A Espaçonave 'ADRAS-J' da Empresa 'Astroscale' Continua a Inspeção do Estágio Superior do Foguete Japonês H-2A
Prezados leitores e leitoras do BS!
Crédito: Astroscale
Uma imagem de um estágio superior H-2A capturada pela espaçonave ADRAS-J enquanto inspecionava o estágio a uma distância de 50 metros. |
Ontem, em 09/07, o portal SpaceNews reportou que uma espaçonave da Astroscale, uma empresa pública japonesa especializada na remoção de detritos espaciais, está prosseguindo com a inspeção de um estágio superior japonês deixado em órbita baixa da Terra. Este evento também demonstra sua capacidade de realizar essa operação de forma segura.
De acordo com a nora do portal, a Astroscale anunciou em 9 de julho que sua espaçonave Active Debris Removal by Astroscale-Japan (ADRAS-J) realizou uma manobra de "fly around", contornando parcialmente o estágio superior H-2A que vem inspecionando nos últimos meses. A ADRAS-J utilizou sensores para manter uma distância de apenas 50 metros do estágio.
Entretanto, cerca de um terço da trajetória da manobra, a ADRAS-J encontrou o que a empresa chamou de "anomalia inesperada de atitude", que provocou um aborto automático. A espaçonave se afastou do estágio conforme projetado para evitar qualquer risco de colisão.
"O aborto implementado durante a operação de fly-around demonstrou que a ADRAS-J pode manter a segurança mesmo ao realizar observações de aproximação próxima de objetos não cooperativos", afirmou a empresa em comunicado, acrescentando que os engenheiros identificaram a causa da anomalia e estão se preparando para uma nova aproximação do estágio.
Apesar da anomalia, a Astroscale afirma que a missão da ADRAS-J tem sido bem-sucedida. A espaçonave foi lançada em fevereiro e alcançou a proximidade do estágio H-2A em abril. Aproximou-se a 50 metros do estágio em maio e desde então vem conduzindo inspeções, culminando na manobra de fly-around iniciada em 19 de junho.
Nobu Okada, fundador e CEO da Astroscale, apresentou algumas das imagens do estágio capturadas pela ADRAS-J durante uma apresentação em 8 de julho na conferência Spacetide. "Foi simplesmente belo", afirmou ele.
As imagens mostraram que o estágio permanece em condição relativamente intacta após 15 anos em órbita. "Essas imagens têm muitas implicações para futuros esforços de remoção de detritos", disse ele. Uma delas é uma taxa de rotação muito baixa, que ele chamou de "quase estática".
Crédito: SpaceNews/Jeff Foust
Além de ser uma demonstração técnica de operações de encontro e proximidade (RPO), Okada disse que a ADRAS-J é uma demonstração de política, seguindo diretrizes para serviço em órbita lançadas pelo governo japonês visando segurança e transparência. Isso incluiu obter as permissões apropriadas, enfatizar operações seguras e compartilhar informações sobre operações da espaçonave.
A ADRAS-J é a primeira fase de um programa da agência espacial japonesa JAXA chamado Demonstração Comercial de Remoção de Detritos. Em abril, a JAXA selecionou a Astroscale para a segunda fase do programa, onde a empresa enviará uma espaçonave para o mesmo estágio superior visando sua desorbitação. A Astroscale ainda não divulgou planos detalhados para essa missão.
Enquanto operava a ADRAS-J, a Astroscale também realizou uma oferta pública inicial na Bolsa de Valores de Tóquio, no segmento Growth Market, reservado a empresas com alto potencial de crescimento mas também maior risco. A Astroscale teve um excelente desempenho em seu primeiro dia de negociação em 5 de junho, com valorização de mais de 60%. Desde então, a empresa retrocedeu esses ganhos e fechou em 9 de julho a 818 ienes (US$ 5,07) por ação, abaixo do preço de IPO de 850 ienes.
"Isso mostra que a comunidade global de investidores reconhece a importância da sustentabilidade espacial, mas também a oportunidade de mercado para serviços em órbita", afirmou Okada sobre a IPO.
Okada enfatizou o crescimento da empresa, observando que seu backlog cresceu de 1,7 bilhões de ienes dois anos atrás para 28,5 bilhões de ienes hoje. "Ao aproveitar as tecnologias RPO, estamos finalmente capturando oportunidades", disse ele. "Estamos no limiar de um mercado em expansão para serviços em órbita."
Brazilian Space
Brazilian Space 15 anos
Espaço que inspira, informação que conecta!
Comentários
Postar um comentário