Durante a Cúpula dos BRICS, Brasil e China Anunciam a Conclusão das Negociações Para o Desenvolvimento Conjunto do Satélite CBERS-5
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Fotos: Ricardo Stuckert /PR
No dia de hoje (06/07), o portal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgou uma notícia considerada por seus autores um marco histórico na cooperação espacial entre Brasil e China. Durante a Cúpula do BRICS, realizada ontem (05/07), no Rio de Janeiro, foi anunciada a conclusão das negociações para o desenvolvimento Conjunto do satélite CBERS-5. Segundo o anuncio da MCTI, este novo satélite representa um avanço significativo no programa China-Brazil Earth Resources Satellite (CBERS), marcando a primeira incursão da parceria em satélites geoestacionários. A assinatura do acordo ocorreu durante o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
No entanto, entusiastas do espaço, é importante destacar que a versão apresentada pelo MCTI não reflete integralmente a realidade deste projeto. Na próxima edição da coluna "Espaço Semanal", traremos esclarecimentos relevantes, colocando os devidos pingos nos i's. Fiquem atentos!
"Esse será o primeiro satélite geoestacionário desenvolvido pelo Brasil, que passará a integrar um seleto grupo de menos de 10 países com domínio dessa tecnologia. Trata-se de um salto tecnológico significativo na cooperação CBERS", comemorou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que acompanhou a reunião.
O CBERS-5 será posicionado sobre o território brasileiro e terá funções meteorológicas e ambientais. Diferentemente de seus antecessores, que operavam em órbita baixa e eram voltados à observação da Terra, o CBERS-5 inaugura uma nova era na capacidade espacial brasileira. Com ele, o país conquistará soberania em dados meteorológicos e ambientais, ampliando a precisão na previsão do tempo e do clima.
Os benefícios para o Brasil são claros e de grande alcance, impactando diretamente setores essenciais como geração de energia, agronegócio, planejamento urbano e resiliência das cidades. Além disso, o país estará melhor preparado para detectar e responder a desastres naturais extremos — como secas e tempestades — cuja frequência tem aumentado com as mudanças climáticas e o aquecimento global.
“Temos observado que alguns de nossos parceiros tradicionais vêm reduzindo investimentos em tecnologias climáticas por razões ideológicas. O CBERS-5 busca preencher essa lacuna, oferecendo dados ambientais confiáveis para todo o continente, cujo fornecimento pode estar em risco num futuro próximo”, alertou a ministra Luciana Santos.
A China também se beneficiará significativamente com o projeto. O acesso a dados do Hemisfério Ocidental permitirá avanços importantes na modelagem climática do país asiático, fortalecendo sua capacidade de previsão e pesquisa científica.
Pela primeira vez, a parceria entre Brasil e China estabelece formalmente a transferência de tecnologia e conhecimento como pilar central do desenvolvimento conjunto. Essa abordagem reforça o compromisso mútuo com o crescimento tecnológico sustentável. Além disso, os dados gerados pelo CBERS-5 serão distribuídos gratuitamente para países da América Latina e do Caribe, consolidando o espírito de cooperação e partilha que marca esse ambicioso projeto espacial.
Brazilian Space
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