Chineses Criam Máquina Desenvolvida Para Fabricar Tijolos Com Solo Lunar Usando a Luz Solar
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Credito: Space Daily
No dia de hoje (30/07), o portal Space Daily noticiou que uma equipe de pesquisa chinesa criou um protótipo de máquina que transforma o solo da Lua em tijolos duráveis de construção utilizando energia solar, marcando um passo crucial rumo à construção de estruturas lunares com materiais locais.
De acordo com a nota do portal, desenvolvido pelo Laboratório de Exploração do Espaço Profundo (DSEL), em Hefei, província de Anhui, o sistema funciona como um dispositivo de impressão 3D alimentado por calor solar concentrado. Ele utiliza um refletor parabólico para captar a radiação solar, que é então direcionada por meio de feixes de fibras ópticas. No ponto focal, a intensidade da luz ultrapassa 3.000 vezes o nível padrão, alcançando temperaturas acima de 1.300 °C para derreter o regolito lunar.
Segundo o engenheiro sênior Yang Honglun, a máquina não utiliza aditivos — depende inteiramente do solo lunar. Os tijolos produzidos são densos e resistentes, adequados não apenas para a construção de abrigos, mas também para estradas e plataformas na superfície lunar.
O projeto envolveu dois anos de pesquisa e desenvolvimento. Os principais desafios incluíram o transporte e a fusão de diferentes composições de solo lunar e a obtenção de uma transmissão eficiente da energia solar. Para lidar com isso, a equipe criou diversos tipos de solo lunar simulado para testes extensivos.
Embora a tecnologia represente um marco, Yang destacou que os tijolos de solo lunar, sozinhos, não conseguem suportar pressão no vácuo e na baixa gravidade da Lua. Em vez disso, os tijolos atuarão como camadas protetoras sobre módulos habitacionais que mantêm a pressão, feitos de estruturas rígidas e infláveis.
Ele delineou uma visão mais ampla para a construção lunar, envolvendo a fabricação de tijolos, integração de componentes modulares e validação estrutural em condições reais da superfície lunar. Esses esforços visam viabilizar construções em larga escala, apoiadas por robôs automatizados e o dispositivo de fabricação de tijolos.
Esse desenvolvimento está alinhado com os planos da China para a Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS), uma iniciativa conjunta com 17 países e mais de 50 instituições de pesquisa. Prevista em duas fases, a ILRS estabelecerá uma base na região do polo sul lunar até 2035, com expansões previstas para a década de 2040.
Como preparação, astronautas chineses a bordo da estação espacial nacional exporão tijolos lunares simulados — entregues pela espaçonave de carga Tianzhou 8 em novembro de 2024 — às condições espaciais. Esses experimentos avaliarão a durabilidade térmica, integridade mecânica e proteção contra radiação, para orientar a futura construção de bases na Lua.
Brazilian Space
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