Cientistas Planetários Descobrem Uma Nova Forma de Investigar o Subsolo de Marte Analisando os Detritos Ejetados das Crateras de Impacto

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Credito: Space Daily
Ilustrativo.

No dia de hoje (19/05), o portal Space Daily noticiou que Cientistas Planetários descobriram uma nova forma de investigar o subsolo de Marte analisando os detritos ejetados das crateras de impacto. Essa abordagem, que se baseia na medição do tamanho e da distribuição das mantas de ejeção, pode oferecer informações cruciais sobre características ocultas como geleiras e depósitos sedimentares — tudo isso utilizando apenas dados de satélite.
 
De acordo com a nota do portal, tradicionalmente, os pesquisadores estudaram as formas e tamanhos das crateras para inferir propriedades do subsolo. No entanto, novas descobertas sugerem que as dimensões das mantas de ejeção — o material expelido durante um evento de impacto — também podem revelar informações sobre a geologia subjacente. “Historicamente, os pesquisadores usaram o tamanho e a forma das crateras de impacto para inferir as propriedades dos materiais no subsolo”, disse Aleksandra Sokolowska, bolsista do UKRI no Imperial College London. “Mas mostramos que o tamanho da manta de ejeção ao redor de uma cratera também é sensível às propriedades do subsolo. Isso nos dá uma nova observação na superfície para ajudar a restringir os materiais presentes abaixo dela.”
 
Essa pesquisa foi conduzida por Sokolowska enquanto ela era pesquisadora de pós-doutorado na Brown University, em colaboração com Ingrid Daubar, professora associada (pesquisa) no Departamento de Ciências da Terra, Ambientais e Planetárias da Brown.
 
Para testar essa teoria, Sokolowska utilizou simulações computacionais, desenvolvidas em conjunto com Gareth Collins, do Imperial College London, para modelar como diferentes composições do subsolo afetam a dispersão dos detritos ejetados. As simulações consideraram vários tipos de subsolo, incluindo rocha sólida, sedimentos de lagos soterrados e depósitos ricos em gelo. Os resultados demonstraram que esses diferentes materiais produzem padrões de ejeção significativamente distintos.
 
“As diferenças no raio da ejeção podem ser bastante grandes, e prevemos que poderiam ser medidas a partir da órbita com a câmera HiRISE a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter”, explicou Sokolowska. Essa prova de conceito é o foco de sua atual bolsa de estudos no Imperial College, onde ela pretende refinar o método até transformá-lo em uma ferramenta prática para exploração planetária.
 
Para validar o modelo, os pesquisadores examinaram duas crateras de impacto recentes em Marte. Uma cratera, provavelmente formada sobre rocha sólida, exibiu uma manta de ejeção significativamente maior do que outra formada sobre solo gelado, em conformidade com as previsões das simulações.
 
Esse método tem aplicações potenciais para missões futuras, incluindo a missão Hera da Agência Espacial Europeia, que deve visitar o asteroide Dimorphos em 2026. A missão Hera estudará os efeitos de um teste de impactador cinético, oferecendo potencialmente insights semelhantes sobre a estrutura interna de pequenos corpos no espaço.
 
A pesquisa foi financiada pela NASA, pela Agência Espacial do Reino Unido e pela Fundação Nacional de Ciência da Suíça.
 
 
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