Artigo na Science Afirma que Aerossóis Ultrafinos Têm Papel Importante no Regime de Chuvas e no Clima da Amazônia
Caro leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (29/01) no site
oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que artigo
na Science afirma que Aerossóis Ultrafinos têm papel importante no
Regime de Chuvas e no Clima da Amazônia.
Duda Falcão
NOTÍCIA
Artigo na Science Afirma que Aerossóis Ultrafinos Têm Papel Importante no Regime
de Chuvas e no Clima da
Amazônia
Por INPE
Publicado: Jan 29, 2018
São José dos Campos-SP, 29 de janeiro de 2018
Em artigo publicado na revista Science, nesta
sexta-feira (26/01), cientistas de vários países que participaram de uma
campanha científica internacional nas proximidades de Manaus, em 2014, afirmam
que partículas ultrafinas de aerossóis, de até 50 nanômetros, têm um papel mais
importante do que até então se considerava na formação de nuvens de tempestades
e no clima da Amazônia. Entre os 21 autores do artigo, estão os pesquisadores
brasileiros Luiz Augusto Machado e Ramon Braga, do Centro de Previsão do Tempo
e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), Paulo Artaxo e Henrique Barbosa, do Instituto de Física, da USP,
Rodrigo Souza, da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e Helber Gomes, da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Durante a campanha científica GoAmazon, com
medições in situ e a partir de sobrevoos de aviões dos Estados
Unidos e da Alemanha, o principal objetivo foi verificar o papel das partículas
de aerossóis - provenientes de poluição atmosférica urbana e industrial,
incêndios florestais, entre outras fontes - na formação de nuvens de
tempestade.
Segundo Luiz Augusto Machado, pesquisador do CPTEC/INPE,
a influência dos aerossóis no clima já era conhecida. No entanto, “o novo
estudo mostra que partículas menores também têm forte relação com o crescimento
de nuvens, a intensidade das tempestades e o volume das chuvas”, comenta
Machado.
O pesquisador do CPTEC/INPE explica que o vapor d’água na
atmosfera condensa ao atingir a superfície das partículas de aerossóis,
formando gotas de chuva. Em geral, esse processo não ocorre tão facilmente,
precisando de partículas de pelo menos 100 nanômetros. Machado afirma que para
ocorrer a condensação com partículas extrafinas, que contribuam com a formação
de nuvens de tempestade, o ar deve conter mais vapor d’água do que o habitual,
alcançando um estado de supersaturação.
Tais condições, segundo Paulo Artaxo, da USP, são encontradas
no clima quente e úmido da Amazônia em associação com aerossóis formados a
partir de emissões de poluentes, provenientes de áreas urbanas, e plumas de
queimadas. As mesmas condições também podem ser encontradas em outras regiões
do planeta e sobre oceanos, afirma o pesquisador da USP.
Luiz Augusto Machado destaca que o resultado da pesquisa
amplia as perspectivas sobre os impactos dos aerossóis no clima mundial e de
imediato deverá trazer melhorias aos modelos de previsão de tempo e clima, ao
incorporar tais processos à modelagem de formação de nuvens de tempestades.
Novas pesquisas deverão surgir a partir dos resultados
alcançados nesse trabalho, afirma Henrique Barbosa, da USP. Segundo o
pesquisador, há a necessidade de se compreender com maior profundidade o papel
das partículas de aerossóis ultrafinas no desenvolvimento das nuvens, bem como
no impacto sobre o clima.
O artigo na Science pode ser conferido
em: http://science.sciencemag.org/content/359/6374/411
A campanha científica GoAmazon, em 2014, contou com
vários
equipamentos instalados nos arredores de Manaus.
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Pesquisador do CPTEC/INPE, Luiz Augusto Machado, durante
campanha
GoAmazon, a bordo de um dos aviões, utilizado para medições.
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Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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