A Despedida de um Satélite
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo publicado hoje (05/07) pelo site da Revista Época destacando o que a morte do satélite CBERS-2B revela sobre o programa espacial brasileiro.
Duda Falcão
Ciência e Tecnologia
A Despedida de um Satélite
O que a morte do satélite CBERS-2B revela
sobre o programa espacial brasileiro
Eliseu Barreira Junior
05/07/2010 - 14:58
Atualizado em 05/07/2010 - 17:27
VELHO - Ilustração do CBERS-2B.
Sua morte foi decretada em abril passado
Lançado há dois anos e meio, o CBERS-2B (lê-se “CIBERS”) contribuiu para a distribuição gratuita de cerca de 270 mil imagens da superfície terrestre para 60 mil usuários de mais de 40 países. Foi também fundamental para o monitoramento do desmate da Amazônia. Como um paciente que está na UTI, o satélite foi reanimado durante um mês pelos técnicos que o construíram. Todas as tentativas, porém, fracassaram. Ele começou a enviar sinais intermitentes indicando falta de energia. Sua morte foi anunciada no dia 16 de abril pelos pesquisadores brasileiros e chineses. Agora o Brasil voltou a depender de outros países para fotografar seu próprio território a partir do espaço.
O último contato com a Terra do 2B ocorreu no dia 10 de março, quando o satélite enviou novas imagens captadas do planeta. Hoje, ele jaz a uma altitude de 778 quilômetros. Sua história, mais do que uma reunião de dados e estatísticas sobre uma geringonça que observava a Terra, revela como o governo brasileiro tem tratado a questão espacial nos últimos anos e os desafios a serem superados.
Às onze horas da noite (pelo horário de Brasília) de 19 de setembro de 2007, um foguete levando o satélite CBERS-2B decolava da base de lançamento de Taiyuan, na província de Shanxin, na China. A uma temperatura de aproximadamente 15 graus Celsius, céu claro e sem nuvens, o artefato se separou com sucesso do corpo principal do foguete. Era o terceiro lançamento de uma parceria entre os governos chinês e brasileiro que já havia colocado no espaço o CBERS-1, em 1999, e o CBERS-2, em 2003.
Resultado de um acordo firmado em 1988 pelo então presidente José Sarney com a China, o projeto CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês) nasceu com o objetivo de agregar os recursos financeiros dos dois países para estabelecer um sistema completo de observação da Terra e compatível com as necessidades de cada nação. Assim, ele divide os custos de uma operação que o Brasil não conseguiria bancar sozinho e conta com o know-how chinês na construção de satélites e foguetes lançadores. Na China, o projeto é tocado pela CAST (Academia Chinesa de Tecnologia Espacial) e, no Brasil, pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que pertence ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
O acordo entre chineses e brasileiros foi renovado em 2002 e estabeleceu a construção dos satélites CBERS-3 e 4. Dessa vez, a divisão dos investimentos ficou em 50% para cada país – com os CBERS-1 e 2, o Brasil só entrou com 30% dos recursos. A previsão era que o CBERS-3 fosse lançado em 2009, mas sua construção atrasou. Como o 2 estava com os dias contados, decidiu-se lançar o 2B. Originalmente, ele foi projetado como uma cópia-teste do CBERS-2, pois num projeto de satélite sempre são construídos dois artefatos: um para ser testado e outro para ser lançado. Diante da urgência de colocar um novo equipamento em órbita, a réplica saiu do baú. A principal diferença do 2B em relação ao 2 se deu na substituição de uma das câmeras usadas no projeto por outra de resolução maior. Para o Brasil, os CBERS-1 e 2 custaram US$ 136 milhões; o 2B, US$ 20 milhões; e o 3 e o 4 sairão por US$ 150 milhões.
Antes do CBERS, o Brasil dependia exclusivamente das imagens de satélites estrangeiros. Com a morte do 2B, essa dependência voltou a existir. O lançamento do CBERS-3 ficou travado, principalmente, devido a restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos para a compra de equipamentos e sensores usados no projeto. As barreiras à venda desses componentes acontecem porque o governo americano teme que a China faça uma aplicação militar do programa CBERS.
