Mapa Permite Estimar Idade dos Componentes da Via Láctea
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo postado dia (17/01) no site da “Agência
USP” destacando que uma equipe de astrônomos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas (IAG) da USP e do exterior, conseguiram elaborar um mapa
que permite estimar a idade de estrelas que compõem o halo da Via Láctea.
Duda Falcão
CIÊNCIAS
Mapa Permite Estimar Idade
dos Componentes da Via Láctea
Por Antonio Carlos Quinto
17/janeiro/2016
Foto: Marcos Santos/ USP Imagens
O halo, juntamente
com o disco e o bojo,
formam estrutura principal da Galáxia.
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Pela primeira vez, astrônomos conseguiram elaborar um
mapa que permite estimar a idade de estrelas que compõem o halo da Via Láctea.
Utilizando dados do Sloan Digital Sky Survey (SDSS), obtidos por um telescópio
de 2,5 metros de diâmetro localizado no Novo México (EUA), cientistas
brasileiros e do exterior já podem estimar idades aproximadas de qualquer
região da Galáxia, usando somente ligeiras variações nas cores das estrelas.
Os cientistas do Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas (IAG) da USP Rafael Miloni Santucci e Silvia Rossi,
juntamente com outros astrônomos, são os autores do artigo que descreve este
novo método, cujo trabalho foi veiculado na revista internacional Astrophysical
Journal Letters, intitulado: Mapa cronográfico de idade do halo da Galáxia.
Santucci explica que o halo, juntamente com o disco e o
bojo, formam a estrutura principal da Galáxia. “Trata-se de uma região de baixa
densidade estelar, cuja forma é praticamente esférica, e envolve a Galáxia até
regiões além do disco”, descreve. Ele lembra que o halo é um ambiente
importante para se estudar a evolução da nossa Galáxia, pois contém objetos
quase tão velhos quanto o próprio Universo e, examente por isso, foi escolhido
como ambiente ideal para a construção do mapa.
Com a elaboração do mapa cronográfico, algumas
“incertezas” que até então existiam sobre a formação da Galáxia poderão ser
melhor definidas. E tudo foi baseado na cor das estrelas. Santucci conta que o
mapa permitiu verificar que as estrelas localizadas na região central da
Galáxia são as mais velhas. “Isso confirma previsões de simulações numéricas
para a formação da Via Láctea”, conta. Nestes modelos, a Via Láctea parece ter
se formado de um colapso gravitacional de uma enorme nuvem de gás, onde as
estrelas foram formadas primeiro nas regiões mais internas e depois nas regiões
mais externas. “Nosso mapa consegue ver exatamente isso, os objetos mais
próximos do centro da Galáxia têm uma idade de cerca de 13 bilhões de anos
enquanto as regiões mais externas são em geral mais jovens, com cerca de 9
bilhões de anos”, comemora Santucci.
Cores e Massas
Para elaborar o mapa, os astrônomos utilizaram uma
amostra de quase 5 mil estrelas branco-azuladas do halo, em uma fase evolutiva
onde fundem Hélio em Carbono em seus núcleos. “As cores das estrelas estão
relacionadas com suas temperaturas, que por sua vez estão relacionadas com suas
massas, sendo que estas regem seus tempos de vida”, explica. Pelo mapa
cronográfico, é possível observar, por exemplo, que as estrelas de cor mais
avermelhada, cujas temperaturas são mais baixas, são encontradas predominantemente
nas regiões mais externas da Galáxia. “É importante dizer que somente para este
tipo de estrelas, quanto mais avermelhada sua cor, mais jovem ela é. Além
disso, as estrelas mais azuladas, e portanto mais velhas, são encontradas
predominantemente nas regiões próximas ao centro galáctico”.
Santucci conta que a primeira observação que levou em
conta as cores das estrelas foi feita em 1991, pelo astrônomo norte-americano
George W. Preston. “Na oportunidade ele analisou uma amostra de aproximadamente
150 estrelas do halo galáctico”, informa. Santucci e sua orientadora, a
professora Silvia Rossi, anunciam que o próximo mapa cronográfico será feito
com base em cerca de 100 mil estrelas. “Em breve deveremos submeter um novo
artigo à uma importante publicação científica”, adianta o cientista.
Imagem cedida pelo pesquisador
A figura mostra o principal resultado do trabalho dos
astrônomos,
comprovando pela primeira vez que o Halo se formou de dentro para
fora.
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Na região
do halo da Galáxia ocorrem colisões com galáxias menores. O mapa cronográfico
permite identificar estas galáxias que estão sendo engolidas pela Via Láctea,
estimando as suas idades e, até mesmo, outras estruturas resultantes de
colisões ou da própria formação inicial da Galáxia.
“Conseguimos identificar,
por exemplo, um evento de destruição da pequena galáxia de Sagitário na região
do halo que está ocorrendo há alguns bilhões de anos”, conta. “É um bom exemplo
de como o mapa pode ser útil, podemos avaliar não só a origem do Halo, mas
também sua evolução com as diversas interações da Galáxia com outras galáxias
menores no decorrer do tempo.”
O mapa
elaborado pelos astrônomos é um dos frutos da tese de doutorado de Santucci que
será defendida no IAG em 2016, sob orientação da professora Silvia Rossi.
Mais informações: rafaelsantucci@gmail.com
Fonte: Site da Agência USP - http://www.usp.br/agen/
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