O Instituto Mauá de Tecnológia (IMT) Será o “Cérebro” Brasileiro em Missão Espacial da ESA Rumo à Lua Encélado, de Saturno
Prezados leitores e leitoras do BS!
No último dia 22 de maio, o portal da Revista Exame publicou uma notícia instigante que até agora tinha passado despercebida do nosso radar. Segundo a matéria, o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) será o responsável por desenvolver um "Gêmeo Digital" para uma ambiciosa missão da Agência Espacial Europeia (ESA) com destino à misteriosa lua Encélado, que orbita Saturno. A previsão é que os primeiros dados da missão só comecem a ser recebidos por volta de 2050.
OBS: Curioso, em momento algum a "Piada Espacial Brasileira (AEB)" teve o seu nome citado nessa matéria. Porque será, heim????
Encélado, uma pequena lua de aproximadamente 500 km de diâmetro, esconde sob sua superfície congelada um vasto oceano subterrâneo. A missão internacional — coordenada pela ESA em parceria com o centro aeroespacial alemão DLR — pretende explorar os gêiseres que expelem jatos de vapor d’água e partículas orgânicas do interior da lua, em busca de sinais de vida microbiana.
O IMT será responsável pela criação de simuladores avançados, também chamados de "gêmeos digitais", que terão a função de prever desafios técnicos e garantir a robustez das soluções adotadas ao longo do projeto, cuja decolagem está prevista para 2026. A participação brasileira é estratégica e reforça a atuação do instituto em missões internacionais desde 2003, como CoRoT e PLATO, ambas focadas na busca por exoplanetas.
“Nossa especialidade é desenvolver sistemas que evoluem junto com o projeto, adaptando tecnologias às complexidades e à longa duração das missões espaciais”, explica o professor Vanderlei Parro, do curso de Engenharia Elétrica do IMT.
Brasil no Espaço
Desde 2010, o IMT integra a missão PLATO, da ESA, que visa identificar planetas rochosos semelhantes à Terra. A instituição foi responsável pelo desenvolvimento dos simuladores das câmeras do satélite, fundamentais para testar e calibrar os subsistemas críticos. O lançamento da missão está previsto também para 2026.
Já no projeto CoRoT, conduzido entre 2007 e 2012 sob a liderança da França, o instituto brasileiro teve papel importante na seleção e análise das estrelas observadas, além do desenvolvimento de softwares de calibração dos dados.
O IMT também investe fortemente na formação prática de seus alunos, por meio de projetos nacionais como o CubeSat — um satélite em miniatura que oferece experiência direta em sistemas espaciais complexos — e o HAB-Mauá, um balão de alta altitude utilizado para experimentos científicos e astrobiológicos na estratosfera (Muito interessante).
Essas iniciativas educacionais se somam às parcerias estratégicas do instituto, como a colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no desenvolvimento de sistemas de controle orbital, contribuindo para o fortalecimento da cadeia tecnológica espacial brasileira.
Rumo ao Futuro
Além da missão para Encélado, o IMT é a única instituição brasileira envolvida nas missões Veritas e EnVision, ambas com destino a Vênus. A missão Veritas, da NASA, tem lançamento previsto para 2028 e visa mapear a superfície de Vênus em alta resolução, buscando compreender por que sua evolução foi tão diferente da Terra. Já a missão EnVision, liderada pela ESA em parceria com a NASA, deverá ser lançada em 2030 para estudar a atmosfera, superfície e interior do planeta.
A equipe do IMT — composta por professores, engenheiros e estudantes — trabalha no desenvolvimento de tecnologias que serão embarcadas nessas missões. Um exemplo é a adaptação do simulador SimuCam, que será utilizado no conjunto de espectrômetros ópticos VenSpec da missão EnVision.
“A participação nessas missões posiciona o Brasil na vanguarda da ciência planetária e da astrobiologia, ao mesmo tempo em que prepara profissionais altamente capacitados para enfrentar os desafios tecnológicos do futuro", conclui Parro.
Brazilian Space
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