Quando um satélite deixa de funcionar e não há outro para substituí-lo, o Brasil se torna refém da compra de imagens geradas por outros países. Atualmente, o vazio deixado pelo 2B está sendo compensado pelo uso dos satélites americanos TERRA/MODIS e LANDSAT-5 e pelo indiano RESOURCESAT. O problema é que no caso de uma guerra a distribuição de imagens pode ser fechada pelo controlador do satélite e monitorar, por exemplo, áreas de desmatamento na Amazônia deixa de ser possível.
Carlos Rodrigues, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), lembra como não ter auto-suficiência na área espacial é arriscado. Ele conta que na década de 1980, durante a Guerra das Malvinas, os Estados Unidos pararam de repassar imagens do satélite GOES para a América do Sul. Em virtude disso, toda a região ficou sem informações sobre a nebulosidade e condições climáticas. “Fomos prejudicados”, diz. “E não tinha nada que pudéssemos fazer.” Com o intuito de evitar a repetição de uma situação semelhante, Rodrigues sugere o investimento cada vez maior em recursos humanos na área espacial. “Só seremos independentes quando os componentes eletrônicos usados nos satélites que nos abastecem forem produzidos em nosso território”, afirma. “Não temos uma indústria forte nessa área por causa de decisões tomadas no passado. Precisamos tirar o atraso tecnológico, o que não acontecerá de um dia para o outro.”
Ricardo Cartaxo, coordenador do projeto CBERS, aponta a questão dos recursos humanos como um dos grandes desafios a serem superados pelo Brasil. “Temos sofrido muito com a questão”, afirma. “O time do INPE está ficando velho e a substituição, renovação e transmissão do conhecimento estão sendo prejudicados.” Segundo ele, uma das metas do instituto é investir mais nos jovens talentos. “Observamos no trabalho com os chineses que, além de serem muito mais numerosos do que a gente, há uma renovação constante dos quadros deles. A China já está trabalhando com garotos.” Ele afirma, no entanto, que nos últimos anos o país avançou muito na área por meio dos crescentes investimentos feitos pelo governo federal. O orçamento anual do INPE está na casa dos R$ 200 milhões, sendo que R$ 70 milhões são destinados para o projeto CBERS.
Apesar dessa mudança de comportamento, o Brasil deveria ser mais agressivo em seu programa espacial. Essa é a opinião do engenheiro José Carlos Epiphanio, gerente do segmento de aplicações do projeto CBERS. De acordo com ele, um país da dimensão do Brasil, com a biodiversidade que possui e com a extensão de sua cobertura agrícola deveria ter sempre pelo menos um satélite como o 2B em órbita. Para isso se tornar realidade, seria preciso a criação de um cronograma de lançamento de satélites a cada dois anos, tempo médio de vida útil de um artefato de observação da superfície terrestre, o que não existe hoje. “O orçamento de R$ 200 milhões é muito pouco. Embora ele tenha aumentado, não poderíamos ser tão humildes”, afirma. “Se não fosse a cooperação com a China, estaríamos no pior dos mundos, porque nunca teríamos um satélite de imageamento.” Epiphanio diz ainda que a parceria com os chineses é fundamental pois os governos se forçam a manter o programa em andamento. “Mesmo que haja um aperto financeiro em um certo momento, você não pode quebrá-lo porque é um acordo intergovernamental”, afirma.
O CBERS-3 deve ser lançado no segundo semestre de 2011. Até lá, haverá um vácuo que, mesmo preenchido por imagens de satélites estrangeiros, quebra a rotina de milhares de usuários que estavam habituados a consultar e baixar gratuitamente as imagens geradas pelo programa. A iniciativa, implementada pelo Brasil desde 2004, fez com que Estados Unidos e Europa adotassem política semelhante. Nos últimos anos, as imagens fornecidas serviram para avaliar a degradação ambiental, desmatamentos, áreas agrícolas e adensamento urbano por diversas instituições de ensino nacionais e internacionais – mais de um milhão de imagens já foram disponibilizadas. Elas foram também fundamentais para o sucesso dos programas PRODES e DETER, que acompanham o desmatamento da Amazônia.
