Primeiro Satélite Brasileiro Completa 25 Anos em Órbita e Mantém Operação de Coleta de Dados
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (08/02) no site do
“Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)” destacando que o Primeiro
Satélite Brasileiro completou 25 anos em órbita mantendo a Operação de Coleta
de Dados.
Duda Falcão
Notícia
Primeiro Satélite
Brasileiro Completa 25 Anos em
Órbita e Mantém Operação de Coleta de Dados
Por INPE
Publicado: Fev 08,
2018
São José dos Campos-SP, 08
de fevereiro de 2018
O SCD-1 (Satélite de
Coleta de Dados) tinha expectativa de apenas um ano de vida útil quando foi
lançado pelo foguete norte-americano Pegasus, em 1993. Projetado, construído e
operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o primeiro
satélite brasileiro ainda realiza sua missão fundamental de coleta de dados
ambientais.
Nesta sexta-feira (09/02),
o SCD-1 atinge 25 anos de operação em órbita e completa a marca de 132.010
revoluções em torno de nosso planeta. Mesmo com funcionamento limitado, o SCD-1
segue retransmitindo informações para a previsão do tempo e monitoramento do
nível de água dos rios e represas, entre outras aplicações.
A longevidade do SCD-1
comprova o alto grau de competência técnica não só das equipes de engenharia
espacial e de integração e testes que participaram de seu desenvolvimento, como
também dos especialistas em rastreio e controle de satélites, que o acompanham
no INPE desde o seu lançamento.
O lançamento do SCD-1 colocou
o Brasil entre as nações que efetivamente dominam o ciclo completo de uma
missão espacial desde sua concepção até o final de sua operação em órbita.
Marcou ainda o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que
fornece informações para instituições nacionais governamentais e do setor
privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas, como
previsão meteorológica e climática, estudo da química da atmosfera, controle da
poluição e avaliação do potencial de energias renováveis.
O SCD-1 foi totalmente
projetado, desenvolvido e integrado no Brasil, com importante participação da
indústria nacional. Para seu desenvolvimento, o INPE investiu em laboratórios
modernos e no aprimoramento de seus recursos humanos.
O lançamento foi realizado
a partir do Centro de Controle de Wallops, no estado de Virgínia, costa leste
dos Estados Unidos. No dia 9 de fevereiro de 1993, uma hora e 15 minutos depois
da decolagem, a 83 km da costa da Flórida e a 13 km de altitude, o foguete
Pegasus foi liberado da asa de um avião B52 da Nasa. Como havia sido previsto,
o foguete cai em queda livre por cinco segundos antes de acionar seus motores
em direção ao espaço. Poucos minutos depois, às 11h41 (hora de Brasília), o
SCD-1 é colocado em órbita da Terra, a uma altitude de 750 km.
Operação
Devido a uma falha em sua
bateria, desde 2010 o SCD-1 só opera enquanto iluminado pelo Sol. Antes disso,
a bateria conseguia suprir energia elétrica ao satélite nas frações dos
períodos orbitais em que este se encontrava em regiões não iluminadas pelo Sol,
quando não havia suprimento de energia gerada por seus painéis solares e
garantia, deste modo, o funcionamento contínuo do satélite. Isto possibilitava
a realização da missão de coleta de dados ambientais do satélite durante todas
as suas passagens sobre o Brasil.
A carga útil principal do
SCD-1 é um transponder de coleta de dados, que é responsável pela recepção a
bordo e retransmissão ao solo de dados ambientais coletados por uma rede de
plataformas de coleta de dados ambientais espalhada por todo o território
nacional. Hoje, o transponder de coleta de dados do satélite opera apenas em
horários determinados do dia, correspondentes a cerca de 65% do tempo total
anterior, já que sem a bateria o satélite só pode operar nos períodos
iluminados, em que há fornecimento de energia elétrica gerada pelos painéis
solares.
O transponder de serviço,
responsável pela recepção de telecomandos e transmissão de telemetrias sobre o
estado de funcionamento do satélite, perdeu a capacidade de execução de medidas
de distância e, por este motivo, o processo de determinação de órbita é
realizado a partir de medidas de velocidade radial entre o satélite e a antena
de rastreio. Isto diminui a precisão das estimativas do posicionamento em
órbita do satélite, mas não a ponto de comprometer as operações de controle.
O SCD-1 possui orientação
angular no espaço estabilizada por rotação, ou seja, o eixo de longitudinal do
satélite tende a se manter fixo no espaço devido à chamada rigidez giroscópica,
causada pela rotação em torno do mesmo. Manobras de reorientação do eixo de
rotação do satélite são executadas periodicamente, conforme a necessidade, para
manter os painéis solares apontados para o Sol e o painel inferior, que não
possui painéis solares, voltado para uma direção que evite incidência direta de
raios solares em sua superfície, de modo a permitir que por ele seja irradiado
o calor excedente gerado a bordo.
Medidas de telemetrias dos
sensores solares e magnetômetro do satélite são utilizadas para cálculo e
previsão dos parâmetros de orientação angular do satélite. A degradação dos
sensores solares faz com que algumas medidas inválidas venham sendo enviadas
pelo satélite com frequência crescente. Atualizações efetuadas no software de
processamento dessas medidas permitem, hoje, a filtragem destes dados para a
geração de informações de atitude suficientemente confiáveis.
Desde o lançamento, a
velocidade de rotação do SCD1 diminuiu de 120 rpm, na época do lançamento, até
5 rpm atualmente. Esta perda da velocidade de rotação afetou a estabilidade da
orientação angular do satélite, devido à perda da rigidez giroscópica. Isto tem
causado uma elevação das temperaturas de alguns equipamentos embarcados, que
hoje estão acima dos limites estabelecidos.
Apesar disso, o SCD-1
continua fornecendo dados de carga útil válidos a seus usuários e, embora com
limitações, realiza sua missão de coleta de dados ambientais em nível
satisfatório.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Comentário: Agradecemos a leitora Mariana Amorim Fraga pelo envio desta notícia.
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