A Venturi Space Anuncia Projeto Europeu de Rover Lunar

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Crédito: SpaceNews

Antonio Delfino (à esquerda), diretor de assuntos espaciais da Venturi Space, exibe um modelo do rover lunar Mona Luna da empresa durante o Paris Air Show, em 16 de junho.

No dia de ontem (18/06), o portal SpaceNews noticiou que a Venturi Space, uma empresa que fez parceria com a Astrolab no desenvolvimento de conceitos de rovers lunares, revelou um projeto de rover totalmente europeu que espera oferecer às agências espaciais do continente.

 

A empresa, sediada em Mônaco, apresentou o conceito do rover, chamado Mona Luna, em um evento durante o Paris Air Show, em 16 de junho. O rover robótico, com 2,5 metros de comprimento e 1,64 metro de largura, pesa 750 quilos.

 

O Mona Luna foi projetado pela Venturi Space como um conceito a ser oferecido à Agência Espacial Europeia (ESA) e à agência espacial francesa CNES, além de possíveis clientes comerciais, como um rover maior, mais capaz de lidar com o terreno lunar e também de sobreviver à noite lunar.

 

“Na Lua temos muitas encostas e solo solto, então você precisa de um ATV” (veículo todo-terreno), disse Antonio Delfino, diretor de assuntos espaciais da Venturi Space, em entrevista. “Ninguém no momento está fazendo um ATV.”

 

O rover conta com sistemas de suspensão e direção mais adequados para o terreno lunar, segundo ele, e foi projetado para atingir até 20 quilômetros por hora. Esses sistemas e outros componentes essenciais estão todos abrigados dentro do rover, posicionados o mais próximo possível do centro para um melhor gerenciamento térmico durante as variações extremas de temperatura entre o dia e a noite lunares.

 

O tamanho do rover também é crucial, ele acrescentou. “No futuro, se você quiser minerar a Lua, explorar a Lua, você precisa de um rover massivo”, afirmou. “Quando falamos de um rover massivo, a tecnologia envolvida é totalmente diferente da tecnologia de um rover pequeno.”

 

O Mona Luna utiliza baterias e tecnologias de rodas “hiper-deformáveis” que a Venturi também fornece para a Astrolab, uma empresa americana que está desenvolvendo rovers lunares, incluindo para o programa LTV (Lunar Terrain Vehicle) da NASA. Delfino destacou que as tecnologias usadas no Mona Luna são inteiramente europeias e que existe uma “barreira” separando os trabalhos desse rover dos projetos da Astrolab. Ainda assim, a Astrolab expôs modelos de seus rovers no mesmo espaço de exibição durante o evento.

 

A Venturi recebeu algum apoio da ESA para tecnologias-chave necessárias ao rover. A empresa espera conseguir apoio para um projeto de desenvolvimento do rover na conferência ministerial da ESA no final de novembro, quando os Estados-membros decidirão sobre o financiamento dos programas da agência para os próximos três anos.

 

Delfino argumenta que um rover como o Mona Luna preenche uma lacuna nos planos de exploração da Europa. O Mona Luna foi projetado para ser entregue à superfície lunar com o módulo de pouso Argonaut da ESA, que será lançado por um foguete Ariane 64.

 

“Na Europa, no momento, não há um programa para explorar a Lua com um rover”, disse ele. “Temos o módulo de pouso Argonaut e o Ariane 64, mas está faltando um rover, então estamos pressionando muito para convencê-los de que isso é importante.”

 

Uma das abordagens para desenvolver o rover poderia ser uma parceria público-privada, semelhante ao que a NASA está fazendo com o programa LTV, onde as empresas arcam com parte dos custos. Ele disse ter mencionado essa ideia a Josef Aschbacher, diretor-geral da ESA, e a Daniel Neuenschwander, diretor da agência para exploração humana e robótica, e obteve uma recepção positiva. “Será mais fácil para eles decidirem seguir em frente com isso.”

 

Ele afirmou que empresas privadas também demonstraram interesse no rover. “Temos alguns contatos com a indústria privada interessada na Europa”, disse. “E, por que não, também fora da Europa.”

 

Brazilian Space

 

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