Segundo o INPE, entre os usuários do catálogo CBERS há escolas técnicas que recorrem às imagens como material didático, cooperativas agrícolas que avaliam áreas de cultivo por meio do catálogo de imagens, procuradores públicos ambientais que obtêm provas de crimes ecológicos pelas séries históricas dos registros, assim como empresas que desenvolvem produtos baseados nas informações do CBERS. No XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, que ocorreu em Natal (RN) no ano passado, 162 dos 1.014 artigos científicos apresentados estavam vinculados a estudos baseados em dados obtidos pelos satélites do programa sino-brasileiro.
Uma pesquisa realizada em 2007 pelo INPE mostrou que o projeto CBERS, responsável por mais de 70% das imagens distribuídas pelo instituto, foi decisivo para disseminar o uso do sensoriamento remoto orbital. Dos 3.470 usuários que responderam ao questionário formulado, 1.100 afirmaram ter obtido trabalho por causa da disponibilidade das imagens. Entre os principais resultados, destacam-se os retornos econômicos trazidos, como uma economia estimada em mais de R$ 120 milhões pelas instituições cadastradas, a geração de mais de mil empregos e uma declaração de aumento de faturamento das empresas em mais de R$ 27 milhões.
Além de contribuir para a realização de trabalhos acadêmicos, em 2009, durante visita do presidente Lula à China, foram assinados memorandos para a recepção do satélite CBERS nas estações de Ilhas Canárias, África do Sul e Egito. “A idéia é que possamos ajudar a compor uma rede de estações de recepção de imagens para cobrir todo o continente africano”, diz Cartaxo. “O investimento que esses países fazem geralmente é pequeno. Apenas fornecemos um software e ajudamos em sua instalação para que esses países recebam o CBERS.”
Olho do Homem
NOVO - Ilustração do CBERS-3.
Depois de atraso, ele deve ser lançado em 2011
Acredita-se que existam quatro mil satélites orbitando a Terra. Eles são de diferentes tipos e atendem a finalidades distintas: podem ser de comunicação, observação, para uso militar ou para pesquisa espacial. O primeiro satélite artificial feito pelo homem e colocado em órbita foi o Sputinik 1, em 1957. Era um satélite russo que somente emitia sons em determinadas freqüências, captados por rádio-receptores na Terra. No contexto da Guerra Fria, isso servia apenas para provar que ele estava lá. Cerca de três meses depois, os americanos lançavam o Explorer 1. Mais útil, o satélite foi responsável pela descoberta do Cinturão de Van Allen, um cinturão magnético que protege a Terra da radiação solar. A largada para a revolução espacial estava dada.
Satélites como o CBERS 2-B fazem parte de uma tradição que começou com o lançamento do primeiro LANDSAT-1, inicialmente chamado ERTS (Satélite Tecnológico de Recursos Terrestres), em 1972. A partir dele, surgiram novas oportunidades de observar a Terra e de investigar os fenômenos e recursos terrestres usando imagens coletadas em vários comprimentos de ondas, resoluções espaciais e freqüências temporais.
Um satélite permanece em órbita devido à aceleração da gravidade da Terra e à velocidade em que ele se desloca no espaço. Essa velocidade depende da altitude da sua órbita. Assim, a velocidade de um satélite artificial em uma órbita a 800 quilômetros de altitude da superfície terrestre é de cerca de 26 mil quilômetros por hora. O tipo de órbita na qual ele é colocado é definido em função da sua inclinação e do seu período de revolução, ou seja, do tempo de um giro completo em torno da Terra, e que está relacionado com a sua altitude.
A órbita do 2B era polar (paralela ao eixo da Terra), o que permitia sua passagem sobre toda a Terra de forma sincronizada com o movimento do planeta em torno do Sol. Essa órbita também é chamada de hélio-síncrona, pois cruza o Equador sempre na mesma hora local – no caso do 2B, às 10h30. Esse tipo de artefato é composto por três grandes partes: uma plataforma, que contém todos os equipamentos para o funcionamento do satélite; o painel solar, para o suprimento de sua energia; e a carga útil (antenas, sensores e transmissores). Ele é equipado com câmeras de alta resolução para fotografar a Terra. O principal avanço do CBERS-3 estará nessa parte.
