Impacto de Cometa que Mudou o Clima da Terra: Novas Evidências em Rochas

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Em uma artigo entitulado "Platinum, shock-fractured quartz, microspherules, and meltglass widely distributed in Eastern USA at the Younger Dryas onset (12.8 ka)" (Platina, quartzo fraturado por choque, microesferas e vidro fundido amplamente distribuídos no leste dos EUA no início do Dryas Recente (12.8 ka)) [link], os geólogos e autores do trabalho (Christopher R. Moore, Malcolm A. LeCompte, James P. Kennett et al) descobriram novas evidências que reforçam a hipótese de que um impacto de cometa, ocorrido há 12.800 anos, causou uma mudança climática significativa na Terra. Este evento, conhecido como Dryas Recente, foi marcado por uma inversão abrupta da tendência de aquecimento global, resultando em um período quase glacial anômalo.

O Evento Dryas Recente

O Dryas Recente é nomeado a partir da planta Dryas octopetala, cujos grãos de pólen foram encontrados em grandes quantidades em amostras de solo datadas desse período. Durante este tempo frio, a dríade-branca era muito mais disseminada, dominando áreas que hoje são cobertas por florestas.

Descobertas Recentes

O professor James Kennett e sua equipe da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara descobriram rochas associadas à explosão aérea que ocorreu quando o cometa entrou na atmosfera terrestre. Essas evidências foram encontradas em diversos locais no leste dos Estados Unidos, incluindo Nova Jersey, Maryland e Carolina do Sul. As amostras incluem platina, microesférulas, vidro fundido e quartzo fraturado por choque, todos indicativos das intensas forças e temperaturas envolvidas no evento.


Kennett explica que as pressões e temperaturas observadas não correspondem a grandes impactos formadores de crateras, mas sim às chamadas explosões aéreas de "aterrissagem", que não formam crateras significativas.

Características do Impacto

O cometa responsável pelo resfriamento do Dryas Recente é estimado em 100 quilômetros de diâmetro, muito maior que o objeto que explodiu sobre Tunguska, na Rússia, em 1908. A camada de sedimentos associada à explosão aérea se estende por grande parte do hemisfério norte, e pode ser encontrada até mesmo em locais ao sul do equador. Esta camada contém níveis elevados de materiais raros associados a impactos cósmicos, como irídio e platina, além de materiais formados sob altas pressões e temperaturas, como microesferas magnéticas, vidro fundido e nanodiamantes.

Quartzo de Impacto e Sílica Amorf

Os pesquisadores destacam a presença de quartzo de impacto, que apresenta um padrão de linhas conhecido como lamelas, indicativo de tensões que deformaram sua estrutura cristalina. Este tipo de quartzo é comum em crateras de impacto, mas sua associação com explosões aéreas cósmicas tem sido difícil. Nas explosões aéreas, as fraturas ocorrem em padrões irregulares, contrastando com as fraturas paralelas encontradas nas crateras. Essas deformações são causadas por pressões relativamente mais baixas das explosões aéreas, em comparação com impactos que atingem o solo.

Uma semelhança importante é a presença de sílica amorfa, ou vidro derretido, dentro das fraturas, indicando a combinação de altas pressões e temperaturas (superiores a 2.000 graus Celsius) originadas de uma explosão aérea de baixa altitude.



Consequências para a Megafauna e a Cultura Clovis

Esses grãos de quartzo de impacto juntam-se a um conjunto crescente de evidências que suportam a hipótese de que um impacto de cometa não apenas causou queimadas generalizadas, mas também provocou mudanças climáticas abruptas. Estas mudanças resultaram na extinção de 35 gêneros de megafauna na América do Norte, incluindo mamutes e preguiças gigantes, e levaram ao colapso da cultura Clovis.

Kennett e sua equipe argumentam que essas evidências devem ser interpretadas como indicativas de explosões aéreas de "aterrissagem" em altitudes muito baixas, quase certamente associadas a impactos cometários.


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