Impasse Segue e o INPE Continua Sem o Contrato do Processamento de Imagens do CBERS-4
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na edição de setembro do “Jornal do
SindCT” destacando que impasse segue e o INPE continua sem o contrato do processamento de imagens do Satélite CBERS-4.
Duda Falcão
NOSSO
TRABALHO
Impasse
Segue e Continua Sem Contrato
Processamento de Imagens do CBERS-4
Por
enquanto, chineses estão processando parte das fotografias
Shirley Marciano
Jornal do SindCT
Edição nº 40
Setembro de 2015
“Isso nunca
aconteceu. Coloca o INPE numa condição muito ruim de credibilidade, pois as
pessoas estão ligando, cobrando e achando que não estamos querendo fornecer as
imagens”, diz Paulo Martini, da Divisão de Sensoriamento Remoto.
Após 10 meses do
lançamento do CBERS-4, ainda não foi contratada a empresa que atualizará o
software de processamento das imagens capturadas pelas câmeras do satélite.
Embora as fotografias estejam chegando e sendo gravadas corretamente na unidade
de Cuiabá do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e repassadas à
unidade de Cachoeira Paulista, somente parte do material está sendo processada,
por meio de um acordo emergencial do Brasil com a China. Sem custo, mas por um
período de apenas dois meses.
A solução
servirá para suprir as necessidades mínimas até que sejam resolvidas questões
jurídicas que envolvem pendências da empresa contratada para desenvolver o
software e o atendimento de uma solicitação da Direção do INPE para realização
do Pregão por meio do qual será escolhida a nova empresa que efetuará o
serviço. Os casos estão sendo analisados pela Advocacia-Geral da União (AGU) e
pela Consultoria Jurídica da União (CJU), respectivamente.
O processamento
das imagens é um procedimento normal: os dados descem em linguagem binária e,
por essa razão, precisam ser decodificados e exaustivamente ajustados até que
finalmente estejam no padrão de qualidade requerido. A China ainda está
aperfeiçoando as suas imagens, mas pelo menos já as torna disponíveis. Paulo
Roberto Martini, da Divisão de Sensoriamento Remoto, avalia que a falta de
processamento pleno das imagens é uma perda irreparável porque, embora as
imagens estejam sendo gravadas, já se perdeu parcela significativa do valor do
ponto de vista do tempo real ou do dia.
“É uma situação
muito complicada. Isso nunca aconteceu. Coloca o INPE numa condição muito ruim
de credibilidade, pois as pessoas estão ligando, cobrando e até achando que não
estamos querendo fornecer as imagens”.
Correções
Em 2009, a
Gisplan Tecnologia da Informação, que presta serviço de desenvolvimento de
software para processamento de imagens para o INPE desde o primeiro satélite da
série CBERS, foi contratada novamente para o CBERS-3 e o CBERS-4. Ela foi a
vencedora do Pregão e assinou um contrato de R$ 9 milhões.
Como o CBERS-4
ainda não havia sido lançado, a empresa utilizou imagens enviadas por outros
satélites, de modo a criar uma simulação baseada em parâmetros semelhantes aos
reais e, assim, desenvolver o software. Mas, após colocar o CBERS-4 em órbita,
seria necessário fazer correções, uma espécie de atualização a partir de dados
reais. Estas parametrizações ocorreriam na Fase 2 de testes, o chamado
comissionamento.
Porém, como o
prazo contratual esgotou-se em 2011 e o satélite ficou pronto apenas no final
de 2014, não foi possível realizar esse trabalho e disponibilizar aos usuários
as imagens processadas. A Fase 1 de testes é feita para verificar a necessidade
de ajustes e corrigir eventuais danos a algum equipamento, que podem ter
ocorrido no momento em que foi lançado.
Também visa
orientar o satélite de modo a que fique voltado para o Sol, com intuito de
abrir os painéis e gerar energia, além de outras funções para correção. Estes
testes foram finalizadas em março em conjunto com os chineses.
Impasse
Antonio Machado
e Silva, proprietário da empresa AMS Kepler Engenharia de Sistemas e também da
Gisplan, declarou ao Jornal do SindCT que, uma vez encerrado o contrato em
2011, ele não teria obrigação legal de fazer essa atualização. Diante de tal
impasse, a Coordenação-Geral de Observação da Terra (OBT-INPE), responsável
pela aquisição do processamento das imagens dos satélites, tentou realizar uma
Contratação Direta da AMS Kepler, mas a CJU não autorizou, porque ela questiona
o arranjo jurí- dico efetuado no final de 2010, quando a Gisplan se dividiu em
duas empresas e, por intermédio de um aditivo contratual, a responsabilidade do
contrato foi transferida à empresa AMS Kepler, conforme publicação no Diário
Oficial da União de 22/12/2010.
Em maio de 2015,
o processo chegou à Direção do INPE, que já enviou duas vezes à CJU a
solicitação para efetuar o Pregão e, finalmente, dar solução ao caso.
Acredita-se
que a AMS Kepler, que no final de 2011 assinou um outro contrato no valor de R$
4,3 milhões, sem licitação, relacionado ao satélite Amazônia-1, desta vez será
excluída. O proprietário da Kepler afirmou, em entrevista anterior ao Jornal do
SindCT, que o INPE tem perfeitas condições de fazer essa atualização do
software, porque são parâmetros simples.
Não é o que
pensa um servidor que atua no projeto. “Geralmente um satélite aproveita da
tecnologia do outro. Mas o caso do CBERS-3 e 4 é diferente porque houve câmeras
novas e muitas melhorias tecnológicas em termos de inovação se comparadas a
séries anteriores, fato que implicou maior complexidade na hora de atualizar o
software, sendo necessária uma maior qualificação para atualizar o programa”. O
INPE e a AEB preferiram não comentar o assunto.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 40ª - Setembro de 2015
Comentário: Pois é, enquanto isso o pateta responsável pela
gestão administrativa do PEB (um zero a esquerda, porém útil ao desgoverno da DebiOgra), vive sentado em sua poltrona
em Brasília comendo caviar, quando não, fazendo turismo pelo mundo à custa do erário público
brasileiro, soltando confetes para sua idolatrada chefe e defendendo as
fantasias e diretrizes políticas a ele enviadas pela assessoria desta demente
irresponsável. E ainda tem pessoas do setor que dão espaço a este senhor, como
o próprio leitor poderá notar em artigo a ser publicado posteriormente. Lamentável.
É uma pena que isso esteja acontecendo, mas serve de alerta para o INPE quanto a ficar na dependência de uma empresa privada. Partes essenciais do projeto como os softwares que serão utilizados deveriam ser desenvolvidos pelo próprio instituto ou por uma competente empresa pública de software como é o caso do SERPRO.
ResponderExcluirPaulo Giovanni, concordo plenamente.
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