Descoberta Vulcânica na 'Cratera Jezero' Pode Remodelar a Linha do Tempo de Marte

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Credito: Space Daily
Ilustrativo.

No dia de hoje (16/06), o portal Space Daily noticiou que Pesquisadores do Georgia Tech determinaram que uma montanha proeminente na borda da Cratera Jezero provavelmente é um vulcão, oferecendo novas perspectivas sobre a geologia marciana e, possivelmente, sobre sua habitabilidade. Nomeada Jezero Mons, a montanha se estende por quase metade da largura da cratera e pode ajudar a refinar a linha do tempo geológica do planeta por meio da datação de amostras.
 
De acordo com a nota do portal, as descobertas foram publicadas na revista Communications Earth and Environment com o título “Evidência de um vulcão composto na borda da Cratera Jezero em Marte”. O estudo enfatiza como até áreas bem estudadas como Jezero continuam surpreendendo os cientistas com características anteriormente negligenciadas.
 
A autora principal, Sara C. Cuevas-Quinones, atualmente estudante de pós-graduação na Universidade Brown, iniciou a investigação enquanto era estudante de graduação no Georgia Tech, através de um programa de pesquisa de verão. Os coautores incluem o professor James J. Wray, a professora assistente Frances Rivera-Hernandez e Jacob Adler, atualmente na Universidade Estadual do Arizona.
 
“O vulcanismo em Marte é intrigante por várias razões – desde as implicações que tem para a habitabilidade até o aprimoramento da compreensão da história geológica”, disse Wray. “A Cratera Jezero é um dos locais mais estudados em Marte. Se só agora estamos identificando um vulcão aqui, imagine quantos mais podem existir em Marte.”
 
Wray avistou a montanha pela primeira vez em 2007 ao observar imagens de baixa resolução. Embora ela se parecesse com um vulcão, o foco na época era o passado aquático de Jezero, localizado no lado oposto da cratera de 45 quilômetros de largura. Isso mudou com a chegada do rover Perseverance da NASA, que inesperadamente encontrou rochas vulcânicas em vez de sedimentares.
 
A oportunidade de investigação surgiu quando Cuevas-Quinones se juntou à equipe de Wray em um programa de Experiência de Pesquisa para Graduandos (REU). Baseando-se em trabalhos anteriores de Briony Horgan, da Universidade Purdue, a equipe reanalisou dados existentes de espaçonaves, incluindo da Mars Odyssey, Mars Reconnaissance Orbiter, ExoMars Trace Gas Orbiter e do próprio Perseverance.
 
“Não podemos visitar Marte e provar definitivamente que Jezero Mons é um vulcão, mas podemos mostrar que ele compartilha as mesmas propriedades de vulcões existentes – tanto aqui na Terra quanto em Marte”, observou Wray.
 
Cuevas-Quinones disse que o projeto a ajudou a perceber o poder de combinar conjuntos de dados diversos. “Depois de Jezero Mons, ficou claro para mim que eu continuaria estudando Marte e outros corpos planetários”, afirmou ela.
 
A presença de um vulcão próximo ao que já foi um ambiente lacustre levanta a possibilidade de antigos sistemas hidrotermais – fontes de energia que poderiam ter sustentado vida microbiana. Além disso, amostras de rochas vulcânicas coletadas pelo Perseverance podem ser datadas por radioisótopos se forem trazidas à Terra, oferecendo dados cronológicos precisos sobre Marte.
 
“A junção desses dois tipos de sistemas torna Jezero mais interessante do que nunca”, disse Wray. “Temos amostras de rochas sedimentares incríveis que podem ser de uma região habitável, ao lado de rochas ígneas com valor científico importante.”
 
 
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