Ricardo Cartaxo diz que o CBERS-2B apresentou uma falha no seu controle de atitude, que faz o satélite ficar olhando para a Terra. “Imagine a Terra e alguma coisa dando voltas em torno dela. Essa coisa é o satélite que precisa olhar para o centro do planeta”, explica. “Caso contrário, ele ficaria olhando para um ponto fixo no espaço. Isso é o controle de atitude: ele faz com que o satélite olhe para o lugar que a gente quer.” Como esse controle foi perdido, o satélite deixou de apontar para o lugar correto e os painéis solares, responsáveis pela produção da energia elétrica que o abastecia, pararam de receber os raios do Sol da maneira ideal. “Quando isso acontece, ele tem menos energia e suas funções param de ser executadas. Assim, os transmissores e receptores a bordo não funcionaram mais.” Foi dessa maneira que a vida útil do 2B chegou ao fim.
Neste momento, o 2B permanece em órbita. Como não agrega nenhuma tecnologia capaz de trazê-lo de volta para a atmosfera para se desintegrar, ficará por lá. Virou lixo espacial. No ano que vem, deve ter a companhia do CBERS-3 e, em 2014, do 4. Também como o 2B, já nascem com os dias contados. A expectativa é que vivam um pouco mais: cerca de quatro anos. Sua missão: ser os olhos do homem no espaço. Quem sabe até sua morte seja reconhecido que, quando um desses olhos se fecham, é necessário que um novo satélite já esteja lá para prosseguir a missão.
Fonte: Site da Revista Época
Comentário: Pois é leitor, a conversa é sempre a mesma por parte dos servidores do INPE e do IAE que procuram apontar os problemas do programa espacial ha anos, evidentemente com o devido cuidado para não serem prejudicados em seus empregos. Mas o fato é que o presidente LULA fez muito pouco em quase 8 anos de governo em prol do PEB e a realidade do programa não mudou como se esperava. Portanto, artigos como esse surgem e continuarão surgindo sempre que houver alguma oportunidade na mídia. No entanto, o problema é de mentalidade, de ação, de visão e enquanto isso não mudar, tudo continuará como antes no quartel de Abrantes. Um bom exemplo recente é o da Marinha em 2008 (se não me engano no ano) que pegou o presidente LULA pelo braço levando-o ao Centro Experimental de Aramar e a Estação Comandante Ferraz. Como resultado disso, dois anos depois mudou a cara do PROANTAR e segundo foi anunciado pelo jornal “O Estado de São Paulo” de ontem (04/07), foi concluída a etapa de construção da Usina de Gás de Urânio (USEXA), sendo iniciado os seus primeiros testes. Vale lembrar que esse projeto estava parado a mais de uma década. A falta de interesse do governo pelo PEB (com exceção da mal engenhada ACS por interesses políticos) é clara e só não vê quem não quer. No entanto, talvez se os gestores competentes do programa (o ministro Nelson Jobim seria a pessoa certa para fazer esse link) tivessem acesso ao presidente LULA como a Marinha teve a dois anos, mostrando ao mesmo que as coisas não podem continuar dessa forma, algo possa ainda ser feito antes do final do ano. Algo de concreto tem de ser feito, chega de conversa fiada.
Concordo com a reportagem ,espero que tudo mude estava pesando se tudo que estiver planejado CBERS-3 e 4 mas o Satélite Amazônia,este quadro poderá mudar mas ,acho que já poderiam começar a pensar nos substitutos desses satélites mas ,dai se esbarra em uma questão ,se já esta difícil concluir estes satélites imagine pesar em projetos futuros.
ResponderExcluirAcho que além do problema político o Brasil tem um problema cultural, a maioria das pessoas que eu conheço nem sabe que o país tem um programa espacial e muito menos a importância que isto tem, quando lançaram o programa cruzeiro do sul vi muita gente relinchado "porque gastar $1 bilhão de dolares com isso se tem tanta gente passando fome no Brasil " ,mas nenhum país desenvolvido que eu conheço abriu mão do uso de novas tecnologias para chegar onde estão hoje.
