SGDC e a Tecnologia Brasileira de Satélites
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo publicado na edição
de Março do ”Jornal do SindCT“, que esclarece a verdade sobre este
desastroso projeto do trambolho francês SGDC-1.
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA - CAPA
SGDC e a
Tecnologia Brasileira de Satélites
Jornal do SindCT
Edição nº 65
Março de 2018
Uma questão emblemática precisa ser respondida sobre a
relevância do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas –
SGDC para o Brasil. Além de preencher uma vaga na órbita de geoestacionários
(no limite de prazo), a comunicação militar do governo brasileiro, que é
estratégica para o país, deveria ser provida por “satélite próprio” (antes eram
alugados canais de comunicação em satélite internacional). Também o programa de
internet para as regiões mais remotas do país era um alvo a ser alcançado pelo
governo.
Há muitos anos existe a demanda de satélites de
comunicação para o Brasil, que sempre foram adquiridos no exterior.
Dentro do INPE havia e há empenho dos pesquisadores e
engenheiros de alcançar este desenvolvimento para um satélite geoestacionário
totalmente nacional, com vários grupos já preparados para este novo desafio
tecnológico.
Infelizmente, a política da Agência Espacial Brasileira -
AEB, do governo e de outros, levou à quase extinção dos grupos de
desenvolvimento, devido a limitação de recursos, não contratações e
aposentadorias, forçando a aquisição externa do SGDC.
Mesmo adquirindo o satélite no exterior, o governo, na
figura da AEB, poderia ter exigido uma contrapartida tecnológica mais favorável
ao Brasil, com objetivo de capacitar engenheiros brasileiros para futuros
satélites de comunicação.
Foi realizado pela AEB um Programa de Absorção de
Tecnologia – PAT, direcionado a engenheiros de vários órgãos. Entretanto,
transferência de conhecimento só se conseguiria com pessoal capacitado para tal
absorção. A maioria das pessoas envolvidas no programa, apesar de bem formadas
e especializadas, não detinham, como é natural, conhecimento suficiente para
absorverem a tecnologia e apenas receberam o que os técnicos franceses quiseram
ensinar.
O SGDC fornece o que o Brasil quis comprar (comunicação
militar e internet), mas com um pacote de caixas pretas que não se teve acesso
durante o PAT. Muitos documentos foram fornecidos no nível de engenharia de
sistema, mas nada sobre os equipamentos, o que poderia permitir um aprendizado
efetivo para desenvolvimento futuro no Brasil.
Quanto à comunicação militar, apesar de criptografada por
militares brasileiros, não se garante que “outros interessados” não possam ter
acesso às informações. Dentro do satélite, a informação chega criptografada,
mas é traduzida para linguagem de máquina para ser processada pelo computador
de bordo e então novamente criptografada para ser transmitida de volta à Terra.
Como é uma caixa preta, não sabemos se a mesma informação
poderia seria replicada para outros canais de interesse externo, da
criptografia de saída, sem o nosso conhecimento. Lembrem-se que na guerra da
Malvinas os franceses forneceram aos ingleses os códigos dos Mísseis Exocet,
adquiridos pelos argentinos na França, os quais foram plenamente neutralizados.
Quanto à internet, o governo atual mudou as regras do
programa de banda larga do SGDC e as bases terrenas não foram instaladas para
recepção, portanto o satélite está operacional somente na comunicação militar,
mas sem fornecer o serviço de internet que está disponível a bordo.
O governo quer privatizar os canais de internet (ainda
não conseguiu), o que privaria as comunidades carentes de acessar a banda larga
de forma gratuita, como era o previsto no programa original. A vida útil do
satélite está diminuindo com o passar do tempo e o serviço, pago a preço de
ouro, não está sendo usado.
O Brasil ainda é refém nesta classe de satélites, pois não
se permitiu, ou nem mesmo estimulou, o desenvolvimento de um satélite nacional
de comunicação. Teremos que partir do conhecimento nacional já conquistado no
INPE, se quisermos desenvolver o nosso próprio satélite de comunicação e,
contrariando interesses, garantir nossa soberania neste seguimento.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 65ª – Março de 2018
Comentário: Pois é, não foi por falta de aviso. Desde o
inicio deste desastroso projeto o Blog BRAZILIAN SPACE contrariando a grande divulgação
governamental na mídia, mentirosa e irresponsável, tentou passar para a Sociedade
Brasileira interessada no tema à realidade dos fatos, mas pouco tivemos êxito devido
a força do governo junto a esta mesma mídia desinteressada e irresponsável em
esclarecer a verdade ao nosso povo. Tá ai, leiam com atenção. Só não entendi
SindCT o fato do artigo não ter sido assinado. Por que será? rsrsrsrs
E ainda tem a questão do Ministro Kassab fazer uso eleitoral do satélite.
ResponderExcluirhttps://jornalggn.com.br/blog/ciencia-e-tecnologia/kassab-faz-uso-eleitoral-do-satelite-sgdc