Amostras da Face Oculta da Lua Trazidas Pela 'Missão Chang'e 6' da China, São Mais Espessas e Pegajosas

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Imagem: SpaceDaily

Imagem recente da equipe Chang-e 6 abrindo o recipiente de amostra.

No dia de hoje (01/07) o portal SpaceDaily informou que a Sonda Robótica Chang'e 6 da China recuperou com sucesso 1.935,3 gramas de amostras lunares da face oculta da lua, segundo anunciou na manhã de sexta-feira a Administração Nacional do Espaço da China (CNSA). Essas amostras, agora nas mãos dos cientistas, são consideradas cientificamente inestimáveis.

 

De acordo com a nota do portal, o peso das amostras, aguardado com grande expectativa pela comunidade científica, foi revelado durante uma cerimônia de entrega na sede da CNSA em Pequim. A poeira lunar, colocada em um recipiente especial, foi oficialmente entregue por Zhang Kejian, chefe da CNSA, a Ding Chibiao, vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências.

 

As amostras foram transportadas para um laboratório de amostras lunares em Pequim para armazenamento e processamento inicial, conforme relatado pela CNSA. Esses materiais, os primeiros da face oculta da lua, possuem um valor científico único, prometendo melhorar nossa compreensão da história da lua e ajudar na exploração futura e na utilização de recursos lunares. A CNSA descreveu-as como um "tesouro compartilhado" da humanidade.

 

Ge Ping, um alto funcionário responsável pelos programas lunares da China, comentou após a cerimônia que as amostras parecem ser "mais espessas e pegajosas" do que aquelas coletadas da face próxima da lua - que sempre está voltada para a Terra - e contêm alguns "grumos". "A seguir, os pesquisadores dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências irão abrir o recipiente e então dividi-las. Após o trabalho preparatório, os cientistas poderão acessar as amostras de acordo com nossa regulamentação de gestão de amostras lunares," disse Ge aos repórteres. "Esperamos que análises e estudos científicos sistemáticos levem a novas descobertas."

 

Segundo Ge, os pesquisadores domésticos terão acesso ao primeiro grupo de amostras lunares até o final de 2024, com cientistas internacionais a seguir.

 

A missão Chang'e 6, que marca a primeira vez que amostras foram trazidas da face oculta da lua, foi lançada em 3 de maio por um foguete transportador Longa Marcha 5 do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na província de Hainan. A espaçonave de 8,35 toneladas incluía um orbitador, um lander, um ascender e uma cápsula de reentrada.

 

Após uma série de manobras complexas, o lander pousou na Bacia do Polo Sul-Aitken, um dos maiores crateras de impacto conhecidos no sistema solar, em 2 de junho. Esta missão marca apenas a segunda vez que uma espaçonave visitou a face oculta da lua. A primeira foi em janeiro de 2019, quando a sonda Chang'e 4 pousou na mesma bacia, mas não retornou com amostras.

 

O lander Chang'e 6 operou por 49 horas na face oculta da lua, utilizando um braço mecânico e uma broca para coletar materiais da superfície e subsuperfície. Vários instrumentos científicos também foram ativados para realizar pesquisas e análises. Uma vez concluídas as tarefas de coleta, o ascender decolou da superfície lunar, acoplou-se à cápsula de reentrada na órbita lunar para transferir as amostras.

 

O orbitador e a cápsula de reentrada então retornaram à órbita da Terra, onde a cápsula pousou com sucesso na Mongólia Interior na terça-feira.

 

Antes desta missão, todas as amostras lunares na Terra haviam sido coletadas da face próxima da lua pelas missões Apollo dos Estados Unidos, missões Luna da União Soviética e missão Chang'e 5 da China.

 

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