Cientistas Consolidam Base de Dados Sobre Clima Obtidos Por Satélite Com 800 Variáveis
Olá leitor!
Segue abaixo nota postada dia (10/02) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), destacando que cientistas
consolidam base de dados sobre clima obtidos por satélite com 800 variáveis.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Cientistas Consolidam Base de Dados Sobre
Clima Obtidos Por
Satélite Com 800 Variáveis
Grupo de trabalho global sobre clima se reuniu no Inpe
para analisar o material
fornecido pelas principais agências espaciais do
planeta Constelação de
satélites também é avaliada para garantir monitoramento
climático.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 10/02/2017 | 18:15
Última modificação: 13/02/2017 | 11:52
Crédito: NASA
Monitoramento climático é feito a partir de dados obtidos
de Satélites das principais agências espaciais do planeta.
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Especialistas em meteorologia e sensoriamento remoto se
reuniram no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos
Campos (SP), para iniciar um novo ciclo de consolidação de dados climáticos
obtidos a partir de satélites das principais agências espaciais do planeta. No
encontro, realizado na semana passada, o grupo se comprometeu a concluir o
trabalho até setembro, quando volta a se reunir em Frascati, na Itália. A
análise envolve quase 800 variáveis e deve gerar uma página pública na internet
ainda em 2017.
Segundo o chefe da Divisão de Satélites e Sistemas
Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (DSA/CPTEC),
Daniel Vila, o grupo de trabalho sobre clima (WGClimate, na sigla em inglês)
coordena e incentiva atividades de colaboração entre as maiores agências
espaciais do mundo na área de monitoramento climático, a fim de analisar a
oferta de informações de satélites e melhorar a disponibilidade de registros de
dados, por meio da implementação e do desenvolvimento de uma arquitetura
global.
"O WGClimate estuda o clima a partir de dados de
satélites", explica Vila. "Você pode fazer atividades semelhantes com
base em informações convencionais, que se coletam em estações meteorológicas ou
em balões lançados na atmosfera, ou seja, medições diretas de temperatura,
pressão, umidade. Mas, no nosso caso, os dados monitorados vêm do espaço."
A reunião levou ao Inpe membros do Comitê de Satélites de
Observação da Terra (CEOS) e da
Coordenação Geral de Satélites Meteorológicos (CGMS),
ligada à Organização Meteorológica Mundial (OMM). "O objetivo é garantir
que as medições de aproximadamente 800 variáveis climáticas, como precipitação,
temperatura e umidade, sejam armazenadas e padronizadas de maneira adequada,
para se chegar a uma homogeneidade de dados, que, para nós meteorologistas,
precisam ter histórico de pelo menos 30 anos", detalha. "Assim, a
WGClimate tem duas funções: garantir a integridade das bases e a existência de
satélites que sustentem a continuidade desses parâmetros."
Desde 1984, cabe ao CEOS a coordenação global de
programas espaciais civis e o intercâmbio de dados de satélites de observação
da Terra. "Nós do WGClimate, que foi criado em 2010, temos a tarefa de verificar
bases distribuídas em diversos lugares do mundo", informou o chefe da DSA,
em referência, por exemplo, às agências espaciais dos Estados Unidos (NASA,
sigla para Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), da França (CNES,
sigla para Centro Nacional de Estudos Espaciais) e da Alemanha (DLR, sigla para
Centro Aeroespacial Alemão), além da Agência Espacial Europeia (ESA) e da
Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).
Sistematização
No encontro, o grupo atualizou seu inventário de Variáveis
Climáticas Essenciais (ECVs) e analisou a constelação atual e futura de
satélites, para garantir a continuidade dos parâmetros voltados ao
monitoramento. "O grupo coordena esse conjunto de bases de dados e
organiza as informações de cada uma delas, de acordo com a variável, o ano de
início de coleta, os sensores da medição, o algoritmo utilizado etc.",
disse. "Colocamos tudo em um repositório, uma base de dados de todas as
bases de dados, disponível na internet, em uma página com possibilidade de ficar
pública até o final do ano."
Os membros do WGClimate tem setembro como prazo para
terminar de conferir a consistência e a homogeneidade da documentação associada
aos dados. Para aquele mês, está marcada a próxima reunião do grupo, em
Frascati, sede da ESA. "A partir daí, as informações precisam ser
publicadas. Então, pesquisadores ou outras pessoas de diferentes lugares do
mundo poderão acessar essa lista de variáveis que estamos compilando e, a
partir disso, chegar a links que ligam diretamente os registros à base de dados
original, alocada nas agências – na NASA, na NOAA ou mesmo no Inpe.
A equipe também deve finalizar um documento a ser
entregue ao CEOS e à CGMS. "Nós elaboramos um relatório sobre o trabalho
feito, com destaque para recomendações, onde enxergamos problemas",
apontou. "Por exemplo, se notássemos que a partir de 2020 não haveria
previsão de satélites capazes de medir alguma variável, como dióxido de
carbono, e que teríamos o risco de perder a continuidade temporal, então faríamos
esse alerta. Eles passam as recomendações às agências espaciais, para, de
alguma maneira, criar uma necessidade de lançar satélites para lidar com essa
problemática. Esse é o nosso trabalho e estamos justamente no começo da
cadeia."
O INPE contribui no trabalho com dados coletados pelo
CBERS-4, do programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS),
iniciado em 1988. "A partir dele, a gente está criando mapas de
desmatamento. São bases de dados sobre cobertura da Terra, que podem ser
utilizadas como informação climática. Temos bases de dados de satélites desde
os anos 1980."
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação
e Comunicações (MCTIC)
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