Pesquisadores Japoneses Desvendam Atmosfera do Planeta Vênus Com Nova Descoberta

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Recentemente, a imprensa internacional noticiou que pesquisadores japoneses fizeram uma nova descoberta ao desvendar aspectos da atmosfera do Planeta Vênus, utilizando dados coletados acidentalmente por satélites ao longo da última década.
 
(Imagem: Nishiyama et al. CC-BY-ND)

Dois satélites meteorológicos japoneses captaram, de forma inesperada, dados valiosos sobre a atmosfera do Planeta Vênus. Aproveitando essa oportunidade, pesquisadores da Universidade de Tóquio analisaram as informações para investigar as variações de temperatura no planeta ao longo da última década.
 
O estudo, publicado no periódico científico Earth, Planets and Space, apresenta os resultados desse uso inovador de instrumentos originalmente projetados para monitorar o clima terrestre. Os cientistas destacam que satélites meteorológicos podem ser aliados importantes na observação da atmosfera venusiana, especialmente em conjunto com telescópios terrestres.
 
Os satélites envolvidos foram o Himawari-8 e o Himawari-9, lançados em 2014 e 2016, respectivamente. Equipados com os Avançados Imageadores Himawari Multiespectrais (AHIs), sensores capazes de detectar radiação infravermelha com alta precisão, esses satélites foram criados para monitorar o tempo na Terra. No entanto, em determinados alinhamentos, eles acabam registrando também imagens de Vênus ao observarem além da borda do planeta.
 
Cientes dessa possibilidade, os pesquisadores decidiram utilizar os AHIs para monitorar a temperatura das nuvens venusianas entre 2015 e 2025. A equipe identificou 437 imagens de Vênus no banco de dados dos satélites, que foram comparadas com estudos anteriores para mapear o comportamento térmico e atmosférico do planeta ao longo dos últimos anos.
 
(Imagem: Nishiyama et al. CC-BY-ND)
Os satélites captavam imagens e dados de Vênus quando o planeta se aproximava do horizonte terrestre. 

Avanço Para a Ciência Planetária
 
Coletar esse tipo de dado sempre foi um desafio para missões espaciais. “Sabe-se que a atmosfera de Vênus apresenta variações anuais na refletância e na velocidade dos ventos. No entanto, nenhuma missão planetária conseguiu manter observações contínuas por mais de uma década, devido à sua curta duração”, explicou Gaku Nishiyama, líder do estudo, em comunicado.
 
Telescópios localizados na Terra também contribuem com dados importantes, mas enfrentam limitações impostas pela atmosfera terrestre e pela interferência da luz solar durante o dia.
 
Os resultados da pesquisa oferecem subsídios valiosos para o planejamento de futuras missões a Vênus, como a EnVision, da Agência Espacial Europeia (ESA), e as missões VERITAS e DAVINCI+, da NASA.
 
Os cientistas propõem que satélites meteorológicos como os Himawari sejam incorporados como ferramentas complementares para a coleta de dados térmicos e atmosféricos do planeta nos próximos anos.
 
“Acreditamos que esse método fornecerá dados preciosos para a ciência, especialmente porque pode não haver nenhuma outra espaçonave orbitando Vênus até o início das próximas missões, por volta de 2030”, afirmou Nishiyama.
 
Expansão Para Outros Corpos Celestes
 
Com os resultados promissores, a equipe japonesa já considera ampliar o uso da tecnologia para estudar outros corpos rochosos do Sistema Solar, como a Lua e Mercúrio. A expectativa é de que essas novas abordagens contribuam significativamente para a compreensão da formação e da evolução desses astros.
 
Brazilian Space
 
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