Dawn Aerospace Vende Seu Avião Espacial Suborbital Aurora Para Oklahoma

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Crédito: Dawn Aerospace
Veículo Mark 2 Aurora da Dawn Aerospace durante um voo de teste.

No dia de ontem (12/05), o portal SpaceNews noticiou que a Dawn Aerospace anunciou a primeira venda de seu avião espacial suborbital Aurora, firmando um acordo para operar o veículo a partir de Oklahoma.
 
De acordo com a nota do portal, a empresa da Nova Zelândia informou em 12 de junho que assinou uma parceria vinculativa com a Oklahoma Space Industry Development Authority (OSIDA) para operar o veículo Aurora Mark 2 a partir do Oklahoma Air and Space Port. Os voos do veículo em Oklahoma estão programados para começar já em 2027.

Localização do Aeroespaçoporto de Oklahoma (35.312 N, 106.78W).

A empresa havia anunciado em 22 de maio que começaria a vender o Aurora Mark 2, um veículo capaz de decolar de uma pista convencional, transportar até cinco quilos de carga útil a uma altitude de 100 quilômetros e retornar para um pouso na pista. A empresa afirmou que venderia o veículo para clientes que o operariam por conta própria — um modelo semelhante ao da aviação comercial, mas diferente dos serviços tradicionais de lançamento espacial.
 
O acordo de US$ 17 milhões com a OSIDA é uma espécie de modelo híbrido, no qual a Dawn Aerospace fornecerá tanto o avião quanto uma equipe de operações. Stefan Powell, CEO da Dawn, afirmou em entrevista que sua empresa contratará uma equipe em Oklahoma e a levará para a Nova Zelândia para treinamento, que incluirá voos de teste. Essa equipe depois retornará a Oklahoma para realizar até 100 voos do Aurora por ano.
 
“Eles queriam garantir que pelo menos o primeiro ano de operações fosse bem-sucedido”, disse ele sobre a OSIDA. “Estamos felizes em nos comprometer com isso. Mas, no fim das contas, queremos capacitá-los para que possam operar o veículo por conta própria.”
 
Os voos em Oklahoma serão os primeiros do Aurora Mark 2 após a conclusão dos voos de teste na Nova Zelândia. A empresa já voou uma versão da aeronave, levando-a ao voo supersônico em novembro passado e a uma altitude de 25 quilômetros.
 
A OSIDA trabalha há mais de duas décadas para atrair clientes para o espaçoporto, uma antiga base da força aérea próxima à cidade de Burns Flat, com uma longa pista. No início do desenvolvimento do espaçoporto, a startup Rocketplane Kistler, que desenvolvia um avião espacial suborbital, era a principal inquilina, mas faliu antes de realizar qualquer voo no local.
 
“Com investimentos direcionados, o estado está se movendo para garantir acesso frequente e confiável ao espaço e está prestes a se tornar o espaçoporto suborbital mais movimentado da América”, disse Matt Pinnell, vice-governador de Oklahoma, em comunicado. “Lançar de Burns Flat abrirá uma nova classe de pesquisas em microgravidade, aplicações de segurança nacional e inovação comercial.”
 
“Operar o avião espacial Aurora da Dawn no Oklahoma Air and Space Port vai reduzir custos e aumentar o acesso à microgravidade em toda a indústria espacial. Essa parceria importante posiciona o estado de Oklahoma no centro da inovação espacial americana”, acrescentou Jim Bridenstine, ex-administrador da NASA e ex-congressista de Oklahoma.
 
Crédito: Dawn Aerospace
George Nield (à esquerda), presidente da Global Spaceport Alliance, o ex-administrador da NASA Jim Bridenstine, e Stefan Powell e Khaki Rodway, da Dawn Aerospace, posam com um modelo do avião espacial Aurora Mark 2.

Powell disse que sua empresa está “recebendo bastante interesse” e está registrando clientes por ordem de chegada. Oklahoma foi o primeiro da fila, e ele observou que a OSIDA estava bem posicionada para ser a primeira, já que possui um espaçoporto com licença da Administração Federal de Aviação (FAA). “Está muito claro que poderíamos operar de lá”, afirmou.
 
Embora o espaçoporto já tenha licença da FAA, a Dawn Aerospace está trabalhando com a agência para definir como o veículo será licenciado. “Não está muito claro como exatamente nosso veículo se encaixa nas regras atuais da FAA”, disse ele.
 
Uma opção é licenciá-lo como um veículo de lançamento, utilizando os regulamentos da FAA conhecidos como Parte 450. Outra alternativa é obter uma licença experimental, que exige menos regulamentação. “A Parte 450 é, certamente, um pouco exagerada para o que estamos fazendo.” Ele acrescentou que ordens executivas recentes sobre voos supersônicos e “domínio de drones” também podem facilitar a operação do Aurora.
 
Embora Oklahoma esteja na frente para voar o Aurora, Powell disse que a Dawn Aerospace está vendo interesse de diversos potenciais clientes nos Estados Unidos e na Europa. Isso inclui, segundo ele, aeroportos nos EUA que não são licenciados como espaçoportos, mas que poderiam acomodar voos do Aurora. “Isso está ampliando significativamente o leque de lugares que podem fazer negócios espaciais”, afirmou.
 
A empresa planeja escalar gradualmente a produção do Aurora, começando com o veículo para Oklahoma em 2027 e passando para a fabricação de um a dois veículos em 2028, com o objetivo de alcançar uma produção base de cinco veículos por ano.
 
A Dawn também está trabalhando para identificar quem deseja lançar cargas úteis no Aurora. Powell afirmou que um grupo de clientes está interessado em realizar pesquisas suborbitais, possivelmente como etapa preliminar para projetos em microgravidade orbital. Outro grupo de clientes deseja testar equipamentos no ambiente espacial. Esses clientes, segundo ele, são atraídos pelo baixo custo e alta frequência de voos do veículo.
 
Há outras aplicações potenciais para o Aurora, observou ele, como plataforma para pesquisas em ciências da Terra e do espaço, além de apoio a projetos de segurança nacional simulando trajetórias de mísseis.
 
“É uma aeronave, mas pode ir ao espaço”, disse. “A alta frequência e o baixo custo realmente ampliam enormemente as possibilidades de aplicação.”
 
Brazilian Space
 
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