilegiar sempre a industria nacional e quando não for possível, exigir que a empresa contratada faça a transferência de tecnologia relativa ao contrato. Com isso ela sempre vai optar pela a empresa estrangeira, não só por neste momento ser mais barato, bem como mais rápido. Com isso tira a oportunidade das empresas brasileiras se desenvolverem. O próprio satélite não poderia ser um mix de banda larga e Defesa, teriam de ser dois satélites distintos, não se mistura Defesa com nada. Outra, o satélite poderá está grampeado colocando as informações sigilosas da Defesa brasileira em cheque (a Franca faz parte da OTAN que e controlada pelos EUA, e o Brasil para os americanos não é um pais confiável, coisa que concordo em gênero, número e gral) e para completar, apesar desses energúmenos dizerem que houve transferência de tecnologia, isto não é verdade, se quer de um simples parafuso. O que houve foi o envio de técnicos brasileiros a França para acompanhar a fabricação do satélite, e mesmo assim, segundo soube, eles não tiveram acesso ao desenvolvimento e as informações de partes sensíveis desse satélite. Enfim... e ainda desconfio que todo o processo possa ter sido superfaturado. Em resumo, é um projeto desastroso.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)