Missão Chang'e-6 Revela Antigos Segredos Vulcânicos e Magnéticos do Lado Oculto da Lua

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Credito: Space Daily
Ilustrativo.

Nos dia de ontem (14/07), o portal Space Daily noticiou que os lados próximo e afastado da Lua diferem dramaticamente em terreno, crosta e história vulcânica — um mistério que há muito tempo intriga os cientistas. Essa disparidade agora é melhor compreendida graças à Missão chinesa Chang'e-6, que foi lançada em 3 de maio de 2024 e retornou com 1.935,3 gramas de material lunar da Bacia Polo Sul–Aitken (SPA) em 25 de junho de 2024. A SPA, uma estrutura de 2.500 quilômetros de largura, é a bacia de impacto mais antiga, profunda e maior da Lua.
 
De acordo com a nota do portal, pesquisas anteriores sugeriam que a SPA se formou há cerca de 4,25 bilhões de anos em um impacto catastrófico, mas as implicações geológicas mais amplas permaneciam elusivas. Agora, equipes de pesquisa do Instituto de Geologia e Geofísica (IGG), dos Observatórios Astronômicos Nacionais (NAOC), da Universidade de Nanjing e outras instituições fizeram quatro grandes avanços. Esses resultados, detalhados em quatro matérias de capa da revista Nature, oferecem nova clareza sobre os processos internos da Lua.
 
De acordo com o Prof. WU Fuyuan, do IGG e da Academia Chinesa de Ciências, as descobertas coletivas dos artigos na Nature marcam a primeira vez que as consequências do impacto da SPA foram totalmente reveladas.
 
Uma descoberta-chave é a identificação de dois episódios vulcânicos no lado afastado, ocorridos há cerca de 4,2 bilhões e 2,8 bilhões de anos. Isso aponta para uma atividade vulcânica prolongada que durou pelo menos 1,4 bilhão de anos — muito mais longa do que se reconhecia anteriormente.
 
Outro estudo mediu intensidades paleomagnéticas em fragmentos de basalto, detectando um ressurgimento magnético há 2,8 bilhões de anos. Isso indica que o dínamo magnético da Lua não declinou de forma contínua, mas exibiu reativação intermitente.
 
A análise do conteúdo de água nas amostras da SPA mostrou um manto mais seco no lado afastado comparado ao lado próximo. Essa assimetria nos voláteis revela diferenças anteriormente desconhecidas no interior profundo da Lua.
 
Assinaturas geoquímicas também revelaram evidências de uma fonte de manto ultra-depletada, sugerindo uma origem primordial ou esgotamento provocado por grandes impactos. Esses resultados ressaltam como colisões importantes moldaram a composição interna da Lua.
 
A primeira avaliação das amostras, liderada pelo NAOC, catalogou as características físicas, químicas e minerais das amostras. Análises subsequentes pelo Instituto de Geoquímica de Guangzhou confirmaram o vulcanismo de 2,8 bilhões de anos e sua ligação a um manto depletado, enquanto o IGG datou com precisão o impacto da SPA em 4,25 bilhões de anos.
 
Juntos, esses estudos não apenas aprofundam nossa compreensão do lado afastado da Lua, mas também demonstram o papel fundamental da missão Chang'e-6 no refinamento das teorias sobre a formação planetária.
 
 
Brazilian Space
 
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