Míssil Brasileiro de Alta Precisão Entra em Fase Final de Desenvolvimento
Olá leitor!
Olha eu não costumo trazer aqui matérias da área de Defesa por
não ser o foco do nosso Blog, mas devido a relevância desta notícia e o fato de
grandes profissionais estarem envolvidos com este projeto, alguns dos quais que
já fizeram parte do PEB, trago abaixo uma notícia postada ontem (26/03)
no site “UOL Notícias” destacando que Míssil brasileiro de alta precisão da
Avibrás entra em fase final de desenvolvimento.
Duda Falcão
UOL NOTÍCIAS - Ciência e Saúde
Míssil Brasileiro de Alta Precisão Entra
em Fase Final de Desenvolvimento
Roberto Godoy
ESTADÃO
26/03/2018 - 10h37
Foto: Divulgação
O míssel MTC-300 é o mais sofisticado da empresa
brasileira Avibras.
|
O primeiro míssil brasileiro de cruzeiro, o MTC-300, com
300 km de alcance e precisão na escala de 50 metros, entra na fase final de
desenvolvimento esse ano, com a retomada dos voos de teste. As primeiras
entregas para o Exército estão previstas para 2020 - encomenda inicial de 100
unidades, definida em 2016, está sendo negociada e será entregue em lotes
sequenciais até 2023. O investimento no programa é estimado em R$ 2,45 bilhões.
O míssil é o vetor mais sofisticado do desenvolvimento do
Astros 2020, a sexta geração de um sistema lançador múltiplo de foguetes de
artilharia criado há cerca de 35 anos pela empresa Avibras, de São José dos
Campos. O Programa Estratégico Astros 2020 cobre a compra e a modernização de
uma frota de 67 carretas lançadoras e de veículos de apoio, a pesquisa do
MTC-300 e também a de um novo foguete guiado, o SS40G, de 45 km de raio de
ação. No pacote entra a instalação do Forte Santa Bárbara, em Formosa (GO),
sede do grupo, que já opera 53 viaturas da versão 2020.
"O míssil expande a capacidade de dissuasão do País
e confere ao Exército apoio de fogo de longo alcance com elevados índices de
precisão e letalidade porém com mínimos danos colaterais", analisa um
oficial da Força ligado ao empreendimento. É um recurso empregado para missões
de destruição de infraestrutura, como uma central geradora de energia ou um
complexo industrial. A cabeça de guerra de 200 kg de explosivos é
significativa. "Com duas delas é possível comprometer o funcionamento de
uma refinaria de petróleo de grande porte", considera o engenheiro
militar.
A configuração do MTC 300 é o resultado de 13 anos de
aperfeiçoamento. O desenho é moderno, compacto, e utiliza asas retráteis que se
abrem depois do disparo partir do casulo transportado por uma carreta. O motor de
aceleração usa combustível sólido e só é ativado no lançamento. Até agora foram
realizados 16 voos de ensaio. Há ao menos mais quatro em fase de agendamento
antes do começo da produção de pré-série.
Durante o voo de cruzeiro, subsônico, o míssil tem o comportamento
de uma pequena aeronave - a propulsão é feita por uma turbina desenvolvida
também pela Avibrás. Ela foi construída para durar 40 horas, dez vezes mais que
as quatro horas do tempo máximo de uma missão de ataque. A navegação é feita
por uma combinação de caixa inercial e GPS. O míssil faz acompanhamento do
terreno com um sensor ótico-eletrônico, corrigindo o curso em conformidade com
as coordenadas armazenadas a bordo.
Regras
A arma está no limite do Regime de Controle de Tecnologia
de Mísseis, o MTCR, do qual o Brasil é signatário. O acordo restringe o raio de
ação máximo a 300 quilômetros e as ogivas a 500 quilos. O MTC-300 está dentro
da distância fixada e atua com folga no peso, sustenta o presidente da Avibras,
João Brasil de Carvalho Leite.
O míssil ainda não tem o radar necessário para buscar
alvos móveis. O recurso permitiria realizar por exemplo, um disparo múltiplo
contra uma frota naval, liderada por um porta-aviões, navegando a até 300
quilômetros do litoral - no caso do Brasil, eventualmente ameaçando províncias
petrolíferas em alto-mar. Uma bateria do sistema é composta por seis carretas
lançadora com suporte de apoio de viaturas remuniciadoras, um blindado de comando,
um carro-radar de tiro, um veículo-estação meteorológica, um de manutenção e,
quando houver uso do míssil, um de preparo de combate.
O MTC 300 é disparado por rampas duplas - cada carreta
levará quatro unidades. O Astros 2020 completo pode utilizar quatro diferentes
tipos de foguetes. O modelo SS-30 atua em salvas de 32 unidades e o SS-40, de
16. Os maiores, SS-60 (70 km de alcance) e SS-80 (cerca de 90 km), de três em
três. O grupo se desloca a 100 km/hora em estrada preparada e precisa de apenas
15 minutos de preparação antes do lançamento. Cumprida a missão, deixa o local
deslocando-se para outro ponto da ação, antes que possa ser detectado.
O mercado internacional para o produto é amplo. Uma
prospecção feita há dois anos pela Avibras entre países clientes, operadores
das versões mais antigas do sistema de foguetes - Arábia Saudita, Malásia,
Indonésia e Catar, além de três novos interessados, não identificados - indicou
um potencial de negócios entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3,5 bilhões a serem
definidos até 2025. A empresa, que atravessou uma séria crise até 2015, quando
registrou receita bruta de R$ 1,1 bilhão, cresceu 20% em 2017, obtendo receita
líquida de R$ 1,7 bilhões.
As informações são do jornal "O Estado de S.
Paulo".
Saiba mais deste projeto através do vídeo:
Fonte: Site UOL Notícias – https://noticias.uol.com.br
Comentário: Olha leitor, não sou nada fã de armas, mas
reconheço que infelizmente no mundo atual não há como abdicar do desenvolvimento delas,
desde é claro que seja para uso de auto-defesa e não de ataque, e neste caso
este Míssil é bem vindo. Porém, após o seu desenvolvimento o mesmo será
efetivamente usado pelas nossas forças armadas? Ou os recursos até agora empregados serão mais uma vez jogados no lixo
por decisões politicas ou por falta de brasilidade? Não sei, só mesmo o tempo
poderá dizer.
A ideia é ter os mísseis para não usá-los. País pacífico não é país desarmado. E em qualquer país que se preze, a indústria de defesa é um dos motores do desenvolvimento tecnológico.
ResponderExcluir"O investimento no programa é estimado em R$ 2,45 bilhões." Olha essa quantia. Talvez inclua muita coisa do ciclo de vida, manutencao, producao, etc... Afinal de contas estao anunciados 100 unidades.
ResponderExcluirMesmo assim, esse ai eh o orcamento de uns 10 anos do quase morto PEB haha. :(
O custo é realmente alto, porém a tecnologia embarcada justifica. Não é qualquer país que possui capacidade para desenvolver esse tipo de armamento.
ResponderExcluirAo lê esse tipo de reportagem, sempre me irrito com o FHC e sua laia do PSDB que assinaram essa sem logica Tratado de Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, o MTCR, do qual o Brasil é signatário em troca de nada.
ResponderExcluir