O Futuro da Espaçonave Starliner Continua Incerto

Caros leitores e leitoras do BS!
 
Crédito: NASA
A Starliner da Boeing desacopla da Estação Espacial Internacional ao final da missão de Teste de Voo Tripulado.
 
No dia 08/06, o portal SpaceNews noticiou que um ano após o lançamento de um voo de teste tripulado com falhas da Espaçonave CST-100 Starliner da Boeing, a NASA ainda não definiu a próxima missão da espaçonave, com sinais contraditórios sobre o futuro do veículo.
 
De acordo com a nota do portal, em um comunicado divulgado em 6 de junho, a NASA informou que ainda está estudando as opções para o próximo voo da Starliner, previsto para não antes do início de 2026. Isso inclui a decisão sobre se esse próximo voo será tripulado ou não.
 
“A NASA está avaliando o mais cedo possível para um voo da Starliner até a Estação Espacial Internacional no início de 2026, dependendo da certificação do sistema e da resolução dos problemas técnicos da Starliner”, declarou a agência. “A agência ainda está avaliando se o próximo voo da Starliner será em configuração de tripulação ou de carga.”
 
As declarações vieram exatamente um ano após a Starliner acoplar à ISS durante a missão de Teste de Voo Tripulado (CFT). Essa acoplagem ocorreu apesar da falha de vários propulsores que, por um tempo, colocaram em dúvida a capacidade da Starliner de se acoplar com segurança. Os problemas nos propulsores, juntamente com vazamentos de hélio detectados durante o voo, levaram a NASA a decidir, em agosto de 2024, retornar a Starliner sem tripulação, exigindo que os astronautas da NASA Suni Williams e Butch Wilmore permanecessem na estação até voltarem a bordo de uma Crew Dragon em março.
 
A declaração mais recente da NASA é semelhante à que a agência divulgou após o retorno de Wilmore e Williams em março. Steve Stich, gerente do programa de tripulação comercial da NASA, disse que a agência pretende realizar um voo de teste, com ou sem astronautas a bordo, para testar as modificações da Starliner, seguido pela primeira missão de rotação de tripulação, a Starliner-1.
 
Na época, a NASA disse que era improvável que o voo de teste ocorresse antes do final deste ano, citando o cronograma dos veículos visitantes à ISS. A NASA também afirmou em março que as análises dos problemas com os propulsores da Starliner permaneceriam em andamento durante grande parte do ano, devido a testes planejados desses propulsores ao longo do verão. “Provavelmente será no final deste ano ou início do próximo para o próximo voo da Starliner”, disse Stich em uma declaração de 27 de março.
 
Em abril, o Painel Consultivo de Segurança Aeroespacial da NASA afirmou que a agência ainda não havia decidido se a próxima missão da Starliner seria tripulada. Essa decisão, segundo o painel, provavelmente dependerá do resultado dos testes dos propulsores.
 
“Os astronautas da NASA estão treinando para uma missão da Starliner pós-certificação, enquanto a agência continua revisando seus planos futuros e executando campanhas de testes previstas para a primavera e o verão. No entanto, a agência ainda não designou uma tripulação completa para a missão Starliner-1 para treinamento específico”, disse a NASA em seu comunicado mais recente.
 
A NASA tem confiado na SpaceX para o transporte de tripulação há cinco anos, mas continua defendendo a necessidade de dois veículos comerciais operacionais para garantir redundância em caso de problemas com um deles. A importância dessa redundância foi destacada por uma breve ameaça do CEO da SpaceX, Elon Musk, de “descomissionar” a Dragon em 5 de junho durante uma disputa com o presidente Trump. Embora Musk tenha rapidamente retirado a ameaça — que talvez nunca tenha sido séria —, isso demonstrou a dependência da NASA na SpaceX para transporte até a ISS.
 
No entanto, pressões orçamentárias podem forçar a NASA a encerrar o programa da Starliner. A proposta orçamentária da agência para o ano fiscal de 2026, divulgada em 30 de maio, prevê cortes de cerca de 25% nos orçamentos de operação e transporte da ISS. “O orçamento limitará mudanças futuras nos veículos e pode impactar a capacidade da NASA de manter dois fornecedores de transporte tripulado”, afirma o documento orçamentário.
 
A Boeing tem dito pouco sobre seus planos para a Starliner, em meio a rumores na indústria de que a empresa poderia abandonar o programa após acumular US$ 2 bilhões em encargos ao longo do projeto. Executivos da Boeing têm se mantido reservados sobre a Starliner desde o final da missão CFT no verão passado, quando se recusaram a participar de coletivas da NASA sobre o retorno da espaçonave.
 
Em uma entrevista à Aviation Week publicada em 29 de maio, Kelly Ortberg, que assumiu como CEO da Boeing em agosto passado, enquanto os problemas da missão CFT ainda estavam em andamento, sugeriu que o programa estava prejudicando o desempenho da empresa no setor espacial.
 
“Acho que alguns dos desafios que tivemos com a Starliner ofuscaram nosso portfólio espacial”, disse ele, comparando a Starliner com os trabalhos da empresa na área espacial de segurança nacional.
 
Ele indicou que o futuro da Starliner e de outros programas espaciais da Boeing dependerá do resultado dos debates orçamentários no Congresso nos próximos meses. “Acho que o espaço tripulado, comercial e os negócios com a NASA vão depender de como o orçamento será direcionado e de quanto o país deseja investir nesses programas.”
 
Brazilian Space
 
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