Olá André!
ResponderExcluirNa realidade já existem sim planos para a continuação desses projetos, ou seja, o CBERS 5 e 6, CBERS-SAR e o Amazônia-2. Somar-se a esses os projetos do MAPSAR, Sabia-Mar, SGB, METBR, GPM-BR, Lattes-1 e Lattes-2, ITASAT, SCDav-1 e SCDav-2, os dois satélites IBAS e o Nanosatc-BR e na esfera militar o Sentinela, o satélite Radar e o satélite Marítimo. Como vê projetos de satélites não faltam e sempre foi assim no PEB. No entanto, só são planos e objetivos que o INPE na pessoa do senhor Gilberto Câmera espera realizar até 2020. Serão realizados? Infelizmente nada leva crer que sim, nem mesmo a metade deles sairá um dia da prancheta. Quanto à importância do PEB para um país como o Brasil isso é indiscutível, no entanto se nem mesmo os burrocratas do governo e políticos do Congresso conseguem enxergar isso, como podemos esperar que a nossa sociedade o faça? Infelizmente esse André é o quadro que o PEB tem de conviver diariamente desde a sua criação.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
É notório o descaso ou a incompetência de quem administra o programa espacial brasileiro, os resultados pífios demonstram isso.
ResponderExcluirPor mais que se diga das parcerias necessárias, dos programas existentes.Nada é mais responsável que o próprio governo.(governo aqui não é só governo Lula), é toda uma conjuntura da sociedade, universidades,centros de pesquisas,senadores, deputados, grande mídia(desqualificada para tratar do tema).
Estamos perdendo tempo mais uma vez, as mudanças climáticas já estao ocorrendo, veja santa catarina no passado recente, veja agora Nordeste, nossas praias ja estão sendo vitimadas. O poder militar e politico do mundo já não é mesmo.Já é possivel se prever a união dos eua e russia contra a china.E nós, quem somos nós?Independentes?Alinhados com o grande capital judeu internacional?Ou cidadões de segunda classe?
Olá Benito!
ResponderExcluirEu entendo seu desanimo e concordo contigo que é notório o descaso e a incompetência de quem administra o programa. No entanto amigo, a culpa é do governo sim e como o atual é comandado pelo presidente LULA, é dele a culpa. Em qualquer lugar do mundo Benito o programa espacial é governamental com algum envolvimento privado, mais quem coordena, dirige e dita objetivos são os governos. No Brasil não é diferente e a verdade é que em momento algum houve interesse por parte do presidente LULA em dar uma direção ao programa, e ainda endossou a criação de uma empresa nos moldes da ACS enterrando rios de dinheiro nessa mal engenhada empresa. E não para por ai, o mesmo pode ser o responsável por enterrar de vez o acordo que temos com os russos para o desenvolvimento do motor líquido L75, do banco de provas para motores de 400 kN, do desenvolvimento do foguete VLS ALFA e os da família Cruzeiro do Sul e por tabela interferir no desenvolvimento do VLM-1 com os alemães da DLR, caso se concretize os rumores da insatisfação russa com o andamento das coisas e o possível acordo do Brasil com a EADS Astrium. Seria o cheque mate de sua gestão junto ao PEB, ou seja, um verdadeiro desastre. Quanto às universidades, centro de pesquisas, institutos ligados ao programa, são todos públicos Benito e dependem da decisão do governo. Essas universidades, centros de pesquisas e institutos tem uma boa infra-estrutura e poderiam esta fazendo um bom trabalho, e o que falta poderia ser provido pelo próprio o governo, no entanto não existe uma coordenação nessa direção e os profissionais ligados ao PEB são servidores públicos e o máximo que eles podem fazer é reclamar através de matérias como essa. Já a sociedade essa é totalmente desinformada e para que a mesma venha apoiar o programa tem de ser feito um esclarecimento mediante uma divulgação massiva do PEB através do uso da propaganda, justamente como foi feito em outros países e jamais realizado aqui no Brasil. Essa Benito é a nossa opinião, ta ok amigo?
Forte abraço
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)