No ITA, Aldo Garante Que Fará Avançar a Missão Espacial Completa Brasileira
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na edição de julho e Agosto do “Jornal do SindCT” destacando a recente passagem do Ministro Aldo Rebelo dp MCTI pelo
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Duda Falcão
CIÊNCIA E
TECNOLOGIA 1
No ITA, Aldo Garante Que Fará Avançar
a Missão Espacial
Completa Brasileira
APENAS DISCURSO OU APOIO
REAL?
Shirley Marciano
Jornal do SindCT
Edição nº 39
Julho e Agosto de 2015
Ao saudar
pós-graduados do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, ministro da Ciência,
Tecnologia e Inovação fala em reforçar ”a ciência e a pesquisa voltadas para a
indústria aeronáutica e aeroespacial no Brasil”.
Aldo Rebelo é
hoje uma espécie de “superministro”, pois tem executado atribuições que vão
muito além das que são pertinentes à pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação. É
o caso das recentes viagens que realizou em nome do Planalto, como, por
exemplo, a sua ida aos EUA para uma reunião preparatória da visita de
Dilma Rousseff à aquele país.
Dias depois, em
7 de julho, ele visitou a Rússia, acompanhando a presidenta em uma missão para
acordos entre países do BRICS. Talvez por essa razão, a agenda do ministro seja
tão apertada e não consiga colocar as pautas da área de ciência e tecnologia na
ordem do dia. Pelo menos não na prática e até o momento. Ainda que se admita
ser uma grande vantagem ter um ministro com influência palaciana, isso só seria
efetivo se tal handcap fosse utilizado para finalmente dar prioridade
ao Programa Espacial Brasileiro (PEB).
Seja como for,
no dia 13 de junho, em discurso como paraninfo da turma de formandos de
pós-graduação do ITA, o ministro demonstrou estar sensibilizado com as questões
que envolvem o PEB, e ressuscitou o antigo sonho da Missão Espacial Completa
Brasileira (MECB). “Precisamos evoluir na Missão Espacial Completa, que
continua como um grande horizonte e grande desafio para o Brasil. Ter nosso
satélite projetado e fabricado no Brasil, com foguete lançador concebido,
projetado e fabricado no Brasil, lançado em uma base que já existe, já foi
concebida, projetada e demarcada, está lá em Alcântara, no Brasil!”, provocou o
ministro.
“Isso se torna
necessário, porque, para levarmos à frente esse projeto, temos que considerar
as exigências de ordem científica, de ordem tecnológica e industrial, de ordem
econômica, comercial, de interesse público em saúde. As pesquisas na
área espacial projetam conquistas para todas as atividades humanas.
Ajudam a elevar
o padrão de vida material e espiritual das populações, beneficiam a indústria
e alcançam também área sensível, área da segurança nacional e da soberania
nacional”, discursou. Hoje, porém, os projetos do PEB estão sem grandes
perspectivas.
O VLS-1 continua
sem esperança de ser lançado nos próximos 4 anos; ainda não há domínio
tecnológico de satélites mais sofisticados, que voem em órbitas mais altas,
como o de Comunicação e Defesa; não há domínio completo nem mesmo do CBERS
(sensoriamento), mesmo depois de mais de vinte anos de parceria com a China; a
PMM agoniza há anos...
“Nossas
deficiências”
Mas Rebelo foi
em frente e ressaltou a importância da indústria e pesquisa aeronáutica, que
tem trazido, além da soberania, também vantagens comerciais robustas. O
ministro destacou o papel desempenhado pelo Centro Tecnológico da Aeronáutica
(CTA, hoje DCTA) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nas
conquistas obtidas, inclusive no tocante à economia nacional: “Eu registro esse
episódio do nosso deficit de transações correntes porque, melhor que qualquer
outro episódio, exibe, demonstra, escancara as nossas deficiências em
tecnologia.
E a única
exceção, que é exatamente na indústria aeronáutica, deve-se à aposta correta,
realizada no tempo certo, que foi a criação do CTA, que hoje é o Departamento
de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), a criação do ITA, o seu
desenvolvimento, a sua ampliação”. Prosseguiu o ministro: ‟Hoje vivemos a
era utilitária para fins civis e militares da pesquisa e do espaço. O ITA
nos permitiu criar uma indústria aeronáutica avançada, único item da nossa
balança comercial onde fomos superavitários na alta tecnologia, na exportação
de aviões. Em todo o resto, tivemos no ano passado o maior deficit em
transações correntes da história do Brasil: 90 bilhões de dólares — e fomos
deficitários na balança comercial, de serviços, de rendas”. Rebelo também falou
da ‟necessidade de estar sempre um passo adiante”.
Ora, hoje os
pesquisadores deparam-se com problemas de descontinuidade nos projetos e falta
de constância de aporte financeiro para execução do que se planeja (quando se
planeja). É urgente realizar concursos públicos no setor aeroespacial, para que
o conhecimento não se aposente com o servidor de carreira. É consenso que boa
parte do conhecimento gerado nos anos 1980 perdeu-se por conta do acidente do
VLS- 1 e também em decorrência das aposentadorias.
‟Nós
mergulharemos num processo de obsolescência cada vez mais curto, se não
estivermos no estado da arte e na vanguarda do conhecimento e da pesquisa para
as aplicações civis, industriais, em todos os terrenos desse conhecimento.
Por essa razão,
vejo com muito entusiasmo a possibilidade de reforçarmos a ciência e a pesquisa
voltada para a indústria aeronáutica e para a indústria aeroespacial no Brasil,
e eleger o conhecimento como a base, como o início de tudo”, afirmou o
ministro.
‟Claro que lá na
ponta vai ter a inovação, a capacidade de fabricar equipamentos, produtos
competitivos, para a nossa indústria. Mas isso só será possível se tivermos no
princípio de tudo a ciência básica avançada”.
Rebelo relembrou
um discurso do primeiro reitor do ITA, o professor do Instituto de Tecnologia
de Massachusetts, Richard Smith: “O professor Smith, que acompanhou desde o
começo a criação do CTA e do ITA, certa vez fez uma observação aos brasileiros,
e com entusiasmo acompanhava a criação do ITA. Disse ele: ‛Vocês precisam só do
seguinte: não aceitem a oferta de equipamentos acabados dos países fortes e
ricos. Criem os seus próprios’. Talvez isso possa estabelecer um paralelo”,
arriscou. ‟Quem sabe o professor Richard conhecesse a história do Brasil e
conhecesse a história dos Estados Unidos, quando os índios aceitaram espelhos,
pentes e outras bugigangas que brancos trouxeram da Europa. Talvez o professor
Smith tenha querido dizer isso: ‘não aceitem os espelhos, procurem fazer as
suas próprias coisas’”. Depois deste discurso, o SindCT cobrará do
ministro que sejam dadas todas as condições para que o PEB e a MECB avancem,
calçados por uma política de Estado e não somente de governo.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 39ª - Julho e Agosto de 2015
Comentário: Sinceramente eu não entendo como ainda existe
gente com disposição de perder tempo para ouvir promessas de um bosta mentiroso como este. O cara aparece, diz o que vocês querem ouvir, demonstra um pouco de conhecimento sobre o assunto (histórico e atual) graças a sua assessoria, apela para o uso do sentimentalismo e ainda por cima ganha uma placa do ITA, como se pode notar na foto que acompanha esta matéria. É, realmente não há como pensar diferente, vocês
se merecem, lamentável!
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