O Grupo Sul-Coreano "LG" Entra no Setor Espacial de Olho no Lançamento do Foguete NARO Ainda Este Ano

Caros leitores e leitoras do BS!
 
Crédito: ADMINISTRAÇÃO AEROESPACIAL DA COREIA
A Administração Aeroespacial da Coreia (KASA) e o Grupo LG realizaram uma reunião no LG Science Park, em Magok-dong, na zona oeste de Seul, em 27 de junho, para discutir estratégias de expansão da indústria aeroespacial liderada pelo setor privado.

No dia de ontem (27/06), o portal sul-coreano Korea JoongAng Daily anunciou que o Grupo sul-coreano LG está fazendo um movimento estratégico no setor aeroespacial, com o objetivo de se posicionar como um dos principais atores privados no crescente ecossistema espacial da Coreia, conhecido como “New Space”. O conglomerado planeja apoiar o quarto e o quinto lançamentos do Foguete Naro, previstos para o final deste ano e para 2026.
 
Pois bem, caros entusiastas do espaço, diante desse exemplo sul-coreano, surge uma pergunta inevitável: será que esse exemplo não poderia ser seguido também no Brasil por grandes grupos nacionais, tanto privados quanto públicos, como a Vale e a Petrobras? Infelizmente, a resposta é curta e direta: um sonoro não. E isso se deve, em grande parte, à falta de visão estratégica por parte dessas empresas, aliada à condução desastrosa do Programa Espacial Brasileiro pelo governo. Enquanto a Coreia do Sul conta com um  governo realmente comprometido com as suas atividades espaciais e uma agência espacial de verdade — a competente KASA (Korea Aerospace Administration) — o Brasil ainda patina com o que muitos como eu ironicamente chamam de "Piada Espacial Brasileira", representada pela pífia AEB. A diferença entre as duas é gritante: enquanto uma planeja, investe e executa com seriedade, a outra permanece presa as péssimas gestões, venda de falácias, de narrativas, realizações de eventos nem sempre nobres, bem como também servindo como agência de viagens para apadrinhados, um verdadeiro descalabro com os recursos públicos do país. E pior, tenho observado com grande tristeza que alguns profissionais do setor que até então mereciam meu respeito, tem vendido suas 'almas ao diabo' para obter seus objetivos, o que me faz questionar se realmente vale a pena continuar nessa luta.
 
De acordo com a nota do portal, o grupo sediou uma mesa redonda com a Administração Aeroespacial da Coreia (KASA) no LG Science Park, em Magok-dong, na sexta-feira, para discutir a ampliação da participação do setor privado em iniciativas espaciais.
 
A reunião reuniu os principais líderes técnicos de várias afiliadas da LG. Entre os participantes estavam o presidente do Conselho de Tecnologia do Grupo LG, Chung Sue-hyun; o diretor de tecnologia (CTO) da LG Innotek, Noh Seung-won; o CTO da LG Energy Solution, Kim Je-young; e o chefe do Laboratório de Padrões C&M da LG Electronics, Je Yeong-ho.
 
A KASA foi representada pelo administrador Yoon Young-bin e por John Lee, administrador adjunto para diretorias de missões. Também esteve presente o Laboratório de Exploração Não Tripulada (UEL), único desenvolvedor de robôs lunares do país e parceiro da LG.
 
Segundo a empresa, as discussões se concentraram no papel e na importância da LG no futuro do New Space — termo que se refere a uma indústria espacial liderada pelo setor privado.
 
A empresa está analisando sua participação nos próximos dois lançamentos do foguete Naro programados na Coreia, sendo o quarto em novembro e o quinto no próximo ano.
 
Um representante da LG afirmou que os detalhes do envolvimento técnico específico do grupo ainda estão em discussão.
 
A LG já tem experiência em componentes aeroespaciais. Em 2016, a LG Energy Solution foi escolhida pela NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos EUA) para fornecer baterias de íon-lítio para trajes espaciais. Essas baterias alimentam os sistemas de suporte à vida, incluindo dispositivos de fornecimento de oxigênio, comunicações e monitores de radiação. Elas são consideradas o núcleo dos trajes espaciais, essenciais para a sobrevivência dos astronautas no espaço. As baterias passaram com excelência nos rigorosos testes de segurança e desempenho da NASA.
 
Crédito: LABORATÓRIO DE EXPLORAÇÃO NÃO TRIPULADA
Robô lunar do Laboratório de Exploração Não Tripulada.

Além dos grandes projetos, a LG também está investindo em startups. O grupo e o UEL concluíram recentemente um teste bem-sucedido de um robô lunar desenvolvido em conjunto, em um ambiente simulado na cidade de Yeoncheon, província de Gyeonggi.
 
O robô usa rodas especializadas e ligas resistentes à radiação para suportar o terreno e as condições de vácuo da Lua, e conta com módulos de câmera fornecidos pela LG Innotek. O instituto anunciou seu objetivo de pousar o robô na Lua até 2032.
 
O crescente interesse da LG pelo setor aeroespacial ocorre num momento em que o grupo busca diversificar suas fontes de receita, diante de preocupações com limites de crescimento em seus negócios tradicionais.
 
O Morgan Stanley projeta que a indústria espacial global crescerá de US$ 590 bilhões em 2030 para US$ 1,1 trilhão até 2040.
 
No início deste mês, o presidente do Grupo LG, Koo Kwang-mo, visitou o escritório de vendas da LG Electronics em Jacarta, Indonésia, onde enfatizou a necessidade de uma estratégia de longo prazo:
 
“É importante responder agora à intensificação da concorrência, mas também devemos focar no que será necessário para sobreviver nos próximos cinco anos — o que priorizar e como construir capacidades diferenciadas.”
 
Por sua parte, a KASA prometeu apoio contínuo aos atores do setor privado.
 
“Continuaremos a apoiar diversas empresas que estão entrando na indústria espacial para que o setor privado possa liderar o New Space como seu principal motor”, disse Yoon. “Nossa prioridade é criar um ambiente de negócios favorável que permita competitividade sustentável em toda a indústria.”
 
Brazilian Space
 
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